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"Esta cidade está cada vez pior. Mas eu não a trocava por nada deste Mundo!"
Quem me conhece sabe que eu repito esta expressão inúmeras vezes. Gosto de Espinho, sempre gostei. Nasci aqui e sempre vivi cá. Quando era mais novo e sempre que ia para fora, costumava dizer que o momento alto da viagem era ver a primeira placa a dizer "Espinho". Não há nada como voltar a casa. Mas como se pode gostar tanto de um local que perde o interesse a cada dia que passa? Simples: comodismo. E agora que penso no assunto, se calhar o comodismo guiou os rumos da minha vida mais vezes do que imagino.
Sempre que tinha de mudar de escola, ia sempre para onde estudavam o meu irmão e os meus primos. Era mais cómodo. Quando escolhi a Universidade de Aveiro para estudar (embora não fosse a primeira opção) era porque queria voltar a casa todos os dias. Não há nada como a comodidade do lar. Mais tarde, acabei por ir morar para Aveiro por pura necessidade, mas não sem antes de estudar lá há um ano e conhecer os cantos à casa. Acabados os estudos, voltei para casa. Arranjei trabalho em Espinho, a poucos minutos de casa. Mais cómodo, impossível.
Dificilmente me atiro às coisas de cabeça. Lido bem com a rotina. Qualquer mudança deixa-me de pé atrás. Mesmo qualquer alteração ao estado normal das coisas é bem ponderada. E sempre com pessimismo. Altos voos nunca foram para mim. Acho piada às pessoas que se lançam numa empreitada apenas para fugir à rotina. Confesso que sinto uma ponta de inveja desses corajosos, mas depois penso que todos perseguimos uma rotina, mesmo que ela seja "não ser rotineira". Típico da espécie humana esta necessidade de se sentir cómoda. Não será por isto que temos os nossos grupos de amigos, que andamos pelos mesmos sítios, que trabalhamos todos os dias, que nos afeiçoamos e amamos alguém? Perseguimos a estabilidade pelo que ela nos oferece ou pelo que podemos oferecer aos outros?
Egoísmo ou altruísmo?
Seguindo estepostda Cátia, foi-me proposto um daqueles desafios que os bloggers propõem uns aos outros. Regra geral, sou avesso a estas coisas, mas como a Cátia é uma querida e um dia não são dias, desta vez passa. O desafio é abordar aspectos que mudaríamos da nossa vida, como rotinas, projectos ou opções tomadas. Então, tomem lá disto:
Fumar
Fumar dá-me prazer, mas não dá saúde nenhuma. Se pudesse nunca teria começado ou, uma vez lançado, não fumaria tanto.
Tolerância
Olhando para trás, noto que, em certas ocasiões, não tive a atitude mais sensata que a ocasião exigia. Por outro lado, noutras tantas ocasiões, engoli sapos quando devia ter mandado um murro na mesa e isso deixa-me chateado.
Estudos
Não é daquelas coisas que tenham efeitos práticos na actualidade, é mais uma questão moral: não ter dado o litro num determinado teste, naquele trabalho, em X apresentação ou no exame Y (assim por alto, estou-me a lembrar de meia dúzia de situações do género).
Curso
Vou ser sincero: se fosse hoje, não tiraria o curso de Novas Tecnologias da Comunicação. Há tantos (e melhores) cursos do género por aí fora. Atenção que eu falo do curso em si (disciplinas, metodologias, alguns professores) e não do resto (Aveiro, colegas, amigos, a Universidade que é muito boa,...).
Algumas viagens
Não gosto de viajar. Não estou a falar do facto de visitar novos lugares e essas coisas todas; estou a falar do acto em si, principalmente das secas que se apanham. Alguns locais e estadias compensam o sofrimento, outros nem por isso (estou a lembrar-me de Agadir, Marrocos).
Amigos
A lei da vida faz com que cada um siga o seu caminho e se vá perdendo o contacto. No meu caso, a maioria nem faz muita falta. Porém, tenho pena de, hoje em dia, não falar - ou melhor, de não ter aquela confiança de outrora - com algumas pessoas, sendo que muitas delas por razões que não lembram ao Diabo.
E isto foi tudo o que me lembrei de momento. Parece que tenho de desafiar alguém, certo? Então, aMartaou oSamuelque parem as suas vidas ocupadas no Mestrado (será mesmo? :p) e se entretenham a fazer isto.
Vendo ocartazda Semana de Recepção ao Caloiro da Universidade de Aveiro noto a ausência do omnipresente Quim Barreiros e questiono-me: terá morrido?
De qualquer das formas, um cartaz fraco e pouco apelativo. Como já se tornou hábito.