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Tenho vários traumas de infância: de ir ao circo, de escaldões apanhados na praia, de carrinhos de choque, de supositórios, de feijão frade, entre outras coisas. Mas o Natal dos Hospitais é O trauma! Era eu um pivete e andava num infantário com designação do tempo da outra senhora e, todos os anos, o ritual cumpria-se: num determinado dia da semana (mas sempre perto do Natal), juntavam todos os putos de todas as idades do infantário, ligavam a televisão (que, para putos no início dos anos 90, era algo quase celestial) e, PUMBA!, tomem lá Natal dos Hospitais horas a fio! Nada de desenhos animados de final de tarde da RTP 2, nada de acompanhar a novela Vamp, nem ao menos o Caderno Diário. Para controlar as massas só um interminável e turtuoso Natal dos Hospitais! E claro que aquele desfile de cantoria pimba, de mensagens bondosas, de generosidade alheia e de outras acções plenas de sacarose pode ter boas intenções, mas ninguém me tira da cabeça que aquilo servia para alienar a população. Não se faz isto a puto que ainda anda na primária!