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The Walking Dead - temporada 1
A Noite dos Mortos-Vivos. The Evil Dead. Morte Cerebral. 28 Dias Depois. O Renascer dos Mortos. Shaun of the Dead. [REC]. Zombieland. O que é que estas obras (e são as que me lembro de cabeça) têm em comum? Todas, de uma maneira ou de outra, souberam aproveitar as características dos "filmes com zombies" para temáticas mais adultas, para fins cómicos ou mesmo para exercícios de terror absoluto. Todos eles, à sua maneira, são bons exemplares do subgénero.
The Walking Dead, série transmitida no canal por cabo AMC (de Mad Men, Breaking Bad e The Killing), pega numa misturadora e enfia lá dentro todos os exemplos supra citados. O resultado, como não podia deixar de ser, soa tudo menos fresco e inovador. Inspirada por uma banda desenhada, a série mostra-nos a cidade norte-americana de Atlanta mergulhada no caos e infestada de comedores de carne viva. Rick Grimes é um polícia que acorda de um coma de vários meses (hello?! 28 Dias Depois!) e vê-se num mundo pós-apocalíptico onde a sua maior preocupação (para além de manter-se vivo) é encontrar a sua família que, por sua vez, sobrevive num acampamento improvisado fora das grandes urbanizações com outros sobreviventes.
Produzida por Frank Darabont, The Walking Dead chupa todos os elementos conhecidos destes filmes e adapta-os para o pequeno ecrã com resultados irregulares: se os aspetos técnicos são louváveis (nomeadamente, a caracterização dos zombies) e o investimento em cenas de violência gráfica ser mais do que adequado, o grupo de sobreviventes parece obedecer a todas as regras estabelecidas e gastas. Há o líder, o conflituoso, a esposa sofredora, o cretino, o rapaz prodígio (e asiático), o velho paternalista, as irmãs inseparáveis e mais um monte de gente que ou servirá de comida para os mortos-vivos ou ganhará mais destaque adiante mesmo que tenha passado os episódios anteriores em branco.
A primeira temporada, composta por míseros 6 capítulos, já dá o mote da série: espécie de road zombie movie, vemos aquele grupo de dinâmica formulaica a lutar pela vida em diferentes cenários que tentam ocultar o facto de que nada de especial acontece – e quando a história está prestes a arrancar de vez (como com a chegada ao Centro de Controlo de Doenças), voltamos à estaca zero sem que nos seja dada alguma informação que não puséssemos deduzir por nós próprios (como o processo de "infeção" nos humanos). Só quem nunca viu meia dúzia de filmes de zombies é que se impressiona com The Walking Dead.
Pelos vistos, a migração dos mortos-vivos para o pequeno ecrã não foi lá grande ideia.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.