Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Estive mais de uma semana sem acesso à Internet o que levou ao atraso da já tradicional lista de melhores e os piores filmes estreados em Portugal em 2015, segundo a minha opinião (que não pretendo impingir a ninguém nem tão pouco servir como ataque pessoal. Se havia outros que podiam ter lugar aqui? Claro. Mas se calhar não os vi ou não os achei merecedores. Entendido?).
1
Divertida-Mente
Inside Out
É mais do que um bem-vindo regresso da Pixar à boa forma (que novamente derraparia com A Viagem de Arlo). É também um dos mais imaginativos filmes de que há memória, brilhantemente animado, profundamente comovente e adulto na maneira como aborda e discute tópicos como a depressão e as dores de crescimento. Nos tempos em que a omnipresença da publicidade e das redes sociais vende a ideia do "ser feliz a toda a hora", ter um filme voltado para a família que defende a necessidade de, por vezes, abraçar a melancolia e de que o nosso bem-estar depende da harmonia entre os bons e os maus momentos, é simplesmente mágico. Não admira que o final, simples e complexo na mesma medida, deixou-me à beira de uma crise de choro. Não se deixem deslumbrar pelas cores vibrantes e formas catitas: Inside Out é uma obra-prima e encantará gerações de pais e filhos.
2
Mad Max: Estrada da Fúria
Mad Max: Fury Road
Delirante, frenético e absolutamente revigorante, o regresso de George Miller (que merece todos os prémios de Realização) ao universo desolador de Mad Max é um daqueles acontecimentos únicos e feitos para serem vividos no grande ecrã. "Do genial George Miller", anunciavam os trailers e, por uma vez, eles estavam certíssimos. Uma injeção de adrenalina capaz de revolucionar o blockbuster moderno.
3
Whiplash - Nos Limites
Whiplash
Intenso e visceral tributo ao sacrifício pela Arte (ao mesmo tempo que condena abusos feitos em prol da mesma), vale principalmente pelas fabulosas interpretações de Miles Teller e J.K. Simmons. A sequência final é de tirar o fôlego.
4
Um Ano Muito Violento
A Most Violent Year
Lento, mas sempre fascinante e com uma atmosfera opressora, é mais um acerto na curta e já impressionante carreira de J.C. Chandor e que emula o estilo do melhor Sidney Lumet. E Oscar Isaac reflete na perfeição a trajetória de Al Pacino em O Padrinho. Filmaço!
5
Ex Machina
Ex Machina
Inclina-se mais para ideias e menos para a pirotécnica visual (embora tenha efeitos visuais espetaculares), trata-se de uma envolvente, complexa e ambiciosa ficção científica. E olho na revelação Alicia Vikander!
6
Sicario - Infiltrado
Sicario
Emily Blunt e Benicio Del Toro raramente estiveram tão bem, a introdução é de arrepiar a espinha, toda a sequência inicial no México é digna de aplausos e o desfecho é de um cinismo cortante. Agarra o espectador pelos colarinhos e submete-o a uma brutalidade sem concessões no cenário que pinta do narcotráfico.
7
Vai Seguir-te
It Follows
Pura homenagem a John Carpenter, é um inteligente e original filme de terror que genuinamente assusta. Meditação sobre a inevitabilidade da morte, o fim da adolescência e doenças sexualmente transmissíveis, traz um fabuloso trabalho de câmara de David Robert Mitchell.
8
A Ovelha Choné - O Filme
Shaun the Sheep Movie
Encantador, inocente e, por vezes, genial tanto na comédia (o filme praticamente não tem diálogos) como na técnica do stop-motion, é mais um acerto dos estúdios Aardman que volta a deixar a milhas estúdios com recursos mais abonados.
9
The Walk - O Desafio
The Walk
Carta de amor de um artista (Robert Zemeckis) para outro (Philippe Petit, o homem que caminhou entre as defuntas Torres Gémeas), só pelo efeito das cenas no topo do World Trade Center já vale a experiência. É para obras assim que existe o grande ecrã.
10
Star Wars: O Despertar da Força
Star Wars: The Force Awakens
O evento do ano (ou melhor, da década) conseguiu atender às enormes expectativas criadas por meses de antecipação. Divertido, emocionante e com uma energia impressionante, é tudo o que uma aventura deve ser. Que traga caras novas que facilmente ganham a nossa afeição ao lado de velhos e saudosos conhecidos, é somente a cereja em cima do bolo.
Outros destaques de 2015, por ordem alfabética:
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Citizenfour
Crimson Peak: A Colina Vermelha
Descarrilada
Força Maior
Foxcatcher
A Idade de Adaline
Kingsman: Serviços Secretos
Mar Negro
Missão Impossível: Nação Secreta
Paddington
Perdido em Marte
Praia do Futuro
Predestinado
Que Horas Ela Volta?
Selma – A Marcha da Liberdade
Spy
Steve Jobs
Tomorrowland: Terra do Amanhã
Um Presente do Passado
-----------------------------------------------------------------
-10
Insurgente
Insurgent
As adaptações de histórias direcionadas para o público juvenil em que um jovem escolhido luta contra a opressão de uma sociedade distópica já começam a misturar-se nas minhas memórias. Todas elas querem ser o novo Harry Potter (salva-se The Hunger Games) e todas elas já chateiam. O mal nem é tanto do filme em si, mas do género -- mas não há como negar que Insurgente é insosso, aborrecido, recheado de clichés e fatalmente desinteressante.
-9
Taken 3
Taken 3
Apesar dos pesares, ver Liam Neeson como veterana estrela de ação foi uma agradável surpresa, apesar de estar muito mal servido. Agora, no meio do barulho e do caos proporcionado pelos tiros, pelas explosões e pelo argumento, quase dá para ouvir Neeson a suplicar pela reforma antecipada.
-8
Chappie
Chappie
No início, havia Distrito 9 e tudo era belo. Depois veio Elysium. Agora temos Chappie e Neill Blomkamp caminha a passos largos para se tornar num mágico-de-um-truque-só. Sem um pingo de originalidade, é um mistura indigesta de Transformers, Robocop, ET, Terminator e muitos mais e que em vez de discutir as suas (poucas) boas ideias, prefere atirar-se a perseguições e tiroteios. E Chappie, o robot, é irritante que dói!
-7
Exterminador: Genisys
Terminator Genisys
Mais um prego numa franquia outrora estimável, Genisys quer ser o Batman Begins ou o Star Trek da série Terminator, mas espalha-se ao comprido com uma história com mais buracos que a Nacional 109 e fraquíssimas sequências de ação. Serve para atestar (ainda mais) o mérito de James Cameron nos dois primeiros filmes -- que, mesmo assim, devia estar bem bebido quando elogiou esta porcaria.
-6
O Excêntrico Mortdecai
Mortdecai
Bizarro e sem graça, vale pela experiência de acompanhar uma super-estrela (Johnny Depp) a fazer de tudo para desgraçar ainda mais a sua carreira recente.
-5
Quarteto Fantástico
Fantastic Four
Desnecessariamente soturno, confuso, com um elenco dolorosamente perdido em cena e péssimos efeitos especiais, Quarteto Fantástico é um poço de nostalgia em que os filmes de super-heróis eram alvo de pena e chacota.
-4
Pixels
Pixels
Até tinha algum potencial, mas como é produzido por Adam Sandler e traz a trupe da hedionda Happy Madison, estava mais que visto que viria parar a esta lista.
-3
As Cinquenta Sombras de Grey
Fifty Shades of Grey
Chegou cheio de falatório, mas nem para ejaculação precoce serviu. Uma xaropada armada ao pingarelho, tão inofensiva e didática como aqueles softcore dos canais do cabo. No fundo, uma espécie de Twilight para pessoas que se acham adultas. Faz pelas mulheres que mordiscam o lábio o mesmo que Tubarão fez pelas praias.
-2
O Pátio das Cantigas
O Pátio das Cantigas
Leonel Vieira, o maior embuste do cinema português, pega num “clássico” (com as aspas gigantescas) e dá-lhe uma roupagem moderna que tresanda a mofo e a filme de vão de escada, sem ponta por onde se lhe pegue, com um elenco a passar vexame, cheio de ofensivo product placement e cujo resultado final é um doutoramento em vergonha alheia. Tão mau que esvaziou toda a curiosidade (se é que existia) em ver O Leão da Estrela.
-1
Deus Não Está Morto
God's Not Dead
Nem sabia que este lixo havia estreado em Portugal até pesquisar para este texto. Conseguindo a proeza de ser revoltante e risível ao mesmo tempo, esta propaganda evangélica de argumento míope mascarada de boas intenções é mal filmada, pessimamente editada e ainda pior interpretada. Até os telefilmes do Lifetime são mais dignos -- e se não sabem o que é um filme do Lifetime, mantenham-se ignorantes e felizes.
Outros destaques (pela negativa) de 2015, por ordem alfabética:
Antes de Adormecer
Ascensão de Júpiter
A Criança nº 44
O Estagiário
Home: A Minha Casa
Mínimos
A Mulher de Ouro
Outro/Eu
Perseguição Escaldante
San Andreas
O Segurança do Shopping – Las Vegas
Ted 2
The Ridiculous 6 (que só não está na lista - e bem destacado - porque é um produto do Netflix)
-----------------------------------------------------------------
Bom ano e bons filmes!