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Mais um final de ano, mais uma vez a já tradicional lista de melhores e os piores filmes estreados em Portugal em 2011, segundo a minha opinião.
1
Cisne Negro
Black Swan
Um estudo intensivo sobre a Arte, uma jornada emocional arrebatadora, um thriller psicológico impecável e uma Natalie Portman num verdadeiro tour de force.
2
A Árvore da Vida
The Tree of Life
Definitivamente não é para todos, mas o novo de Terrence Malick é mais do que um filme: é uma experiência única, profunda e simbólica e que abarca temas prosaicos como a família, a educação e a adolescência, e outros mais filosóficos como Deus, a natureza humana, o sentido da vida. Pode custar a ver, mas é altamente recompensador.
3
Sangue do Meu Sangue
Sangue do Meu Sangue
É o regresso de João Canijo à boa forma e com mais um relato do Portugal contemporâneo, da família suburbana, com ocupações banais e preocupações quotidianas. Sangue do Meu Sangue é também uma ode ao feminismo e à maternidade num elenco com prestações brilhantemente homogéneas e encabeçado pela enorme Rita Blanco a destilar todo o seu imenso e reconhecido talento.
4
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro
Menos trepidante na ação, mas mais intenso do ponto de vista narrativo, Tropa de Elite 2 faz o que só as melhores sequelas fazem: aprofunda a questão, explora novas possibilidades e dá seguimento lógico à trama.
5
X-Men: O Início
X-Men: First Class
A premissa não era nada de especial (oh, uma prequela!), o marketing só metia água (havia uns cartazes medonhos) e o filme não prometia muito. No entanto, a realização segura de Matthew Vaughn aliado a um argumento inteligente e ambicioso deram-nos um dos melhores filmes de super-heróis dos últimos anos, com fascinantes e carismáticas personagens, discussões maduras e adultas sobre integração e diferença, e espetaculares sequências de ação.
6
Indomável
True Grit
Mais uma obra que comprova a versatilidade dos Irmãos Coen e da capacidade da dupla em adaptar-se às necessidades de cada projeto, Indomável é também ainda melhor que a obra que refilma graças a personagens ambíguas, à revelação Hailee Steinfeld e uma belíssima fotografia de Roger Deakins.
7
Nos Idos de Março
The Ides of March
Depois do louvável liberalismo de Boa Noite e Boa Sorte, George Clooney não parece tão preocupado com intrigas políticas, mas sim com o processo de corrupção dos príncipios de um jovem promissor nas agerridas campanhas presidenciais. Recheado de personagens inteligentes que mergulham em situações complexas, Nos Idos de Março pode ter pouco a dizer sobre o processo eleitoral norte-americano (ou português, ou francês,...), mas não deixa de ser um entretenimento sólido e intrigante.
8
A Melhor Despedida de Solteira
Bridesmaids
Não deixa de ser irónico que o melhor filme vindo da casa de produções de Judd Apatow tenha mulheres como centro absoluto da narrativa. Pois é, isto é Bridesmaids: uma comédia hilariante, com situações construídas de maneira genial, e onde a carismática Kristen Wiig mostra que tem tudo para explodir em Hollywood.
9
Rango
Rango
Ano para esquecer para a Pixar, a melhor animação do ano é este fabuloso Rango, uma inusitada e divertida homenagem ao western, recheado de metalinguagem, um excelente design de produção, um ótimo elenco de vozes e sequências de ação inventivas e cativantes.
10
O Código Base
Source Code
Uma ficção científica exemplar (e que falta nos têm feito): apresenta um conceito interessante, explora-o a fundo e, melhor, apresenta questões de fundo filosófico-existencial enquanto cria personagens complexos.
Outros destaques de 2011, por ordem alfabética:
50/50
Blue Valentine - Só Tu e Eu
O Castor
O Deus da Carnificina
Despojos de Inverno
Drive - Risco Duplo
Enterrado
Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2
Splice - Mutante
Provavelmente estão a sentir falta nesta (ou até na próxima) lista dos últimos de Woody Allen, Pedro Almodóvar ou de Lars von Trier. O problema é que não consegui vê-los a tempo do final do ano e certamente que eles teriam lugar nesta listagem.
-10
A Rapariga do Capuz Vermelho
Red Riding Hood
Catherine Hardwike, realizadora do primeiro Twilight, decidiu fazer um Crepúsculo só dela ao reinventar a história de Capuchinho Vermelho. O resultado: uma salada indigesta de contos de fadas, desejos ardentes, carinhas larocas, diálogos risíveis e um Gary Oldman a dar tudo de si para escapar à vergonha. E um elefante gigante dourado inexplicável.
-9
Invasão Mundial: Batalha Los Angeles
Battle: Los Angeles
Os aliens mais miseráveis da galáxia perseguem os nossos heróis escondidos em edifícios para, mais tarde, escaparem como puderem e resguardarem-se noutra estrutura a salvo dos extraterrestres. Por quase duas horas!
-8
Cuidado Com o Que Desejas
The Change-Up
Jason Bateman e Ryan Reynolds numa comédia cujo maior feito é não ter uma única piada memorável. Minto: é bem capaz de ter a dupla de bebés mais bizarra e assustadora que alguma vez vi e que, daqui a uns anos e com agentes de jeito, estarão no próximo O Génio do Mal.
-7
Conan, o Bárbaro
Conan, the Barbarian
Trouxeram a personagem do limbo com mais sangue, violência e um espírito mais próximo das origens e... pffff! A história é um engodo, o ritmo é digno de um Príncipe da Pérsia (não é um elogio) e Jason Momoa talvez consiga carregar o filme pelos músculos, mas nunca pelo carisma. E por que fala ele como se estivesse a precisar urgentemente de Mebocaína?
-6
Dylan Dog: Guardião da Noite
Dylan Dog: Dead of Night
Produção que assentava melhor no canal SyFy do que no grande ecrã, a adaptação de uma banda desenhada de culto é um esforço inglório e aborrecido que mistura desajeitadamente comédia e terror numa narrativa incompreensível e recheada de clichés.
-5
As Viagens de Gulliver
Gulliver's Travels
Jack Black a fazer de Jack Black não é necessariamente mau, mas num filme que descura história a favor de efeitos especiais (que nem são tão especiais assim) e piadas desinspiradas não há talento cómico que nos valha.
-4
O Turista
The Tourist
Um embaraço a todos os níveis, este filme crê que juntar duas estrelas de Hollywood é o suficiente para garantir o sucesso. O argumento é anedótico, os cenários reais são desaproveitados, o ritmo é sonolento, mas a prova maior da incompetência de O Turista é o facto de que a química entre Johnny Depp e Angelina Jolie é inacreditavelmente nula.
-3
Transformers 3
Transformers: Dark of the Moon
Mais duas horas e meia de agonia patrocinadas por Michael Bay e seus companheiros: ação descerebrada, estereótipos a fazerem de personagens, meio de recrutamento militar, overdose de efeitos especiais, mil cortes por minuto, câmaras lentas, planos circulares, filtros amarelos, gajas boas, e – a assinatura do realizador – um fiapo de história.
-2
Engana-me Que Eu Gosto
Just Go With It
Outro ódio de estimação, as parcerias de Dennis Dugan e Adam Sandler já se tornaram uma rotina anual, uma fonte de prazer em si mesmo e até me ajudaram a conhecer melhor: há um claro sadismo da minha parte em ver estes atentados (ia escrever "comédias", mas não tive coragem) só para ver o fundo do poço ganhar ainda mais profundidade. Dificilmente haveria coisa pior este ano, mas eis que...
-1
A Saga Twilight: Amanhecer – Parte 1
The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 1
Todos sabem o quanto abomino os filmes Twilight, mas as fãs vão ter de ter paciência que este novo capítulo é indefensável. É uma porcaria. Uma perda de tempo. O pior dos quatro. Vou repetir: o pior... dos quatro! Conseguem perceber o quão abjeto é este filme? Eu não esperava muito, mas duas horas depois estava afundado na poltrona do cinema com vergonha alheia. Vou temer pela minha sanidade quando o próximo estrear já que pior não pode ficar! Assim espero... ou o Hospital Magalhães Lemos será o meu destino.
Outros destaques (pela negativa) de 2011, por ordem alfabética:
Arthur
Carros 2
Chefes Intragáveis
Green Hornet
Hereafter – Outra Vida
Killer Elite – O Confronto
O Ritual
Sem Tempo
Transgressão
Momentos marcantes (para o bem e para o mal) do ano cinematográfico:
Bom ano e bons filmes!