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Ia escrever um discurso todo eloquente e raivoso sobre não votar em Cavaco ou Alegre (por agora...) no próximo Domingo, mas basicamente é isto!
[Actualização 23/01/2011, 20h30]
Aconteceu o que a maioria esperava: Cavaco reeleito à primeira. Confesso que acalentava esperanças numa segunda volta, mas subestimei o fascínio que o velhadas (sem conotações negativas) exerce no povo português. Também convém dizer que Cavaco ganhou folgadamente por que a concorrência surgiu tarde, despreparada e totalmente dispersa nas suas intenções: enquanto que a Direita concentrou-se no actual Chefe de Estado, a Esquerda andou às aranhas com Manuel "o meu tempo já passou há muito" Alegre, com um Partido Comunista que faz da solidão a sua força... e fraqueza, e com candidatos independentes que pouco ou nada se diferenciavam entre si. Além disso, prevalece a velha tradição do candidato a segundo mandato consecutivo ganhar sem margem para dúvidas.
No entanto, o que mais impressiona e deprime são os valores da abstenção. Cerca de metade do corpo eleitoral não compareceu às urnas, o que demonstra, mais do que descontentamento com a classe política, um profundo descaso para com a situação do país. Se não confiam no "sistema" (como já ouvi por aí), digam-me uma alternativa que seja democraticamente mais justa. E assim se perde uma bela oportunidade de começar uma valente vassourada de cima a baixo neste pobre, solitário, depressivo e alienado Portugal.