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Há uns meses atrás, o Chelsea liderava folgadamente a Premier League enquanto o Manchester United perdia pontos atrás de pontos. Falava-se do pior Manchester dos últimos anos, da ausência de Cristiano Ronaldo e que Alex Ferguson estaria mais preocupado com a sucessão do que em reconstruir uma nova equipa. O bom e velho Fergie puxou dos galões, deu coesão à defesa, fez explodir Rooney, desatou a acelerar para a liderança do campeonato ao mesmo tempo que o Chelsea colapsava inexplicavelmente e só não fez esquecer Ronaldo por que... bem... é o Ronaldo. E por que trago à memória o "pior" Manchester da época? Por que no jogo desta noite, onde United e Barcelona almejavam a quarta Taça de Campeões Europeus, e por largos momentos, a equipa de Pep Guardiola reduziu o adversário ao "pior" da época, quando muitos (entre eles, eu) afirmavam que dificilmente Ferguson seria campeão com esta equipa.
Claro que não há vergonha nenhuma perder para este Barcelona, um autêntico carrossel que, bem oleado, não dá hipóteses a ninguém. Os jogadores do United entraram sem medo, mas logo os catalães os meteram em sentido e apontaram flechas à baliza de Van der Sar. Uma primeira parte bem disputada e digna da partida máxima do futebol europeu valeu um golo para cada lado, com o Manchester a apostar em contra-ataques mortíferos e o Barcelona empenhado a encostá-los às cordas. Na segunda parte, foi o verdadeiro festival blaugrana e nunca os reds ameaçaram efectivamente o golo, sendo que do meio-campo para trás foi o pânico total a cada investida de Messi, Pedro, Iniesta e David Villa. Voltando ao "pior" Manchester, o que antes parecia incompetência e altivez, hoje foi mesmo inferioridade. Ferguson merece todo o crédito do Mundo pelo que já fez (e ainda fará) pelo United, mas este Barcelona não é deste Mundo. É uma equipa a roçar a perfeição!
Uma palavra final para o futebol dos catalães: quer-me parecer que o mesmo parou no tempo e não afirmo isto como uma crítica. Com os seus jogadores formados na casa ou que já lá estão há muito tempo, logo em sintonia com a cultura do clube, um treinador para vários anos e conquistas sucessivas, um futebol de encher o olho e que fala à essência do mesmo como espectáculo de massas, este Barcelona parece descendente directo de gerações que nos deram Real Madrid, Benfica, Ajax, Bayern Munique ou Liverpool: equipas que, a determinada altura, dominaram a Europa a seu bel-prazer, com duelos memoráveis, impunham respeito onde quer que fossem, eram o paradigma do glamour futebolístico e que, além de terem a história factual do seu lado, levam consigo o estatuto de lendas. A equipa de Guardiola caminha a passos largos para isso, algo notável para um futebol comandado por interesses económicos – e a nós, meros espectadores, só nos resta sentar e admirar a magia que emana dos pés de Messi, Xavi, Iniesta, Villa e restantes companheiros.
Eu, o rapaz que nunca foi dado a jogos de consola pós-Mega Drive e jogos de PC nem vê-los, confesso que me encontro viciado no Pro Evolution Soccer 2009. Anos a gozar com a malta que perdia horas nisto e agora passei para o outro lado. Já enrabo Inters, Portos e Barças (e outros jogadores, olé!), e sem jogadas estudadas nem grandes tácticas: chegando à área contrária, o céu é o limite para o Quadrado. Claro que isto no nível médio e sempre com o Manchester, o que aumenta as probabilidades de sucesso do meu futebol digno de um Quique Flores ou de um Paulo Bento em dia sim. Já berro com os jogadores, grito golo, lamento um falhanço e vibro com uma boa jogada. O Olympiakos que vá esperando pela desforra!
E sim, admito: agora é-me impossível ver um jogo do Benfica sem pensar "x! x! XXXXX pá!!!"
Acima de tudo espero (eu e toda a gente) que seja um jogo espectacular. Ainda assim, aposto num 2-1 para o Barcelona. Acho que as duas equipas se vão anular mutuamente, mas quem tem Messi, Iniesta, Eto'o e Henry não tem nada a temer. Excepto as frangalhadas de Valdés...
Mais palpites?
[Actualização 23h07]
O jogo não teve muita história: o Manchester United mostrou em exactos 9 minutos que é uma grande equipa. Depois o Barcelona marcou e nunca mais largou o controlo do jogo. Que banho de bola levou o United, com uns fogachos aqui e ali, mas nada que ameaçasse a superioridade Espanhola. Dos jogadores que enunciei lá em cima acrescentem Xavi: que classe! Lá teve de ficar o Ronaldo a chuchar no dedo (ok, ele até foi dos melhorzinhos, Rooney e a defesa é que estiveram irreconhecíveis). O Barcelona acaba por confirmar as minhas previsões desde o início da época: este ano iam limpar tudo com aquela máquina imparável. E limparam. Liga, Taça e Champions. Goleadas atrás de goleadas. 6-2 no Bernabéu. Fenomenal!
Triste pela descida do Boavista à 2ª Divisão. Nos anos negros do Benfica, acompanhei os jogos dos axadrezados e aprendi a admirar o clube. A equipa não era das melhores e o futebol praticado não era nenhum espanto, mas a garra posta em campo aliada ao facto de um clube "pequeno" afrontar os grandes do costume, fez meio país acompanhar o Boavista a sagrar-se campeão nacional e os seus brilharetes na Europa. Também gostava muito de ir ao Bessa ver jogos do Benfica, pese o preço proibitivo que cobravam pelos bilhetes. E agora nada disto voltará, pelo menos nos próximos tempos. Triste pelo clube, mas não pelas administrações que teve ao longo dos anos: foram elas que enterraram o Boavista. Nunca pensei que a possibilidade de um Sp. Espinho x Boavista me entristecesse tanto.
Por outro lado, fico contente com a descida do Belenenses, embora acredite que ainda se vão manter à custa dos problemas financeiros do Estrela (o que é da mais elementar justiça, atenção!). De vendidos àquele clube está o campeonato cheio, mas a coisa continua equilibrada: a Olhanense a União de Leiria subiram. E não esquecer a Académica, o Sp. Braga, e o Vitória de Setúbal. Tudo normal, portanto.
Na próxima Quarta-feira joga-se a final da Liga dos Campeões e, pelosegundo ano consecutivo, as duas melhores equipas da Europa disputam o caneco. Confesso que simpatizo muito mais pelo Manchester United do que pelo Barcelona (Real Madrid forever!), mas por uma questão de honra pessoal, estarei a torcer pelos catalães. Ando há meses a dizer que eles vão papar tudo e não podem descarrilar na última estação. Há anos que o Barça não jogava assim tão bem (para falar a verdade, há anos que uma equipa não praticava um futebol tão atraente). Nem quando foram campeões europeus em 2006 jogavam tanto assim. Guardiola deve ter uma poção mágica qualquer.
E agora, o assunto mais delicado: o Benfica. A época foi má. Foi roubado em muitos jogos. Não jogou uma beata noutros tantos. O Benfica é isto: um misto de culpa própria com intervenção de terceiros. Ambas não se justificam, mas acabam por se complementar. Gosto de Quique, da sua postura e do seu discurso. Como treinador já não gosto tanto e andei até à última a aguentar a corda. Neste aspecto, do apoio à equipa, nada a dizer: nenhuma equipa e treinador tiveram tanta margem de manobra por parte dos adeptos. Se ficar (o que duvido), poderá mostrar que aprendeu com os erros desta época, mas, ao mínimo deslize, terá a cabeça a prémio. Admito que fui dos que rejubilou com a saída de Fernando Santos, embora o timing não fosse o melhor. E isso acabou por custar a época inteira ao Benfica. Não quero ver isso repetido. Ficar atrás do FC Porto já é normal (não devia ser, mas é - pensem o que quiserem desta afirmação), mas ficar mais um ano atrás do Sporting é imperdoável. Não sou particularmente um fã de Jorge Jesus (acho que beneficia de uma boa imprensa), mas antes ele que Scolari.
Entre a Nossa Senhora do Caravaggio e o filho do Todo-Poderoso não há muita discussão. Ou estarei errado?
Assim a modos de recapitulação:
GALP e o preço dos combustíveis
Chulice. Não me ocorre melhor palavra para a atitude da GALP: o preço do petróleo baixa a cada dia, mas baixar os preços tabulados nem pensar. Pelo menos, não imediatamente. Quando subir, podemos esperar um acréscimo logo no dia seguinte. E já inventaram mil e uma desculpas para fugir com o rabo à seringa: são os assaltos aos postos de abastecimento (embora não conste que alguém tenha levado combustível), é o preço do crude que baixa em dólares e não se reflecte no euro (sem comentários...), até queriam aumentar o preço durante a noite por causa da insegurança. E o Governo assobia para o lado.
Cultos religiosos
Em tempos de crise, o povo vira-se para qualquer coisa que lhe dê esperança. Isto porque, pelo menos aqui em Espinho, têm-se multiplicado como coelhos as igrejas "alternativas". São já umas cinco ou seis. Todas diferentes, cada uma oferece um perspectiva distinta e uma oportunidade de acabar com os problemas de cada um (dizem eles). O dízimo é que não pode faltar, pois claro. Há uma que acho um piadão: chama-se Lions qualquer coisa e o slogan diz "a Igreja que tem cara de Leão" (devem ser adeptos do Sporting). Meus amigos, com um slogan assim, que vos leva a sério? O pior é que o Cine-Teatro S. Pedro cá da cidade estava parado há muitos anos e, recentemente, foi vendido a uma dessas igrejas. E o caldo entornou, porque esse espaço faz parte do erário público e não pode ser simplesmente vendido a um privado. Agora é ver a Câmara e a Junta a passar a batata quente para apurar responsabilidades, mas que lhes sirva de lição para não deixarem um espaço cultural em boas condições ao abandono. Espinhenses, uni-vos e formai uma comunidade tipo os Amigos do Coliseu (lembram-se?) e ajudai a salvar o Pedrinho das garras de Satanás (ok, exagerei um pouco agora).
Liga dos Campeões
Começa hoje a grande competição europeia. Digam o que disserem, a Liga dos Campeões tem outro perfume em relação às restantes competições de clubes (apesar de eu ser mais Taça dos Campeões Europeus). Será que o Sporting vai ajudar à crise do Barcelona? Ou como bons hóspedes, ajudarão a reconciliar os catalães com os adeptos? Será que é desta que Mourinho, novamente com tantos milhões na mão, ganha outra vez a Champions? O Real passará dos oitavos? E Scolari fará alguma coisa de jeito? O Manchester United desilude ou confirma? Será o FC Porto eliminado por outra equipa (muito) menos cotada? Platini continuará a atormentar o FC Porto a cada jogo da Champions? As respostas a partir de hoje até Maio de 2009.
Benfica TV
Boa aposta da parte do Benfica de inaugurar o próprio canal com a transmissão em exclusivo da partida da segunda mão com o Nápoles no MEO. Já que a Zon/TV Cabo andou a empatar o mesmo durante meses a fio, que sequem mais um tempinho (e, atenção, que eu tenho Zon). Mas acredito que, a longo prazo, a Zon e o Benfica acabem por chegar a acordo. Eu já tenho onde ver o jogo (ter amigos com MEO dá sempre jeito) e na altura farei a análise do mesmo, bem como do canal e da transmissão em si. Isto se o resultado for bom, senão... faço de conta que esqueci. Nos relvados, Quique Flores não esteve com meias medidas e suspendeu Cardozo dos treinos por falta de empenho. Já lhe chamam conflituoso. Quer dizer, Paulo Bento parece estar de relações cortadas com Vukcevic e Stojkovic e é disciplinador; Jesualdo Ferreira é insultado por Quaresma durante dois anos, mas, cuidado, que ele é disciplinador; Quique exige mais dos seus jogadores e é conflituoso. Há algo que me escapa na imprensa portuguesa...
Gotan Project em Portugal
Há dois anos, vieram cá duas vezes e eu não pude ir nenhuma. À terceira é (será?) de vez! Dia 20 de Dezembro, podem marcar aí na agenda, na Praça de Touros do Campo Pequeno. O pior é que só mesmo em Lisboa, desta vez eles não vêm ao Porto. O que me deixa fulo da vida, porque lá terei que me fazer à estrada ou pedinchar guarida aos alfacinhas. Mas desta não passa, raios! Alguém interessado desse lado?
Escolaridade obrigatória
Cavaco Silva defende a escolaridade obrigatória até ao 12º ano. O ensino secundário não deve ter mudado muito desde o meu tempo (até pareço velho a escrever uma coisa destas), embora tenha passado por duas ou três reformas... "teóricas", e quer-me parecer que, nas circustâncias actuais, aquilo que Cavaco defende é uma palhaçada. Se tentassem melhorar as condições e os critérios do ensino, assim até se podia pedir um alargamento da vida escolar. Mas enfim, neste Governo do "faz de conta", há algo com que podemos sempre contar: a coerência disfarçada. Qualquer medida tomada tem sempre o objectivo obscuro de mostrar que se reduzem as desigualdades, que se faz um grande esforço em conter o défice, que nas diferentes áreas da sociedade há progresso e que está tudo controlado. Tudo pelas aparências, num verdadeiro chico-espertismo à portuguesa. Umas vezes resulta, outras não.
Regresso às aulas
Já não sei o que isso é.
Jogou-se ontem à noite a final da Liga dos Campeões, opondo o Manchester United e o Chelsea, respectivamente, campeão e vice-campeão da liga inglesa. Foi uma final especial, pelo simples facto de estarem em campo aquelas que são, provavelmente, as melhores equipas da Europa, algo que não devia acontecer numa final da Champions há bastante tempo.
Apesar de ter havido apenas dois golos e do jogo ter chegado a prolongamento e a penalties empatado a uma bola, foi um encontro emotivo com duas partes distintas: a primeira dominada pelo Manchester United, a segunda pelo Chelsea, sendo que no prolongamento as coisas foram mais equilibradas. O Manchester podia ter chegado ao intervalo a ganhar por mais, não fossem os reflexos de Peter Cech e a azelhice de Tevez, mas o Chelsea também atirou duas bolas ao poste. Como o jogo vai ser dissecado nos meios apropriados, só queria deixar aqui uns apontamentos:
Amanhã, ponho aqui as minhas impressões sobre Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, que acabei de ver no cinema. Mas não se entusiasmem muito, o filme é uma valente decepção...