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O Grande Gatsby

por Antero, em 24.05.13


The Great Gatsby (2013)

Realização: Baz Luhrmann

Argumento: Baz Luhrmann, Craig Pearce

Elenco: Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Joel Edgerton, Elizabeth Debicki, Isla Fisher, Jason Clarke
 

Qualidade da banha:

 

Publicado em 1925 no auge da "Era do Jazz", O Grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald só ganhou reconhecimento público décadas depois pela sua acutilante desconstrução do propalado "Sonho Americano" e por criticar os excessos da alta sociedade dos Loucos Anos Vinte (e cujas alfinetadas podem ser aplicadas a qualquer outra época). Assim, não deixa de ser espantoso como uma obra tão famosa seja tão pouco relevante no Cinema: tirando um telefilme, foram somente três adaptações sem relevância para o grande ecrã - sendo a mais conhecida a sonolenta longa-metragem de 1974 com Robert Redford e Mia Farrow nos principais papéis. Este novo filme de Baz Luhrmann eleva a contagem para quatro e é uma pena que a qualidade das mesmas também não sofra uma melhoria.

 

Seguindo de perto a história de Fitzgerald, O Grande Gatsby começa logo mal ao iniciar-se num sanatório onde o depressivo e alcoólico Nick Carraway (Maguire) relata como conheceu um homem inspirador chamado Gatsby – um prólogo inexistente no livro e que só foi acrescentado para fazer uma óbvia rima com o desfecho. A narrativa recua, então, para o verão de 1922 quando Nick chega a Long Island e arrenda uma pequena casa ao lado da luxuosa mansão do enigmático Jay Gatsby (DiCaprio). Ao mesmo tempo, Nick reaproxima-se da sua prima Daisy (Mulligan) e do seu marido, Tom (Edgerton) e, com o decorrer do verão, trava também conhecimento com Gatsby ao ser convidado para uma das suas festas - sem saber que este e a sua prima tiveram uma relação amorosa uns anos antes.

 

Com todos os excessos que fizeram de Moulin Rouge uma experiência tão arrebatadora e que falharam miseravelmente em Austrália, O Grande Gatsby traz o virtuosismo, a panóplia visual e o majestoso trabalho de design de produção que já se tornaram a assinatura de Luhrmann, mas o que realmente impressiona é a gritante falta de energia da narrativa. Amante do espetáculo no seu sentido mais literal, Lurhmann incha a projeção com efeitos especiais, movimentos de câmara improváveis (obviamente feitos por computador) e uma montagem frenética que sugam qualquer peso dramático que as trajetórias de Gatsby, Daisy e Nick pudessem evidenciar - e para comprovar isto basta reparar como o passado de Gatsby e a sua ascensão económica são revelados quase por acaso e sem grande profundidade e, só mais tarde, o facto é encarado pelos demais com absoluta seriedade. Já o desencanto de Nick com o luxo e a hipocrisia que o rodeia soa súbito demais, visto que em nenhum momento anterior ele se mostrara desagradado com a opulência à sua volta – e mesmo o seu tão admirado Gatsby não se furtava de ostentar a sua riqueza.

 

É claro que com personagens tão parcamente desenvolvidas nenhum elenco faz milagres: DiCaprio só funciona enquanto o seu Gatsby ainda é um enigma e depois mostra-se desconfortável com o avançar da história; Maguire atua como observador e tem um papel tão passivo na narrativa que praticamente poderia ser excluído sem grandes danos; e a talentosa Carey Mulligan é um autêntico peso morto em cena, sem nenhuma química com DiCaprio ou qualquer um que a acompanhe (o que me levou a questionar a sanidade de Gatsby por estar perdidamente apaixonado por uma pessoa assim). Já o restante do ótimo elenco é desperdiçado em papéis que não deixam impressão alguma.

 

Contudo, é mesmo Baz Lurhmann que se espalha ao comprido. Todo o apuro técnico em desfavor da narrativa acaba por transparecer a triste conclusão que ele glorifica aquilo que Fitzgerald condenava: os excessos patrocinados pela prosperidade económica. Além disso, a sua opção de incluir músicas contemporâneas (de autores como Jay-Z ou Lana Del Rey) não tem qualquer justificação e atiram imediatamente o espectador para fora do filme. Outra opção sem nexo é a forma como ele "potencializa" o efeito tridimensional através de palavras que surgem na tela enquanto são narradas, o que, além de ridículo (eu vi o filme em 2D), não tem qualquer propósito narrativo. E para uma história sem nenhum teor fantasioso, não é estranho ver como aquele "Vale das Cinzas" - que realmente existiu - parece saído de um filme de... Baz Luhrmann?

 

Visualmente exuberante, mas dramaticamente vazio, O Grande Gatsby é, em última instância, um falhanço. Com certeza que se trata de um regalo para os olhos, mas não deixa de ser um falhanço.

 

publicado às 00:17

J. Edgar

por Antero, em 30.01.12

 

J. Edgar (2011)

Realização: Clint Eastwood

Argumento: Dustin Lance Black

Elenco: Leonardo DiCaprio, Armie Hammer, Naomi Watts, Judy Dench, Josh Lucas, Jeffrey Donovan
 

Qualidade da banha:

 

Louve-se a coragem de um octogenário Clint Eastwood em abraçar a biografia de J. Edgar Hoover, o polémico diretor do FBI por 47 anos, com um enfoque maior na sua vida privada do que propriamente na sua trajetória no seio da agência. Os elogios, porém, ficam-se mesmo pelas intenções, visto que J. Edgar é uma obra irregular, aborrecida e – acima de tudo – cobarde. Não adianta mergulhar no Homem se é para ignorar pontos relevantes com o objetivo de suavizar a sua personalidade: Hoover era um canalha sem escrúpulos, mas Eastwood e o argumentista Dustin Lance Black (de Milk) fazem com o mesmo seja digno de pena e, de certa forma, as suas ações reprováveis tenham alguma justificação.
 
Retratando as várias décadas que Hoover esteve no poder do ponto de vista do próprio (que pretende registar as suas memórias), J. Edgar adota a velha dinâmica de analepses e prolepses que, surpreendentemente, acabam por não confundir o espectador, embora não consigam contornar o problema de soarem episódicas. Assim, num momento vemos um jovial Hoover (DiCaprio) a tentar implementar mecanismos mais avançados nas investigações (como a ciência forense) em plena Grande Depressão e, noutros, um envelhecido ser que relembra a sua vida, sempre com a fiel secretária Helen Gandy (Watts) a seu lado e com aquele que viria a tornar-se o seu braço direito, o advogado Clyde Tolson (Hammer), e alvo das suspeitas que de um romance entre os dois, ainda que casto.

O preocupante em J. Edgar é o facto de que, por ser uma biografia, este aprofunda pouco o seu objeto de estudo: quem era realmente J. Edgar? Por que Gandy e Tolson o acompanharam por tantos anos se ele revelasse uma pessoa mesquinha, paranóica e vingativa? Como conseguiu ele escapar por tantos anos incólume à base de chantagens de segredos sexuais dos seus inimigos políticos? Ele serviu oito presidentes; como ninguém lhe deitou a mão? As respostas, infelizmente, acabam abordadas ao de leve e o seu compromisso com o trabalho é refletido numa espécie de submissão à mãe (Dench), que quase o transforma num Norman Bates. A sua relação com Tolson, por outro lado, é construída com subtileza e com uma tensão sexual constante, mas não materializada, sendo apenas estragada por pavorosos diálogos como "teremos que almoçar e jantar juntos todos os dias, para sempre" ou um "amo-te Clyde" dito por Hoover quando o companheiro se ausenta.

Com uma óbvia palete de cores frias e cinzentas e uma iluminação que deixa várias cenas decorrerem na escuridão total (o que é péssimo), J. Edgar faz uma boa e consistente reconstituição de época, o que é notável para uma história que abarca cinco décadas distintas, mas a película espalha-se ao comprido no quesito da maquilhagem usada para envelhecer as personagens que é simplesmente medonha (DiCaprio parece um boneco de cera ambulante). E por falar no protagonista, resta dizer que o ator faz um trabalho tão calculado nos tiques e no tom de voz que soa tudo menos natural e mais como alguém desesperado por um Oscar. Já Naomi Watts surge apagada, tal como Judi Dench, e só mesmo Armie Hammer provoca alguma comoção na cena em que confronta J. Edgar e dá a entender que compreende melhor a relação entre ambos do que o seu parceiro, que basicamente recalca os seus sentimentos e impulsos (como visto noutra ótima cena em que Hoover tenta explicar a sua condição à mãe).
 
Sem saber o que fazer com as acusações de homofobia, racismo e misoginia que cercaram a figura do diretor após a sua morte, Eastwood passa uma esponja sobre o assunto e ainda se dá ao desplante de fazer com que J. Edgar se oponha à caça aos comunistas levada a cabo pelo execrável Senador Joseph McCarthy, como se ambos tivessem ideologias muito diferentes. Já as alegações de travestismo e homossexualidade são tratadas com outro rigor e sensibilidade, embora o veterano realizador force a mão ao retratar o quarto de Hoover como um amontoado de figuras fálicas e vestes femininas.

O pior, no entanto, é ver que J. Edgar tinha a desculpa ideal para traçar um retrato mais simpático de Hoover, já que a ideia que move a narrativa são as suas memórias (o que não isenta o filme da sua moralidade falhada, claro), apenas para arruinar tudo numa cena em que Tolson expõe várias mentiras perpetuadas por J. Edgar no livro do qual é autor – e se houve coragem para, num último fôlego, revelar o cinismo e a corrupção da sua personagem principal, por que não houve para tudo o resto?

J. Edgar Hoover foi tudo menos um coitadinho e desconfio que até o próprio desprezaria esta biografia.

 

publicado às 18:52

A realidade sonhada

por Antero, em 23.07.10

 

Na comunidade cinéfila, há um certo número de indivíduos que repudiam o conceito de blockbuster (muitas vezes com razão, como comprovam as porcarias lançadas por Hollywood todos os anos). Lançados nas alturas de maior afluência às salas (Natal e Verão do hemisfério Norte), os blockbusters são aqueles filmes de grande orçamento que aplicam o paradigma do espectáculo de massas que é o Cinema, apostando em valores técnicos que, muitas vezes, não encontram reflexo num aprimoramento narrativo. Expoente máximo do negócio que sustenta Hollywood, a maioria desses filmes não vale um décimo da milionária campanha publicitária de que são alvos e, por isso, é tão prazeroso assistir a um filme como A Origem: sem renegar a sua génese de entretenimento sazonal feito para render milhões, ele consegue a proeza de aliar o melhor que a tecnologia actual oferece a uma história insólita, inteligente e fascinante. Mérito para Christopher Nolan, um dos poucos artesãos que ainda consegue criar obras instigantes sem tratar o espectador como um atrasado mental.

 

Desenvolvido durante mais de uma década e alvo de extensas revisões, A Origem traz Dom Cobb como um profissional de uma arte peculiar: ele consegue extrair segredos valiosos dos sonhos dos seus alvos quando estes se encontram num sono profundo, logo quando a mente está mais vulnerável e o subconsciente se encontra mais activo. A sua habilidade é um trunfo na área da espionagem empresarial e Dom, bem como a sua equipa, é encarregue de um trabalho arriscado e complexo - em vez de retirar uma ideia, eles terão que plantar uma na mente de um herdeiro de uma companhia poderosa e, com isso, fazer com que ele desmembre o vasto império do seu pai enfermo. Como fugitivo internacional, Dom encara esta tarefa como a saída necessária para voltar à sua família e encerrar as acusações que recaiem sobre si, algo que não será nada fácil, visto que a sua própria consciência pode deitar tudo a perder.

 

Tal como emShutter Islandlançado este ano, Leonardo DiCaprio interpreta Dom como um sujeito dividido entre a realidade e o sonho, remoído por actos passados e que encontra nas suas memórias o escape necessário para manter a sua sanidade e, também como no filme de Scorsese, uma figura feminina representa a origem da sua psique conturbada. Como herói torturado, DiCaprio parece repetir o mesmo Teddy Daniels daquele filme só que, aqui, Dom parece estar em absoluto controlo de tudo o que o rodeia, isto até as suas próprias lembranças comecem a ameaçar o sucesso da empreitada. E que empreitada: dissecando a psique humana de várias formas, Nolan mergulha-nos numa viagem surrealista que envolve sonhos dentro de sonhos, vários níveis de consciência, consciências paralelas e um sem número de alegorias que remetem para a eterna batalha entre as diferentes instâncias do aparelho psíquico (Id, Ego e o Superego).

 

Por exemplo, para exemplificar a mente fracturada de Cobbs, Nolan não hesita em utilizar a metáfora de um elevador no qual cada andar corresponde a um nível da estrutura mental (memórias) que ele idealizou, ao mesmo tempo que sugere que, a cada etapa da missão, a noção de tempo torna-se mais difusa, retratando a distância cada vez maior da realidade (o que levará ao clímax, na qual três acções paralelas convergem de forma impactante). Por outro lado, a morte no irreal representa o despertar da consciência do indivíduo; os acontecimentos de um nível superior influenciam os do seguinte; e cada um dos intervenientes no processo deve ter um objecto pessoal (um totem) que servirá como âncora para a realidade. Todos estes conceitos engenhosos vêm embrullhados numa estrutura de heist movie (filme de golpe) que compensa as partes mais cerebrais do filme com elaboradas sequências de acção.

 

Repleto de cenas de inegável beleza plástica (os planos em câmara lenta são de tirar o fôlego e a luta num corredor de hotel é sensacional), A Origem conta com faustosos efeitos especiais que, longe de serem um mero artifício, soam orgânicos à narrativa: se abrimos a boca de espanto por vermos parte de uma cidade ser "dobrada" é pelo que aquilo representa no contexto - nada mais do que a infinitude das capacidades da mente humana aquando o sonho. Além disso, o filme conta com um elenco em perfeita sintonia, do qual se destacam Ellen Page como a novata Arquitecta a desvendar as possibilidades do processo de Extração (tal como nós), Joseph Gordon-Levitt a destilar profissionalismo como o Apontador, Tom Hardy como o desconfiado Falsificador, Cillian Murphy como o milionário emocionalmente atormentado pela sua relação fraterna, e, claro, Marion Cotillard que, em poucos minutos, cria uma personagem trágica dividida entre o real e o que ela quer que seja a sua "realidade".

 

No entanto, o grande mérito de A Origem é a sua confiança na inteligência do espectador, obrigando-o a pensar por si e a estar atento a cada pormenor, sob pena da compreensão da obra ficar irremediavelmente perdida (não há cá finais mastigados a explicar tudo ao pormenor). Tal como acontecia em Memento ou O Terceiro Passo, o argumento é hipnotizante na forma como vai arquitectando as suas ideias, além de oferecer um protagonista com traços em comum com tantos outros das obras anteriores de Nolan (o indivíduo que, em busca da redenção, é capaz de pôr tudo em causa para o conseguir - aqui é a noção de "realidade"). Merecedor de ser visto mais do que uma vez, A Origem é uma experiência altamente gratificante capaz de prender a atenção do espectador até ao último segundo.

 

Literalmente.

 

Qualidade da banha: 19/20

 

publicado às 19:45

Uma outra ilha misteriosa

por Antero, em 28.02.10

 

Muitos consideram que este último decénio fez mal ao bom velho Marty, que se deixou acomodar no lado mais comercial de Hollywood e deixou de ser o autor de outros tempos. Da minha parte não concordo: é certo que Gangs de Nova Iorque esteve aquém das expectativas, mas O Aviador e The Departed - Entre Inimigos deram novo fôlego a Scorsese (não vi, ainda, Shine a Light) e, em muito tempo, os seus filmes começaram a aliar boas carreiras nas bilheteiras com os elogios da crítica. Para todos aqueles que consideram que o mestre já não é o mesmo, é bem provável que o comercial Shutter Island seja mais lenha para a fogueira, levando-os a ignorar os méritos da produção e a passar um pano sobre o facto de que, mesmo a conduzir obras pouco pessoais, Scorsese já teve bons resultados como comprovam A Cor do Dinheiro ou O Cabo do Medo.

 

Em 1954, dois U.S. Marshalls são chamados para a remota ilha Shutter, onde funciona uma instituição psiquiátrica, com o objectivo de investigar o desaparecimento de uma paciente. A instituição alberga criminosos com doenças mentais e a desaparecida tem tendências homicidas. Para piorar, a mesma desapareceu sem deixar rasto e tudo indica que ainda estará na ilha, da qual se aproxima uma tempestade que a deixará isolada por uns dias. Um dos Marshalls é Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) que tem traumas de guerra para superar e depara-se a relutância do pessoal do hospital em colaborar nas investigações. Aos poucos, o clima de paranóia adensa-se e Teddy será obrigado a confrontar os seus fantasmas para resolver o caso.

 

Mergulhando o espectador numa atmosfera claustrofóbica, opressora e desconfortável, Scorsese deixa o público às cegas tal como o seu protagonista, o que se revelará importante para a compreensão da sua trajectória, algo salientado pelo própria situação social da altura, com a guerra às bruxas e ao comunismo promovida pelo Senador McCarthy. Teddy perdeu a esposa há uns anos e ainda não superou o choque da violência e degradação humana que presenciou no campo de extermínio de Dachau e como ele comprovou o pior que a natureza humana pode realizar, nada mais acertado que este se encontre dividido entre o que é irreal ou não compartilhando essa experiência com a plateia. Sonho e pesadelo, realidade e ficção andam de braço dado ao longo da projecção e Scorsese parece divertir-se imenso ao brincar com as expectativas e os receios do público, ao mesmo tempo que evidencia o seu típico amor pela Sétima Arte que vão de referências a filmes de terror dos anos 40, 50 e 60, passando por Hitchcock e Brian DePalma, onde a ambientação contava muito.

 

Para isso contribui a própria ilha Shutter que parece ganhar vida na objectiva de Scorsese: local deprimente tanto nos interiores do hospital como na vastidão florestal ou nas imponentes falésias, tudo contribui para a constante sensação de perigo que aflige o protagonista e, consequentemente, o espectador. Porém, nada disso valeria a pena se a personagem principal não levasse o público a identificar-se com ela e, neste aspecto, o filme só sai a ganhar com a actuação cuidada de Leonardo DiCaprio que há muito deixou de ser uma carinha laroca para se transformar num actor maduro e inteligente. O elenco secundário também não faz feio: Mark Ruffalo transmite confiança como o agente Chuck Aule, Sir Ben Kingsley demonstra todas as nuances e dualidades do afável e misterioso Dr. Cawley, ao passo que Michelle Williams desperta a nossa pena como a sofrida Dolores e o veteraníssimo Max von Sydow é a autoridade em pessoa como o Dr. Naehring.

 

Contando com uma fotografia belíssima de Robert Richardson que deprime e fascina na mesma medida e uma montagem precisa de Thelma Schoonmaker, ambos colaboradores habituais de Scorsese, Shutter Island até pode ter um desenlace mastigado demais para o público, mas o mesmo funciona porque acompanhamos toda a turbulência interior do momento e as razões que levaram até lá. E, como tantas vezes na sua filmografia, Scorsese oferece-nos a dissecação de um protagonista trágico, numa batalha consigo mesmo e com o seu habitat, tal como Travis Bickle, Jake La Motta, Robert Pupkin, Jesus Cristo, Frank Pierce e Howard Hughes.

 

Qualidade da banha: 16/20

 

publicado às 18:50


Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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