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Star Wars: The Force Awakens (2015)
Realização: J. J. Abrams
Argumento: Lawrence Kasdan, J. J. Abrams, Michael Arndt
Elenco: Daisy Ridley, John Boyega, Harrison Ford, Adam Driver, Oscar Isaac, Domhnall Gleeson, Carrie Fisher, Peter Mayhew, Lupita Nyong'o, Anthony Daniels, Gwendoline Christie, Max von Sydow, Mark Hamill
Qualidade da banha:
Star Wars: O Despertar da Força é uma gloriosa ode a um género (a space opera) e à saga que o popularizou. Vindo da fabulosa revitalização empregada em Star Trek (quanto a mim, os dignos sucessores - até agora - do legado de A Guerra das Estrelas), J. J. Abrams foi uma escolha mais do que certeira. É uma aventura com tudo no sítio: ação, drama, humor, tensão, novas e cativantes personagens, o regresso de velhos conhecidos e ótimos efeitos especiais, e lança eficientemente as bases para uma nova trilogia ao mesmo tempo que não se esquece de fazer a ponte dos episódios IV, V e VI para o século XXI. Não é só o Star Wars que esperamos; é aquele que merecemos.
(A partir daqui, este artigo discutirá detalhes da história de O Despertar da Força, embora nada de muito importante. Contudo, fica o aviso para aqueles que ainda não viram o filme e que pretendem preservar a experiência ao máximo. Fiquem com o primeiro parágrafo e depois voltem para o resto.)
Situado 30 anos após os eventos de O Regresso de Jedi, este Episódio VII traz um novo grupo - a Primeira Ordem - que faz a sucessão do Império de Palpatine e Darth Vader. A oposição continua a ser travada pela Resistência (agora abertamente suportada pela República) e é neste contexto que um mapa que revela a localização do desaparecido Luke Skywalker (Hamill) é cobiçado pelos dois lados de maneira a que o último representante dos Jedis possa se juntar à luta ou seja eliminado de vez. Assim, o piloto Poe Cameron (Isaac) é enviado para recuperar o mapa, numa aventura a que se juntarão Finn (Boyega), um stormtrooper arrependido, Rey (Ridley), uma sucateira do planeta Jakku, e BB-8, um dróide tão simpático que nos faz esquecer que foi criado primariamente para vender bonecada.
Afastando-se do tom computorizado estabelecido por George Lucas nas prequelas, O Despertar da Força recorre extensivamente a efeitos práticos para aproximar a atmosfera da primeira trilogia e usa o CGI com inteligência: ver, por exemplo, escombros de naves imperiais na paisagem da Jakku é algo que dá peso e relevância a eventos anteriores de maneira económica. Enquanto isso, Abrams homenageia Uma Nova Esperança de várias formas (Jakku é basicamente Tatooine, o mapa escondido no BB-8 remete à mensagem de Leia guardada no R2-D2, Kylo Ren é o novo Darth Vader) sem deixar de lhe dar um toque mais fresco - e a irreverência mostrada na primeira aparição da Millennium Falcon levou-me a soltar um imenso "ah-ha!" durante a sessão. O bom humor, aliás, é algo que se faz presente no filme inteiro em tiradas diretas e rápidas que não o deixam descambar num festival de piadinhas tão comum hoje em dia (sim, Marvel Studios, estou a olhar para ti).
Mas se há algo que fará o Episódio VII preencher o coração de qualquer fã (e não só) é a energia impressionante da primeira metade. Os acontecimentos sucedem-se a uma velocidade vertiginosa, as sequências de ação são primorosas e bem conduzidas por Abrams (com a perseguição da Falcon à cabeça) e até os duelos de sabres de luz, que perigavam cair na mesmice, são empolgantes graças à abordagem mais "realista" e que evita elaboradas coreografias (até porque a maioria das personagens que os manuseiam não são treinados na arte). É uma pena, portanto, que a segunda hora não consiga acompanhar a pulsante vitalidade evidenciada até aí já que, chegado o momento das explicações, estas não estão à altura da brilhante construção que levam até elas e o excesso de exposição torna-se flagrante (tanta coisa com o mapa e ele nem tem justificação para existir). Além disso, as homenagens orgânicas ao restante da saga ganham proporções gigantescas ao ponto de O Despertar da Força assemelhar-se, a certa altura, a uma preguiçosa refilmagem de Uma Nova Esperança. Outro problema é ver Star Wars a aderir à enjoativa mania de deixar imensas pontas soltas para capítulos vindouros sacrificando a unidade e coesão de cada filme. Até O Império Contra-Ataca, mesmo com o seu final em aberto, tinha um desfecho com maior sentido de encerramento, como algo acabado - o que não acontece aqui.
Isto, porém, são gotas num mar de acertos. As novas adições pegam de estaca e cativam o espectador: Rey é uma mulher forte e decidida que não precisa de ninguém que a ampare, Finn desperta a nossa simpatia pelo seu lado mais vulnerável e Poe, mesmo aparecendo menos, surpreende pelo seu estoicismo. Os atores que dão vida a este novo núcleo central têm carisma e talento para dar e vender e são secundados por um elenco de veteranos mais do que acostumados a estas andanças - e Harrison Ford é encarregue da tarefa de fazer a passagem de testemunho da velha para a nova geração. Já o vilão Kylo Ren (Driver) não chega aos pés de Darth Vader, mas isso não é problemático: é uma agradável surpresa vê-lo como um indivíduo conflituoso e temperamental, numa dinâmica inversa daquela vista inicialmente no Sith com a respiração mais conhecida da galáxia (não dá para adiantar mais do que isto).
Recheado de nostalgia e de ação, O Despertar da Força atende às enormes expectativas criadas nos últimos meses, injeta nova vida em Star Wars e é um belo conforto para todos aqueles que ficaram desagradados com as prequelas. Para todos os outros mortais que gostam de uma empolgante aventura, é simplesmente obrigatório.
Apontamentos soltos:
Cowboys & Aliens (2011)
Realização: Jon Favreau
Argumento: Damon Lindelof, Alex Kurtzman, Roberto Orci, Mark Fergus, Hawk Ostby
Elenco: Daniel Craig, Harrison Ford, Olivia Wilde, Sam Rockwell, Paul Dano, Clancy Brown, Keith Carradine
Qualidade da banha:
Cowboys & Aliens é tudo aquilo que o título promete: uma subversão do western típico... com alienígenas! Isto, porém, não o torna mais interessante e se há aspecto que irrita na produção é como a mesma foi capaz de juntar tanta gente talentosa e tornar-se numa obra tão pouco imaginativa. Ora vejamos: Jon Favreau realizou o óptimo Homem de Ferro e é um bom director; Damon Lindelof comandou a maior parte de LOST; Kurtzman e Orci são responsáveis pela fantástica Fringe (embora tenham cometido Transformers); junta-se o James Bond, o Indiana Jones e a Thirteen de House no velho oeste e só poderíamos esperar boa coisa. Bem, nem tanto.
Passado em 1873, no Arizona, Cowboys & Aliens começa com Jake Lonergan (Craig) a acordar no meio de nenhures, sem lembranças de seu passado e com uma entranha pulseira agarrada ao seu pulso. Ele acaba por ir parar à desértica e pequena cidade Absolution, onde o medo impera e as pessoas não são acolhedoras. Tudo se complica para quando criaturas vindas do céu passam a atacar a cidade, desafiando tudo o que a população já conheceu. Jake, rejeitado pelos habitantes, é a única esperança de sobrevivência e um grupo é formado para combater a ameaça extraterrestre.
Esse grupo, convenhamos, não passa de um bando de clichés ambulantes: há o amnésico que se recorda de tudo aos poucos; o valentão mal-humorado que domina a cidade (Ford); o medricas que parte em busca da esposa e abomina a violência (Rockwell); a mulher misteriosa que nem parece fazer parte daquele contexto (Wilde), o indígena que, empregado do valentão, é ostracizado por este; o médico/pregador que tenta ajudar toda a gente; o xerife bem intencionado; e o miúdo que deve ser protegido das ameaças que enfrentam. Depois há os índios mal encarados e pouco dispostos a colaborar com o "homem branco" e gangues de saqueadores que vêm nos aliens uma nova forma de lucrar. Não que haja algum problema em trabalhar com estereótipos; é preciso que estes sejam bem trabalhados, o que prejudica não só as personagens (cuja profundidade é nula), mas também a própria história que, em pouco tempo, torna-se um exercício de paciência tamanha a sua previsibilidade.
No entanto, isto seria até expectável num filme com cowboys... e aliens! O grande trunfo do argumento (baseado numa banda desenhada pouco conhecida) é mesmo a variação sobre o tema "cowboys versus índios" ou "cowboys versus gangues", embora estes apareçam lá para o meio sem nada que os distinga de outras obras do género. O que interessa realmente aqui são os extraterrestres e é neles que o filme aposta todas as fichas – apenas para perder a jogada. Com um design confuso e sem personalidade, os alienígenas decepcionam a nível visual e narrativo, já que nunca chegam a ser aquele perigo todo que as primeiras aparições sugeriam e Cowboys & Aliens funciona melhor antes de os mostrar em todo o seu (pouco) esplendor. Além disso, as suas motivações desapontam por serem mal exploradas, apesar de estarem devidamente enquadradas com a época e o estilo cinematográfico em questão.
Por outro lado, é sempre um prazer ver Harrison Ford em cena (ainda que no piloto automático) a brincar com o seu cinismo crónico e constatar a segurança que Daniel Craig imprime a Jake, além de admirar a beleza estonteante de Olivia Wilde, não obstante o anacronismo da sua "donzela". O que já não é nada mau num filme em que a dinâmica daqueles indivíduos é desenvolvida de maneira formulaica e cujas sequências de acção são pura fanfarra visual e auditiva. Tendo em conta os envolvidos, esperava-se mais do que um simples e derivativo passatempo ligeiro.
Aqui há uns tempos ao ser entrevistado, George Lucas, criador e produtor das sagas A Guerra das Estrelas e Indiana Jones, referiu-se do seguinte modo ao novo filme da saga do arqueólogo Henry Jones Jr., que, na altura, estava em fase de filmagens: "Basicamente, vamos fazer A Ameaça Fantasma outra vez!". Ele não estava a menosprezar o filme dizendo que ia ser mais fraco que os restantes, como aconteceu com o chato episódio I da saga intergalática. O que ele queria dizer era que as expectativas eram tão grandes que, dificilmente, o filme conseguiria estar à altura delas. Tendo isto em mente, o que leva a ele, a Steven Spielberg e a Harrison Ford a levar avante uma nova empreitada, que chega hoje aos cinemas com o nome Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, sabendo que tal poderá não resultar como eles desejam?
Dinheiro e estatuto. Esta é a mais pura verdade: Lucas tem de lançar um filme ultra-lucrativo a cada 3 anos, Spielberg tem de cair nas graças do público novamente e voltar a fazer êxitos planetários e Harrison Ford tem de se manter no activo (e com sucessos já agora, que os últimos filmes dele...) sob pena de não poder voltar às luzes da ribalta. Certamente, será isto que lhes passa pela cabeça porque eu não vislumbro outra justificação para lançar mais um capítulo da saga, que é, com certeza, uma daquelas desilusões cinematográficas que um gajo apanha quando o rei faz anos.
Comecemos pelo argumento: os três sempre disseram que só voltariam com um novo filme caso a história fosse realmente boa e tivesse algo a acrescentar à ex-trilogia. Pois bem, a história não tem ponta por onde se lhe pegue, está cheia de furos e quando o filme realmente acerta no ponto (pouquíssimas vezes) deve-se mais à mitologia estabelecida pelos 3 primeiros filmes do que propriamente por ideias novas. E se o "algo a acrescentar à saga" vem na personagem de Mutt Williams, eu vou ali e já venho.
As cenas de acção são burocráticas ao máximo, exceptuando-se talvez a perseguição de moto, e nada empolgantes. Aliás, em todo o filme não se nota a mão de Spielberg para este tipo de filmes, cuja acção tem de ser envolvente e dinâmica, algo que é ressaltado pelo absurdo de cenas como a do frigorífico (quem viu, percebe), das três cataratas e a do "Tarzan improvisado" (mais uma vez, quem viu percebe; quem não viu, abençoado seja). Disse Lucas e Spielberg que só iam recorrer a efeitos especiais de computador quando fosse estritamente necessário e tal é falso: da metade do filme para a frente dá-se uma overdose de CGI e nem por isso são dos melhores efeitos especiais que andam por aí.
As interpretações são boas: Harrison Ford continua excelente no papel, embore não se esforce por aí além; Shia LaBeouf demonstra mais uma vez o carisma de Transformers e Paranóia; Cate Blanchett também se safa no papel da estereótipada vilã comunista dos anos 50; e como é bom ver Karen Allen de volta! A única interpretação que destoa é a de John Hurt no papel de Oxley, mas a culpa nem é dele mas sim do argumento que lhe dá falas como "Eles foram para o espaço entre os espaços". Mais tosco, impossível!
O filme nem as poucas boas ideias que tem consegue aproveitar: o clima da perseguição ao comunismo que se vivia nos EUA nos anos 50 (o filme passa-se em 1957, exactos 19 anos depois do terceiro filme) podia ser melhor desenvolvido, sendo que o único conflito que ocorre é logo no início quando o Governo põe em causa todo o trabalho de Indiana por pensar que ele ajuda os russos; o anacronismo de um herói clássico de aventuras estar ainda em acção no início da era atómica como metáfora para o lugar da saga no cinema actual (isto foi muito melhor desenvolvido no último Rocky); a ideia da fotografia que dá a impressão que o filme foi filmado nos anos 80 perde o sentido quando o CGI toma conta da história; o templo onde deve ser depositada a tal Caveira de Cristal é um achado, mas já vem tarde, quando todo o esforço de encontrar algo de original já está perdido; e a oportunidade de fazer uma alegoria com símbolos cristãos que esteve presente nos filmes anteriores é completamente rasteira e só deverá ser notada porque... tal esteve presente nos filmes anteriores!
Já se sabe que as expectativas eram elevadíssimas e que é sempre dificil lidar com isso. Mas é complicado encontrar pontos positivos numa obra que dá a impressão que todos os envolvidos estão a fazer um frete e que não se empenharam a fundo, em que a história anda aos solavancos, que as cenas de acção não trazem nada de novo, alinhando na moda dos últimos anos de fazer tudo parecer um videojogo, retirando-lhes autenticidade. Este parece-me ser o grande erro do filme: trazer o herói para o cinema do século XXI em vez de levar o espectador por uma viagem pela magia dos filmes da década de 80. Só por este prisma é que se pode dizer que Indiana Jones tem lugar no cinema actual.
Qualidade da banha: 7/20
Marion: "Não és o homem que conheci há 10 anos atrás."
Indiana: "Não são os anos, querida, é a quilometragem."
Diálogo d' Os Salteadores da Arca Perdida
Nunca tive o prazer de assistir nenhum dos filmes da saga Indiana Jones no cinema, algo que será retificado na próxima Quinta-feira, quando estrear o novo tomo: Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. O que é muito estranho, pois todo o universo criado por George Lucas e Steven Spielberg não é mais que uma grande homenagem ao cinema, àquele cinema de aventuras e acção inocente dos anos 30 e 40, que preenchiam o imaginário dos jovens de então. Obviamente que não tinha ainda nascido quando os dois primeiros filmes foram lançados, sendo que no terceiro ia a caminho dos 4 anos, quando as preocupações passavam, obrigatoriamente, por brincar, comer e dormir.
Sendo assim, creio que vi todos os três filmes na televisão, o que não retira em nada o charme e o impacto das aventuras do arqueólogo Doutor Jones e companhia. Indiana Jones e o Templo Perdido (1984) foi aquele que vi mais vezes, acho que até foi o primeiro que assisti, ou seja, acabei por respeitar a cronologia do universo da personagem. Toda a cena inicial no Club Obi-Wan (perceberam?) em busca do diamante, aquele jantar nojento e a fastástica perseguição na mina faziam as minhas delícias. Por outro lado, tinha um medo terrrível da cena do ritual satânico, em que o mauzão arranca o coração ainda a bater do peito de um tipo qualquer.
Depois vi Os Salteadores da Arca Perdida (1981), provavelmente o melhor filme da série, em que a personagem foi apresentada ao mundo. Como só anos depois vim a saber que este tinha sido o primeiro filme a ser lançado, é que reparei como o filme é realmente bom: toda a apresentação da personagem e da mitologia que o rodeia é perfeita, Harrison Ford incorporou de tal maneira o papel que é impossível imaginar outro actor a interpretá-lo, diálogos majestosos a fazer lembras as comédias das décadas de 30 e 40, e uma magia que só os grandes filmes proporcionam. O final fecha o filme de forma perfeita e cínica, quando Spielberg sabia como encerrar os seus filmes da melhor maneira, algo que foi perdendo com o tempo.
Tempos mais tarde, acabei por assistir à grande aventura que é Indiana Jones e a Grande Cruzada (1989), com um ritmo mais leve contrapondo ao negrume de ...Templo Perdido. A história tem bastantes semelhanças com o primeiro filme da personagem, mas os acertos são tantos que tornam o filme mais de que um mero entretenimento: a acção é melhor e desenfreada, é o mais bem humorado dos 3 filmes (a piada de Hitler é clássica), toda a sequência inicial com o jovem Indiana, e, claro, Sean Connery como pai de Indiana, Henry Jones, caiu como uma luva no papel e a sua química com Harrison Ford é imaculada. Como James Bond foi uma das inspirações para a personagem e Spielberg andava desgostoso pois queria realizar um filme do espião, mas não lhe deixavam, só o eterno 007 para ser o pai de Indiana Jones. Um grande entertenimento como só Spielberg sabe fazer (mas parece que foi perdendo o jeito...).
Com o revivalismo dos anos 80 que se tem assistido no cinema (e não só) nos últimos anos, o lançamento de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal acaba por ser um dos pontos altos deste movimento. É uma pena que Sean Connery não tenha alinhado em participar neste filme, mas trouxeram a personagem de Marion, a primeira Indy-girl e o grande amor de Indiana Jones, o que me parece bastante acertado. Espero mais do que um filme de Verão: espero sentir-me como os espectadores se sentiram nos anos 80; que o filme faça jus aos anteriores; que a aventura e o entretenimento sejam de primeira água; que a música do grande John Williams me arrepie todo e me embale durante o filme todo; acima de tudo, quero a magia de volta!
Nunca tive o prazer de ver nenhum dos filmes da saga Indiana Jones no cinema. Quase que diria que este último vai ser lançado só para que eu tenha esse prazer...