Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Coisas a não fazer quando se está num estado febril:
Dito isto, ontem desloquei-me a Lisboa nestas condições porque nada me faria perder o concerto que os Gotan Project deram na Praça de Toiros do Campo Pequeno. Porque já tinha os bilhetes comprados há quase 2 meses e e não seria à terceira vez que ia deixar passar a oportunidade. O concerto em si foi um pouco decepcionante. Se calhar foi pelo meu estado altamente debilitado que me impediu de usufruir plenamente do concerto. Só que a 3 pessoas que estavam comigo - que estavam bem de saúde, note-se - também repararam nos mesmos defeitos que eu.
Cerca de um terço do concerto foi feito com um imenso pano branco, onde era projectadas imagens e que quase tapavam na totalidade os elementos da banda. Isto foi irritante, bem como o atraso de meia-hora que é sempre incomodativo. A selecção das músicas não foi a mais acertada: alternando entre faixas do La Revancha Del Tango e do Lunático (e uma ou outra desconhecida), muitas músicas importantes foram deixadas de lado como Tríptico ou a belíssima Last Tango In Paris. Ou então, cantaram durante o encore que eu não pude assistir, porque tive de ir buscar o carro ao Centro Comercial Vasco da Gama que fechava à meia-noite. Foi um concerto sem muita chama, sem grande fulgor, enfim... só me senti verdadeiramente agarrado (e esqueci as dores) em alguns momentos. Porém, o concerto ainda guardava alguns momentos semi-constrangedores como as duas actuações do par de bailarinos que dançou tango no palco e que, de forma não muito coordenada e sem química alguma, quase me faziam passar pelas brasas. Mas, em matéria de non-sense, nada supera a segunda actuação dos bailarinos que, servindo como intervalo para a banda trocar de adereços, dançavam ao som de uma música (que não me recordo) enquanto no painel passava uma sequência inteira do filme O Pianista que surgia totalmente descontextualizada com a música em si (que tinha um tom muito mais alegre) e com a dança (que não era grande coisa).
O que vale é que os álbuns de Gotan Project são um primor e ouvir as suas faixas ao vivo (com excelentes alterações) é sempre agradável. E ainda encontrei um antigo colega da faculdade no concerto (esses NTCs são uma praga, estão em todo o lado, como o pessoal de Espinho) e deu para tirar a teima que existia desde 2006, quando perdi os dois concertos que a banda deu no Porto. Que isto de ir para Lisboa a conduzir só uma pessoa e no estado em que foi não é nada recomendável. Jamais!
Este fim-de-semana, desloquei-me a Aveiro para assistir a um concerto de uma das bandas do momento: Deolinda. Remando contra o frio e a chuva ruidosa que se fazia sentir, lá me meti para o Teatro Aveirense com moderadas expectativas. Num dos pontos negativos acertei: o concerto foi curtinho (cerca de uma hora e dez minutos), mas como a duração de Canção Ao Lado mal deve passar dos 40 minutos isto já era expectável, bem como a repetição de algumas faixas do álbum. De resto, bom ambiente, sala cheia, com muita malta jovem e muitos de faixas etárias já avançadas (um desse espécime, três filas à minha frente, mandou uns piropos à vocalista, Ana Bacalhau, que os levou numa boa).
Quanto ao concerto em si, foi espectacular! E espectacular num sentido inverso ao que toda a gente pensa (jogo de luzes e pirotecnias mil): com uma decoração minimalista e depositando a dinâmica do concerto no carisma de Ana Bacalhau, o espectáculo foi um sucesso. Ela não falhou uma única vez na voz, tem uma presença em palco impressionante (a forma como ela interagia com o público) e a ideia de fazer pequenas introduções para cada música é excelente. Para terem uma noção de como a prestação de Ana Bacalhau foi óptima (bem como dos restantes elementos, claro), músicas como Garçonete da Casa de Fado ou Eu Tenho Um Melro que, na minha opinião, são as mais fracas do álbum, ganham outra dimensão com a incorporação que a vocalista faz da personagem que as canta, já para não falar que conseguiram abafar os irritantes adolescentes instalados atrás de mim que, mascando insistentemente as suas chicletes, comentando tudo e mais alguma coisa e repetindo alto e bom som (e muito mal, diga-se de passagem) as músicas mais conhecidas, estiveram a um pequeno passo de me estragarem a experiência. Mas a banda é tão boa que conseguiu com que eu me abstraísse disso.
Também gostei das novas adições, como aquela canção da banda que vai jantar ao restaurante (infelizmente, não me recordo do nome) e a fenomenal Fado Notário que me fez gargalhar imenso e que juntamente com a também fenomenal Movimento Perpétuo Associativo faz uma grande parelha de músicas de intervenção e sátira social. Um concerto animado do início ao fim, sem grandes tempos mortos e com um público entusiasta. Decididamente, fiquei fã!
Próxima paragem: Gotan Project em Lisboa!
GALP e o preço dos combustíveis
Chulice. Não me ocorre melhor palavra para a atitude da GALP: o preço do petróleo baixa a cada dia, mas baixar os preços tabulados nem pensar. Pelo menos, não imediatamente. Quando subir, podemos esperar um acréscimo logo no dia seguinte. E já inventaram mil e uma desculpas para fugir com o rabo à seringa: são os assaltos aos postos de abastecimento (embora não conste que alguém tenha levado combustível), é o preço do crude que baixa em dólares e não se reflecte no euro (sem comentários...), até queriam aumentar o preço durante a noite por causa da insegurança. E o Governo assobia para o lado.
Cultos religiosos
Em tempos de crise, o povo vira-se para qualquer coisa que lhe dê esperança. Isto porque, pelo menos aqui em Espinho, têm-se multiplicado como coelhos as igrejas "alternativas". São já umas cinco ou seis. Todas diferentes, cada uma oferece um perspectiva distinta e uma oportunidade de acabar com os problemas de cada um (dizem eles). O dízimo é que não pode faltar, pois claro. Há uma que acho um piadão: chama-se Lions qualquer coisa e o slogan diz "a Igreja que tem cara de Leão" (devem ser adeptos do Sporting). Meus amigos, com um slogan assim, que vos leva a sério? O pior é que o Cine-Teatro S. Pedro cá da cidade estava parado há muitos anos e, recentemente, foi vendido a uma dessas igrejas. E o caldo entornou, porque esse espaço faz parte do erário público e não pode ser simplesmente vendido a um privado. Agora é ver a Câmara e a Junta a passar a batata quente para apurar responsabilidades, mas que lhes sirva de lição para não deixarem um espaço cultural em boas condições ao abandono. Espinhenses, uni-vos e formai uma comunidade tipo os Amigos do Coliseu (lembram-se?) e ajudai a salvar o Pedrinho das garras de Satanás (ok, exagerei um pouco agora).
Liga dos Campeões
Começa hoje a grande competição europeia. Digam o que disserem, a Liga dos Campeões tem outro perfume em relação às restantes competições de clubes (apesar de eu ser mais Taça dos Campeões Europeus). Será que o Sporting vai ajudar à crise do Barcelona? Ou como bons hóspedes, ajudarão a reconciliar os catalães com os adeptos? Será que é desta que Mourinho, novamente com tantos milhões na mão, ganha outra vez a Champions? O Real passará dos oitavos? E Scolari fará alguma coisa de jeito? O Manchester United desilude ou confirma? Será o FC Porto eliminado por outra equipa (muito) menos cotada? Platini continuará a atormentar o FC Porto a cada jogo da Champions? As respostas a partir de hoje até Maio de 2009.
Benfica TV
Boa aposta da parte do Benfica de inaugurar o próprio canal com a transmissão em exclusivo da partida da segunda mão com o Nápoles no MEO. Já que a Zon/TV Cabo andou a empatar o mesmo durante meses a fio, que sequem mais um tempinho (e, atenção, que eu tenho Zon). Mas acredito que, a longo prazo, a Zon e o Benfica acabem por chegar a acordo. Eu já tenho onde ver o jogo (ter amigos com MEO dá sempre jeito) e na altura farei a análise do mesmo, bem como do canal e da transmissão em si. Isto se o resultado for bom, senão... faço de conta que esqueci. Nos relvados, Quique Flores não esteve com meias medidas e suspendeu Cardozo dos treinos por falta de empenho. Já lhe chamam conflituoso. Quer dizer, Paulo Bento parece estar de relações cortadas com Vukcevic e Stojkovic e é disciplinador; Jesualdo Ferreira é insultado por Quaresma durante dois anos, mas, cuidado, que ele é disciplinador; Quique exige mais dos seus jogadores e é conflituoso. Há algo que me escapa na imprensa portuguesa...
Gotan Project em Portugal
Há dois anos, vieram cá duas vezes e eu não pude ir nenhuma. À terceira é (será?) de vez! Dia 20 de Dezembro, podem marcar aí na agenda, na Praça de Touros do Campo Pequeno. O pior é que só mesmo em Lisboa, desta vez eles não vêm ao Porto. O que me deixa fulo da vida, porque lá terei que me fazer à estrada ou pedinchar guarida aos alfacinhas. Mas desta não passa, raios! Alguém interessado desse lado?
Escolaridade obrigatória
Cavaco Silva defende a escolaridade obrigatória até ao 12º ano. O ensino secundário não deve ter mudado muito desde o meu tempo (até pareço velho a escrever uma coisa destas), embora tenha passado por duas ou três reformas... "teóricas", e quer-me parecer que, nas circustâncias actuais, aquilo que Cavaco defende é uma palhaçada. Se tentassem melhorar as condições e os critérios do ensino, assim até se podia pedir um alargamento da vida escolar. Mas enfim, neste Governo do "faz de conta", há algo com que podemos sempre contar: a coerência disfarçada. Qualquer medida tomada tem sempre o objectivo obscuro de mostrar que se reduzem as desigualdades, que se faz um grande esforço em conter o défice, que nas diferentes áreas da sociedade há progresso e que está tudo controlado. Tudo pelas aparências, num verdadeiro chico-espertismo à portuguesa. Umas vezes resulta, outras não.
Regresso às aulas
Já não sei o que isso é.