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ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
Fringe 3x15: Subject 13
Há exactamente uma temporada, Fringe levava-nos a Jacksonville, local onde Walter procedeu a experiências com crianças, entre as quais Olivia e a sua capacidade em reconhecer elementos do "outro lado" e até atravessá-lo. No episódio seguinte, fomos levados até 1985 quando Walter cruzou a barreira entre os universos e raptou um enfermo Peter, uma vez que o "seu" havia falecido. Agora tivemos isso tudo de volta nesta espécie de sequela desse capítulo: regressam os créditos retro, a primorosa reconstituição da época e o mergulho ao lado mais psicológico das personagens.
De um lado, um jovem Peter consciente de que algo está errado e uma mãe desesperada por não conseguir um elo emocional com aquele falso filho; do outro, uma família destroçada pelo desaparecimento do seu filho. No meio disto, Olivia e os abusos de um pai violento e um Walter completamente determinado na sua missão em devolver Peter ao seu verdadeiro lar, chegando ao ponto de levar a cabo estudos desumanos e pouco éticos ao mesmo tempo que transmite carinho pelas suas cobaias (algo importante para que estas confiem e nutram simpatia por ele). Foi numa dessas situações promovidas por Walter que Olivia atinge o nível de ansiedade extrema pretendido e incendeia a sala, o que já sabíamos de antemão com aquela divisão em ruínas que vimos na temporada passada (e ver aqueles vídeos com a estética da altura fez-me lembrar a Iniciativa Dharma, mas divago). Sabemos também, agora, como Walternate ficou a par do rapto de Peter e da dimensão paralela, numa dos finais mais engenhosos que Fringe já ofereceu.
No entanto, nada disto seria suficientemente instigante se não entrássemos na mente das personagens e aí o elenco esbanja todo o seu talento, principalmente os actores infantis, devidamente preparados para o papel: da Olivia que, como qualquer criança, alterna entre o pavor que tem do pai e a curiosidade e inocência que demonstra ao lado de Walter ao revoltado Peter, passando pela mãe sofrida de maneiras distintas (uma pelo que tem e não devia, a outra pelo que perdeu), todos estão perfeitos. E, claro, John Noble que, como Walter/Walternate, parece encontrar sempre novas formas de torná-los mais fascinantes. Só fiquei com a pulga atrás da orelha quanto ao facto de Olivia e Peter não se recordarem destes momentos, mas vou confiar nos argumentistas para que nos forneçam uma resposta (até por que Walter removeu partes do seu cérebro por achar que elas continham informações perigosas, embora eu não acredite que ele fizesse isso às duas crianças).
Em suma: um dos melhores episódios da temporada e, talvez, da série.