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O barulho

por Antero, em 23.06.10

Ontem, enquanto levava uma amiga a casa (ela mora num bairro social), fui surpreendido com os gritos histéricos de uma mulher. Resposta imediata da minha amiga: "Queres assistir ao verdadeiro barulho? Então corre!". A mulher estava a ser agredida em plena rua pelo marido. Junta-se imensa gente não só cá fora, mas também nas janelas. Ao chegarmos, passa por nós um homem a correr que os separa e imobiliza o marido contra um banco de jardim por uns bons dez minutos. A mulher regressa a casa umas portas abaixo, sem parar de berrar impropérios contra o cônjuge. Ela entra em casa e o marido é solto. Se estava bêbado ou drogado, não sei. Sei que estava irado. Virou-se para o homem que acudiu a esposa e disse-lhe que nunca se tinha metido entre ele e a sua "patroa", que ele não tinha nada a ver com o assunto e que aquilo era entre ele próprio e a sua família. Para meu espanto, esta opinião foi compartilhada pelas muitas pessoas que assistiam das janelas e que não se fizeram rogadas em transmitir isso ao (achava eu) salvador daquela mulher indefesa. Para minha total incredulidade, até uma familiar da agredida, talvez mãe ou tia, disse-lhe que não era nada da sua conta. Pouco depois, a multidão dispersou e voltaram todos às suas vidinhas.

 

Consta que metade das mulheres que ali vivem são agredidas (física e verbalmente) por familiares. A minha amiga diz que é normal...

 

publicado às 00:16


1 comentário

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De Cidália silva a 30.06.2010 às 16:06

Como qualidade da amiga do Antero confirmo os factos relatados. Mais do que falta de recursos vejo principalmente falta de amor próprio...

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Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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