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ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
Desperate Housewives: 6ª temporada
Depois de um quinto ano bem abaixo do nível habitual, a série puxa dos galões e oferece aquilo que tem de melhor: humor consistente e bons arcos dramáticos para as suas personagens. Lynette teve de esconder a gravidez, lidar com uma potencial nora prestes a dar o golpe do baú e receber o serial-killer em casa; Susan penou um bocado, mas os problemas financeiros criados por Mike foram uma boa jogada por parte dos argumentistas; Gaby espalhou a sua futilidade (e o timing cómico de Eva Longoria) por toda a temporada em situações divertidas; Bree andou às voltas com o amante (e que química que eles tinham!), receber Orson paraplégico e tentar redimir-se com um filho bastardo de Rex. Aliás, a história da Bree que encerrou o ano foi um grande acerto da série. Sempre estranhei a sua postura entre a punição imposta a Orson e que ela preveniu com o filho por ter atropelado a mão de Carlos e foi óptimo ver isso desenterrado para injectar mais emotividade a uma personagem que bem precisava de uma lufada de ar fresco. O mistério também foi melhor trabalhado: a história dos Bolen foi melhor que a do marido de Eddie (que teve uma resolução fraca) e os primeiros episódios da temporada foram excelentes a platar todas as sementes, ainda que depois derrapassem para a mediania. Um das coisas que não gostei foi não terem aprofundado mais a relação entre a Julie e o Nick e como Susan lidaria com isso. De qualquer forma, é refrescante ver como Desperate Housewives ainda consegue dar a volta por cima.
FlashForward
A série teve um ascendente positivo depois dohiato, mas já não havia muito a fazer uma vez que o estrago estava feito. Uma das coisas que mais me irritam é como uma história que fala de personagens que tentam evitar o Destino ou chegar a ele não consegue criar o mínimo vínculo emocional no espectador. As personagens são mal trabalhadas, os actores não ajudam muito e certos arcos são puro enrolamento (eu quero lá saber do enfermeiro com cancro e da japonesa!). Mas mais deprimente é perceber que a série tinha alguns coelhos na cartola: o conceito do apagão - a consciência é transportada para um determinado ponto do futuro - é bem pensado e serviria para manter o interesse. Só que as personagens - sempre elas - são aborrecidas, há diálogos pavorosos, situações que não lembram a ninguém (aquela da agente dupla recém-descoberta desatar aos tiros num edifício ultra-protegido foi hilariante) e o envolvimento com a história fica comprometido. O final foi claramente pensado para uma segunda temporada e nada me deixou mais horrorizado que ver um novo apagão e uma projecção de 5 anos no futuro. Pensar que teria que acompanhar esta gente por mais 5 anos deixou-me agoniado logo pela manhã.
Heroes: quarta temporada
Vou tentar ser simpático. A quarta temporada foi melhor que a segunda e a terceira. Ponto a favor. A história principal - a família de Samuel no circo - foi mais consistente e mais interessante que o vírus ou tentar aprisionar os seres com poderes. Outro ponto a favor. Hiro, Parkman, Claire e Peter continuaram insuportáveis, Sylar continuou com os seus dilemas "sou um herói, sou um vilão" e a história avançava aos repelões. Se isto não é favor, também não é contra porque era mais do que esperado. Até que, no final, os argumentistas decidem carregar no botão de auto-destruição e entregam uma resolução que eu achei insultuosa. "Fodam-se todos!" parecia a palavra de ordem. Ver Nikki criar uma espécie de fossa para salvar Noah foi risível, Peter ganha poderes consoante as exigências do argumento, Hiro a tentar recuperar a namorada agora envelhecida meteu dó, poderes que entram em contradição com o estabelecido anteriormente (o gordo pode fazer a muda tocar violencelo o quanto quiser que não controla o poder dela de chamar pessoas - mas a própria série se esquece disso), o combate final foi ridículo e o gancho para a temporada seguinte foi vergonhoso. Então o Mundo já não sabe da existência dos heróis? Eles não foram caçados no quarto volume? Cancelamento tardio mais do que merecido.
House: sexta temporada
Os bons episódios passaram a ser a excepção quando antes eram a regra. Capítulos como o tratamento de House, do ditador, do dia-a-dia de Cuddy, o dedicado a Wilson e o final - House entrega sempre excelentes finais - são casos isolados numa série que acusa desgaste da fórmula. A série encontra-se refém da estrutura do paciente da semana e, regra geral, os episódios que fogem a este conceito acabam por se destacar. Podem argumentar que já antes era assim, mas não se notava tanto: a dinâmica entre o grupo era primorosa e o desenvolvimento do protagonista camuflavam estas falhas. Seis temporadas depois, House passou a ser uma série em que basta ver o início e o fim da temporada (talvez uns pelo meio) que de resto não se perde nada.
How I Met Your Mother: quinta temporada
Outra que tem acusado um desgaste tremendo. A busca pela Mãe está cada vez mais cansativa e deixada para segundo plano. A história passou a ser não tanto pelo encontro com a tal, mas sim ver o crescimento de Ted como merecedor de encontrar a sua alma gémea. Só que Ted é, das cinco que compõem o grupo, a personagem mais desinteressante e acompanhar as mudanças na sua vida e os seus discursos sonhadores é um tédio. Vá lá que ainda há episódios que resgatam o prazer original como o 100º (onde temos várias referências à Mãe), o aniversário da Lilly (onde, subtilmente, fica implícito que ela estará grávida daqui a um ano) ou todo o arco do namoro entre Robin e Barney que foi explorado ao máximo e acabado antes de começar a esgotar - o que achei uma solução eficaz. Por outro lado, há episódios onde a dinâmica do grupo e as situações parecem forçadas e as piadas não saem com a mesma naturalidade, apesar do carisma dos actores e da continuidade da série seja de louvar.
Grey's Anatomy: 6x23 - Sanctuary / 6x24 - Death and All His Friends
Não acompanho, vejo alguns episódios aqui e ali, vou acompanhando o que se passa com as personagens (nomeadamente pelos problemas nos bastidores), mas o final foi tão elogiado que eu tive de confirmar. Mesmo sem saber grande coisa do que aconteceu neste sexto ano, o final de Grey's Anatomy é tenso, bem filmado, bem interpretado e capaz de cativar mesmo quem nunca tenha visto um episódio sequer. Os grandes capítulos são assim: colam o espectador do início ao fim com uma trama oleada e que sem deixar espaço de manobra. Vénias para cenas como o colapso de Miranda Bailey, a operação de Derek ou o aborto de Meredith, tudo brilhantemente orquestrado por Shonda Rhimes. Fosse eu fã da série, teria ficado tão ou mais perturbado como no final de LOST.
Boas indicações: Community; Modern Family
Más indicações: FlashForward; Heroes; Castle; Smallville; Gossip Girl; The Vampire Diaries