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ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
LOST 6x05: Lighthouse
Muitos não gostam dos episódios centrados em Jack e confesso que também não sou grande fã dos mesmos, apesar de considerar a personagem uma das mais bem construídas da série, algo que nem todos concordam. O Doutor é, antes de mais, uma personagem trágica: o facto de ser um cirurgião e de curar os "defeitos" de outros não o impede de ver a sua vida pessoal em cacos, impossível de ser arranjada. De líder relutante, a homem da Ciência, passando a crente desesperado por algo maior, Jack sempre foi o centro de LOST e, numa clara ironia, ele foi apenas feliz e sentiu-se completo na Ilha mesmo que a contragosto e desejando abandonar a mesma (sentimento oposto ao de Locke). Na realidade paralela, vemos Jack e os seus daddy issues por um novo prisma: ele agora é pai e tenta salvaguardar uma relação sadia com o filho, algo que nunca conseguiu com o seu progenitor. Isto é um prato cheio para Matthew Fox que volta a dar uma interpretação detalhista e comovente, ainda que muitos tendam a subvalorizar o actor.
Por outro lado, não há como negar que a realidade paralela tem-se revelado nada empolgante e, estando nós a tão poucos capítulos do final da série, é complicado envolvermo-nos com uma linha narrativa que parece não levar a lugar algum e que gasta tempo precioso que podiam ser usados na resposta de tantas e tantas perguntas (apesar de eu achar este universo alternativo bastante do curioso do ponto de vista narrativo). Ainda assim, nem mesmo na Ilha estamos bem servidos e toda a parte da Claire e da "tortura" ao membro dos Outros revelou-se dispensável. Melhor mesmo foi acompanhar Hurley e Jack e perceber muita da natureza dos infames Números: 360 para formar todos os ângulos de um círculo, cada um deles se refere a um potencial substituto para Jacob que os vigiava através de um farol e, numa metáfora bem sacada, "iluminava" os caminhos destes até à Ilha (lembrar o que o Falso Locke referiu no episódio anterior sobre Jacob mexer os cordelinhos na vida de cada um dos potenciais suplentes).
De qualquer forma, a impressão é que as respostas vêm a conta-gotas e que o ritmo poderia ser mais trepidante para uma temporada final. E nisto pensei numa teoria maluca que já vi discutida nalguns blogs: a realidade alternativa pode ser o verdadeiro final da série e todos os eventos que acompanhamos na Ilha culminarão num reset de toda a série e repõe a linha do tempo como se ela nunca tivesse existido, onde Jack tem um filho (porque não se lembra ele da apendicite?), Ben está fora dela, Shannon não quis voltar para Los Angeles, Kate continua fugida, Desmond está no voo 815 e não havia nenhum motivo para que todos iniciassem a jornada que agora caminha para o fim.
7 potes de banha