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ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
LOST 6x01 e 6x02: LA X
Nos primeiros minutos da sexta temporada, logo após a explosão da bomba provocada por Juliet, voltamos ao voo 815 da Oceanic onde vemos Jack meio atordoado. Aparece a hospedeira de bordo, tal como na primeira temporada, que lhe serve uma bebida (em vez de duas). Após uma série de turbulências, é Rose quem acalma Jack, quando foi o contrário que assistíramos anteriormente. O avião não se despenha. O acto de Juliet resultou? A linha temporal foi reposta? Sim e não. Porque logo a seguir quem se senta ao lado de Jack é Desmond e a Ilha aparece submersa no Oceano Pacífico. Pouco depois, passamos a acompanhar os eventos a seguir à detonação da bomba que, pelos vistos, fez os losties regressar a 2007, bem como as incidências no templo de Jacob depois deste ter sido morto por Ben.
Confuso? Pois, preparem-se que este é o mote do acto final de LOST: há duas linhas temporais paralelas e vemos a sucessão de acontecimentos que poderiam ter ocorrido caso o voo 815 não tivesse caído na Ilha ao mesmo tempo que seguimos a proclamada guerra entre Jacob e o seu arqui-rival. Nada de idas e vindas no tempo, o assunto agora são realidades paralelas. Ficamos a saber que o monstro de fumo é uma manifestação deste e que todas as suas maquinações têm como objectivo a sua saída da Ilha. Aparentemente, esta seria uma prisão e não é de excluir que ambos sejam representações do Bem e do Mal em constante oposição. Vemos o verdadeiro templo dos Outros, no qual se refugiaram desde o final da terceira temporada, e percebemos de que forma Ben foi "curado" do tiro disparado por Sayid. Aposto que Claire foi raptada e ficou lá com os Outros este tempo todo. E que a "morte" de Sayid não foi mais do que um esquema para que Jacob pudesse tomar o corpo dele. Ou que Richard Alpert foi parte activa no aprisionamento do inimigo de Jacob, o falso Locke. Todos parecem ser peões nesta guerra.
Porém, é na linha temporal alternativa (chamar-lhe "normal" parece, ainda, imprudente) que o episódio resgata todo o espírito da primeira temporada, principalmente com as aparições de Boone, Charlie, o xerife que perseguia Kate, entre outros - e o pormenor mais chocante da estreia foi perceber que a hospedeira que servia Jack também faz parte dos Outros. Foi nostálgico ver as personagens a interagir sem se conhecerem e com uma mão cheia de alusões a eventos que já presenciámos (deu-me um aperto no coração quando Boone disse que ficaria com Locke caso o avião caísse). Emocionante é também ver comportamentos antagónicos em personagens familiares como Jin (o bruto contra o afável), Sawyer (o cínico contra o nobre), Sun (a submissa contra a decidida) ou Jack (o confiante contra o confuso) e perceber que estes paralelismos só contribuem para que percebamos toda a complexidade e evolução delas ao longo das temporadas. O diálogo final entre Jack e Locke (o verdadeiro) foi maravilhoso e, desde já, um dos grandes momentos da série. Com ou sem acidente, todos eles estavam destinados a cruzarem-se e até Desmond, sem Ilha nenhuma para onde ir parar, estava no avião.
É óptimo ter LOST de volta e triste ver o seu término tão perto. Outro paralelismo angustiante que nos acompanhará até ao dia 23 de Maio, data assinalada para o final deste marco da Televisão.
9 potes de banha