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ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
Desperate Housewives: Temporada 5
Uma decepção esta temporada de Donas de Casa Desesperadas. Decepção essa agravada pelo facto de esta ter sido (e começado) com grande potencial: cinco anos depois, a vida em Wisteria Lane contava com grandes mudanças. Susan e Mike separados, Gaby com duas filhas, Bree empresária e Lynette... bem, essa continuou na mesma (já lá vamos). A bitch Edie estava de volta e com ela o mistério da temporada. E que mistério! Acho que até os episódios de Scooby-Doo conseguiam ser mais tensos. Este foi um dos (muitos) erros: prolongar demasiado um mistério que toda a gente adivinhou facilmente, o que deu a impressão dos episódios arrastarem-se até à recta final. Tivemos bons momentos como a morte trágica de Edie - um desperdício tremendo da série - mas tivemos de aturar a absoluta falta de química entre Katherine e Mike (que se tornou ainda mais insuportável), Lynette às voltas com as intermináveis crises de Tom (e aqui se vê como Felicity Huffman é uma actriz fabulosa: ela fez milagres com o material sofrível que lhe deram), e o pirralho que faz de filho da Susan... minha nossa, é das piores crianças que já vi a actuarem na televisão. O míudo nem andar de forma natural consegue. Por outro lado, as filhas de Gaby eram um mimo, principalmente Juanita.
Falando em Gaby, se há alguém que merece ser destacado esta temporada é Eva Longoria. O ano foi todo dela: mais madura, mas sem deixar a futilidade de lado, Longoria domina a comédia de forma brilhante, embora falhe como actriz em alguns momentos dramáticos. Mesmo sem grandes arcos, Gaby conseguia ser um dos pontos mais altos de vários episódios. Orson também foi outro dos destaques. Na primeira metade, viamos um homem caído em desgraça, desempregado, sem perspectivas, humilhado por se sujeitar a trabalhar para a esposa. Depois, voltou a ser aquele Orson mentiroso, manipulador e ambíguo de outrora, capaz de pôr em xeque o jogo de aparências de Bree. Katherine, o grande trunfo do ano passado, foi um desperdício que só visto. Idem para Lynette e Tom. Que casal aborrecido que se tornaram. De bom só me lembro daquelas duas cenas do jantar: o primeira com a disputa do emprego que ofereciam, e a outra com os Solis e a confusão do chuveiro. Susan é pau de dois bicos: há quem não goste, mas eu gosto do estilo aluado da personagem. Só foi pena não ter tido grandes histórias. Bem que podiam ter prolongado a estadia da Julie e do namorado bem mais velho, mas preferiram investir num romancezito com o Jackson, mas sempre mantendo a tensão sexual entre ela e Mike, o que eu achei acertado, isto até chegarmos ao episódio final.
Pois bem, convém dizer que o final da temporada foi fraquíssimo: digno das novelas onde tudo se resolve num instante, o desenlace foi frouxo e nada empolgante (como eles passam de um mato na berma da estrada para um cemitério?!?). Eu esperava algo mais bombástico tendo em conta toda a enrolação do mistério. E aquele beijo a Mike e o mistério da noiva nos últimos segundos foi de doer o coração de tanta tosquice. Também não gostei do rumo dos Solis: uma familiar adolescente que vai fazer a vida negra a Gaby. Isto é o melhor que têm para oferecer? Lynette está grávida outra vez (de gémeos!) e eu não me senti muito empolgado com o facto: tudo bem que nunca acompanhamos nenhuma das gravidezes dela e, uma vez que sabemos que aquilo é um Inferno para ela, estou a mesmo o rumo previsível para a personagem (e aposto que vão fazer da situação uma gravidez de risco...). Das poucas coisas que gostei foi do envolvimento de Karl e Bree. Gosto muito da canalhice dele e a química entre ele e Susan era impagável, por isso mal posso esperar pela interacção entre ele e a perfeccionista Bree.
No final de tudo, fica uma temporada que começou muito bem, mas perdeu-se a meio do caminho. Eu sei que é difícil repetir todo aquele clima da primeira temporada, mas investir em histórias gastas não é solução. As donas de casa devem interagir sempre umas com as outras; os melhores momentos da série é quando elas entram em conflito devido aos interesses pessoais. Foi isso que faltou na segunda metade. E não me venham falar das crises de ciúmes de Katherine com Susan. Preferia a rivalidade dela com Bree por causa do trabalho. Uma personagem tão boa não pode ser desperdiçada desta forma. Muito menos ao lado do chato do Delfino.
6 potes de banha