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ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
Nesta quinta temporada House começou a dar sinais gritantes de desgaste: se antes o grupo de recrutas trouxe novo folêgo à série como se de um reality show se tratasse, o certo é que, uma vez estabelecido, o novo grupo composto por Kutner, Thirteen e Taub nunca conseguiu recuperar a maravilhosa dinâmica do grupo anterior. Interpretado por actores pouco carismáticos (com destaque para a insossa Olivia Wilde) e composto por personagens de relevância mínima que nos levasse a preocupar ou simpatizar com eles, o novo grupo acaba por ser o grande calcanhar de Aquiles desta temporada, ainda mais se tivermos o antigo grupo a fazer uma quase figuração de luxo (excepto Foreman que, mal por mal, envolveu-se numa palhaçada romântica com a Thirteen). É incrível como o pouco tempo de antena disponibilizado ao noivado de Cameron e Chase consegue render melhores momentos que todo o arco entre Foreman e a doença da Thirteen.
Mas não é só. Os casos médicos também parecem ter perdido o interesse de outrora ao fixarem-se demasiado na fórmula estabelecida pela série. Se por um lado devemos louvar aquele episódio em que metade é visto pelo prisma do paciente, por outro devemos condenar soluções para espicaçar a narrativa como aquele episódio do sequestro (que, como não podia deixar de ser, desaba por inteiro ao desviar o foco para Thirteen e o seu "medo da morte"). Tivemos bons momentos como a cruzada de Cuddy para adoptar uma criança, mas não podemos esquecer aqueles episódios do detective (lembram-se?) que, de tão inútil, foi largado a meio e não deixou saudades. Fizeram tanto alarde com a amizade arruinada entre House e Wilson pela morte de Amber, mas tudo se resolveu em pouco tempo e sem grandes consequências. É isto que me leva a desconfiar do gancho deixado por esta temporada: o facto de House se mentalizar que passou os limites quanto à sua doença e querer se curar com tratamentos de choque não me leva a suspeitar (ou ansiar) que tudo vá mudar realmente. House já foi "curado", já esteve inadvertidamente envolvido na morte de uma pessoa querida a Wilson e já ficou sem os "ex-alunos". Alguma coisa, no fundo, mudou?
O que ainda segura a série é a interpretação de Hugh Laurie, bem como a personagem de House em si. Com todos os seus defeitos, é fácil para o público simpatizar com ele e esperamos ansiosamente pela sua próxima tirada cheia de acidez e sarcasmo. A dinâmica com Wilson e, principalmente, com Cuddy continua impecável. Não fossem estes três e a série seria um desastre há muito cancelado. Apesar do salto qualitativo nos episódios finais, nomeadamente a partir do suicídio de Kutner (uma solução, quanto a mim, muito mal aproveitada) e da aparição de Amber, não dá para negar que a série já atingiu o seu pico artístico. House devia ser servido em doses homeopáticas, não em blocos de vinte e tal episódios por ano.
6 potes de banha