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Ai, mãezinha...

por Antero, em 06.09.08

 

Baseado no musical de grande sucesso, Mamma Mia! chega agora aos cinemas, como não podia deixar de ser numa Hollywood cada vez mais estafada de ideias inovadoras. A ideia é estranha, mas certeira: afinal, quem poderia imaginar que juntar músicas dos ABBA e fazer um dos musicais mais bem sucedidos de sempre poderia resultar? Daí, convém avisar que quem nunca foi muito à bola com musicais, não vai ser com este filme que vai mudar de opinião (já nem falo de gostar de ABBA, pois esses devem fugir a sete pés). Por outro lado, os amantes de filmes musicais (nos quais me incluo) também não devem encontrar grandes pontos de interesse nesta adaptação.

 

Relatando a história de Sophie, uma rapariga grega que está prestes a casar e convida 3 homens, sabendo que, pelo menos um deles será o seu pai, pois todos eles tiveram casos com a sua mãe há vinte anos, Mamma Mia! tem todas aquelas características que Hollywood "decidiu" associar à sociedade grega (embora ninguém no filme fale grego): ilhas paradisíacas, ambiente alegre e colorido (leia-se, camp), personagens em plena sintonia com a Natureza, que adoram trabalhos mais tradicionais e em que o amor e a amizade impera. Não é de admirar que o filme seja produzido por Tom Hanks e a sua esposa, Rita Wilson, que já antes haviam dado o mesmo retrato do povo helénico na comédia romântica Viram-se Gregos Para Casar. O certo é que Mamma Mia! tem alguns bons momentos, mas o saldo final deixa muito a desejar.

 

As músicas dos ABBA servem para exprimir as emoções e as situações em que as personagens se envolvem e, neste aspecto, o filme até surpreende, conseguindo um contexto para quase todas as músicas, sendo que a história encontra um fio condutor entre elas (até para Super Trouper eles arranjaram um contexto bem pensado). Ou seja, correndo o risco de se perder entre os diferentes números musicais, Mamma Mia! torna-se bastante dinâmico (e suportável) devido a eles, se bem que as coreografias podiam ser mais caprichadas. No entanto, a história não é muito interessante, seguindo à risca todas as regras consagradas pelo género da comédia romântica.

 

Os actores prestam-se a boas interpretações ao longo do filme, mas quando chega à prova dos nove (abrir a boca e cantar), há momentos em que o filme quase desaba, principalmente quando são os elementos masculinos a cantarolar. O pior de todos é Pierce Brosnan e a sua péssima voz para estas andanças. Como ele é o elemento mais destacado pelo filme dos três supostos pais, já devem imaginar o desastre que são as suas cenas. No reverso da medalha, temos Meryl Streep que, com a sua voz característica, sai-se muito bem na hora do canto. Basta dizer que o melhor momento do filme é quando ela canta The Winner Takes It All, que expressa de maneira tocante todos os seus sentimentos naquela ocasião (o Take A Chance On Me cantado por Julie Walters também é outro ponto alto).

 

Esquemático em toda a sua duração, Mamma Mia! é daqueles projectos que surpreendem mais pela sua ideia inicial e pelo sucesso obtido posteriormente. Não esperem nenhum Moulin Rouge! capaz de agradar a gregos e troianos (não resisti!). Só mesmo para adeptos de histórias de amor plenas de sacarose, mas em que as declarações lamechas são substituídas por canções dos ABBA. O que, para todos os efeitos, acaba por ir dar ao mesmo.

 

Qualidade da banha: 8/20

 

publicado às 02:22


2 comentários

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De Marta^^ a 08.09.2008 às 09:18

Tenho de ver isso, tenho sim =) pa me rir do Bond :P
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De Samuel a 12.09.2008 às 02:17

Bem, lá fui ver o filme com a minha mulher.

De facto é um típico filme romântico em que as frases de sempre são substituídas por as letras das músicas do ABBA. E de facto, é louvar como a autora original do musical conseguiu compilar o essencial numa obra deste tipo.

Gostei muito da Meryll, teve bastante bem. Agora o Brosnan. Por amor de Deus. De facto ele não fazia ideia do que ia fazer quando ele assinou o contrato para participar no filme. Foi horrível ter que o ouvir mais do que uma vez.

Eu que até gosto dos ABBA que, verdade seja dita, têm musicas que continuam a ser melhor do que metade do que se ouve hoje, não desgostei do filme. No entanto, pela histeria de algumas pessoas na sala de cinema, creio que há gente que o adorou.

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Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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