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Oscars 2013 - tweets ao vivo

por Antero, em 25.02.13

Comentários que fui fazendo no Twitter antes e durante a cerimónia dos Oscars deste ano (tive de corrigir uns quantos erros e gralhas - já não é Kodak Theater, mas sim Dolby Theater - mas o essencial deste aborrecimento de cerimónia está lá):


Este ano os meus comentários durante a cerimónia dos Oscars vão parar somente ao Twitter. Caguei para o Facebook.

 

Mãe: "Eu quero ver a velhota francesa (Emmanuelle Riva) a ganhar o Oscar.". Eu: "Isso é só lá para as 4 da manhã!". Mãe: "Ah, eu acordo!".

 

Não vejo tantas qualidades quanto isso nas criações de Seth MacFarlane (American Dad, Family Guy, Ted), mas espero bastante dele esta noite.

 

Até porque Billy Crystal foi uma pequena desilusão e nem vou pegar na dupla Hathaway/Franco. Mas o meu coração suspira por Ricky Gervais!

 

Imbuido pelo espírito do Red Carpet, os próximos tweets são SUPER relevantes.

 

Esta é a 15ª cerimónia que acompanho ao vivo; a primeira foi quando Titanic ganhou em 1998. #curiosidadeseminteressealgum

 

Aliás, foi durante uma das cerimónias do Oscar que comecei a fumar. #shameonme

 

Tão bom falar dos Oscars no Twitter e... eh pá, está a dar 'O Leitor' no Canal Hollywood. KATE WINSLET NUA!!!!

 

Enquanto isso, a TVI transmite os Razzie Awards! #atuacaranaomeeestranha

 

Ao preceder a cerimónia na TVI, José Carlos Pereira nunca esteve tão próximo de um Oscar!

 

O Kodak Theater treme ao saber que A Tua Cara Não Me É Estranha subiu a fasquia dos eventos televisivos.

 

Depois de aturar esta merda d' A Tua Cara... horas a fio de Red Carpet já não parecem tão más.

 

Jazus! O Goucha disse "Eurótemics" ao ler Eurythmics.

 

Vá lá que é a ABC que assegura a transmissão. Se fosse a TVI com tantos e longos intervalos, Emmanuelle Riva morria antes do fim.

 

Agora a sério: acho que até Quvenzhané Wallis esticava o pernil antes do final da emissão.

 

A TVI era uma fixe se metesse a Pêpa Xavier a comentar o Red Carpet.

 

Meia hora de preliminares até chegar ao que interessa. O Red Carpet é o anti-sexo.

 

Aaahhh, Jennifer Gardner! Nunca has-de ganhar nada na vida, mas já ganhaste o meu coração há anos.

 

Halle Berry: "Vim até aqui de joelhos por causa do Catwoman".

 

Porra, mas esta malta veio toda em cima de um palanque?! Ou então a entrevistadora é um pigmeu.

 

George Clooney e a sua 584ª conquista amorosa. #momentorevistacaras

 

Tudo o que eu preciso são anúncios a Magnums esta noite, ó TVI!

 

Os mamilos de Anne Hathaway já garantiram o prémio no Oscar!

 

Sapatos?! WTF??? Red Carpet = tortura.

 

Jamie Foxx: mais um que bem pode agradecer a Tarantino um novo boost na carreira.

 

Renne Zellweger: pelo andar da sua carreira devia sentar-se no fundo do Kodak Theater.

 

Goodbye Red Carpet. You won't be missed.

 

Vamos lá! Só duram três horas e tal!

 

Dois minutos e as nomeações da Academia começam a levar por tabela.

 

Ish... humor negro com Rihanna e Chris Brown. Muito bom!

 

Sensacional participação de William Shatner e um gozo enorme aos momentos musicais da noite.

 

"You can give it to Anne Hathaway" - hahahahahahaha!!!!!

 

Se todos os números musicais da noite forem assim, isto não custará tanto a passar.

 

Vai Tommy Lee Jones. Não me lixem os palpites logo à primeira.

 

Raios, primeiro falhanço, mas muito merecido. Lincoln começa a ceder. \o/

 

A partir de agora, Waltz só fará filmes com Tarantino. E baterá recordes de prémios.

 

É agora caraças. Go Head Over Heels! #cinanima #oscars

 

Ah, porra! Isto é o lobby da Disney! (brincadeira... Paperman é óptimo também)

 

Ei, Força (aí) Ralph!

 

Brave?! Ai, mãe do céu... a Pixar já fez bem melhor...

 

Tudo me sai ao lado esta noite...

 

Credo, Anne Hathaway mal se contém sempre que se fala n' Os Miseráveis. Está mesmo à espera de saltar para o palco e levar o prémio.

 

Em vez de atirarem bocas por a Aardman não ter ganho na Animação, talvez olhassem para Os Piratas! e percebessem que o filme é fraquinho.

 

Dios mio, o Gandalf recebeu um Oscar!

 

Isto de meter o tema de Tubarão para apressar os discursos tem a sua piada, mas não deixa de ser uma falta de respeito.

 

Meu, como é que John Hawkes não foi nomeado por Seis Sessões?! Que vergonha, Academia, que vergonha...

 

Agora está tudo a despachar para não levarem com o Tubarão.

 

É isto a homenagem ao James Bond? Há material académico no YouTube mais inventivo que isto.

 

Ah, Shirley Bassey, como é bom rev... CHIÇA MULHER, VOLTA PARA A TUA TOCA!

 

Bassey, querida, os anos não fizeram nada bem à tua voz. E menos AINDA é mais.

 

Podiam fazer, sei lá, um mashup com Tina Turner, Bassey, Carly Simon, Duran Duran, Paul McCartney... tanta coisa boa e sai isto.

 

Seth MacFarlane safa-se bem, mas nos últimos anos ainda ninguém bateu Steve Martin.

 

Ah MacFarlane, com Liam Neeson em palco não podes perder oportunidades destas. É carregar no humor ácido, pá!

 

Pfff, que piada tão fraca esta de Abraham Lincoln. Estás a quebrar, Seth.

 

Silver Linings Playbook tinha tudo para ser óptimo e contenta-se em ser mediano.

 

Chastain e Gardner em palco... *baba*...

 

Michael Haneke, a disferir socos no estômago desde 1997. RESPECT!

 

Fujam! A malta d' Os Miseráveis e de Chicago vai cantar.

 

Chicago, um musical simpático que prova a força dos Weinstein em Hollywood. Para quê o mérito quando temos o marketing?

 

Moulin Rouge, isso sim um musical espectacular. E sem ele não haveria Chicago, Dreamgirls, Os Miseráveis, etc...

 

Jennifer Hudson ganhou o Oscar e andou desaparecida. Agora vejo porquê: andou no recobro da Corporácion Dermoestética.

 

E agora... "do your hear the people singing"...

 

Estavam todos tão afinadinhos e veio o Maximus estragar tudo.

 

Bem, lá vai Anne Hathaway ter o seu tão *desejado* momento de glória. Depois pode voltar a ser uma actriz simpática.

 

Adoro estas cenas dos prémios técnicos. "Vocês são relevantes, mas cagamos para vocês. Tomem lá umas menções e boa viagem".

 

Ted. Não curti mesmo nada o filme.

 

Hathaway fica ansiosa sempre que Os Miseráveis ganha um prémio. Despachem lá o Oscar para a moça antes que ela rebente de tanta emoção.

 

Obrigado Academia pelo ALTO SPOILER de Zero Dark Thirty. E estraga uma das cenas mais tensas do filme. Burros.

 

Bolas, outro Gandalf?

 

Let the Skyfaaaaaaaaaaaallllllllllllllllllllllllll

 

As cabeleiras longas e claras ditam a moda nos Oscars 2013. #momentoRedCarpet

 

O Plummer que não apareça que a Hathaway mostra-lhe o que é bom para a tosse.

 

Hathaway pensa: "seu velho, despacha isso que tenho um discurso para fazer!".

 

Se Hathaway não ganhar bem pode cantar "I Dreamed a Dream"...

 

Duh!

 

"It came true..." - pudera, filha!

 

Agora o Tubarão vinha a calhar.

 

E à Disney não se agradece?? Ingrata!

 

Vai ser a Adele a ensinar aquela gente como se canta nestes eventos. Até à Shirley Bassey.

 

Argo arrisca-se a ser o vencedor de Melhor Filme (sim, vai ganhar!) com menos estatuetas desde Crash em 2006.

 

ZZZZzzzzZZZZzzzz #despachemlaisso

 

A produção adora espetar no ecrã os momentos mais tensos de Zero Dark Thirty. Cromos!

 

Argo leva Melhor Montagem. Está feito! Vai ganhar Melhor Filme. Manda a tradição.

 

Errrr... isto na cantoria não está a correr nada bem , pois não?

 

Nicole "Miss Botox" Kidman.

 

Aiiii, a Bella imortal e sedenta de sexo com o feiticeiro ainda virgem. Vai dar merda!

 

K-Stew é tão, mas tão insossa.

 

Acho o sotaque hispânico de Salma Hayek muito sexy. Juro! Já quando é Penélope Cruz a falar inglês não suporto.

 

Engraçado que quando afirmo que Argo vai ganhar, pensam logo que é o meu favorito. Não é! É só perceber como funciona a mentalidade da Academia e estar atento a outras premiações que servem como termómetro (e não, o Golden Globe não conta). Previsível é pouco.

 

Mas fica aqui registado que se falhar a previsão, verei uma maratona de Twilight + Transformers. Está prometido!

 

Esta gente deu uma saltada na Madame Tussaud antes de ir para os Oscars.

 

"Chicago, that game-changing musical". A sério? Chicago? Baz Luhrman devia estar mesmo indisponível.

 

Os Weinstein devem estar a ter orgasmos múltiplos na plateia. Nunca vi tamanha bajulação gratuita.

 

Então mais nenhuma música para além de Skyfall e Suddenly teve direito a ser cantada ao vivo? Que feio, Academia!

 

UAU! Três em CINCO músicas são cantadas ao vivo. Que desrespeito. E perdem tempo com homenagens a musicais medianos e fazem isto a NOMEADOS!

 

Já estava mais do que na hora de uma música de James Bond levar um Oscar.

 

Porra, está tudo em pânico para não se alongar nos discursos.

 

Ugh! Esta "piada" para apresentar Theron e Hoffman doeu. MacFarlane e improviso não combinam (e se não foi improviso, pior ainda).

 

Aiii, que isto vai alongar-se até às 5 da matina. Seeeeeecaaaaaaa.

 

Andem lá com isso, caraças!

 

Jane Fonda, a verdadeira criação de Madame Tussaud!

 

Por favor, Academia, mostra um pouco de coragem e premeia Haneke e... Ang Lee?! Spielberg perdeu!!! Yay!

 

Mas Haneke... porra. Faz Lembrar quando Robert Altman e David Lynch foram nomeados e perderam para... Ron Howard!

 

Jean Dujardin era um gajo fixe se falasse só francês. E depois dava o prémio a Emanuelle Riva.

 

Jessica Chastain é linda. E faz um papelão em Zero Dark Thirty. E é linda.

 

A qualquer-coisa Wallis também faz um papelão. É um verdadeiro achado a miúda.

 

Jennifer Lawrence a ganhar = Weinstein power!

 

Emanuelle Riva foi tão roubada...

 

Joaquin Phoenix, noutras condições isto era teu. Mas vai para o Day-Lewis, obviamente.

 

Fantástico: a produção passa um clip com O FINAL de Decisão de Risco. Está tudo maluco.

 

Daniel Day-Lewis, és grande! Merecias estar num filme melhor. Raios te partam, Spielberg.

 

Ah, claro! Ao Day-Lewis não cortam a palavra. Afinal, isto já vai para as três horas e meia.

 

Jack Nicholson, vocês querem ir festejar e eu quero ir dormir. Andor!

 

Ai, Michelle Obama, és uma porreiração, mas eu tenho sono. Muito sono.

 

Tanto sono que escrevo palavras como "porreiração" em vez de "porreiraça".

 

Argo. Duh! (porra, já não tenho de levar com Twilight e Transformers)

 

Ok, o primeiro que disser "argo fuck yourself" é uma besta. O filme é óptimo, mas essa frase não tem piada nenhuma.

 

Ainda estou a pensar em Riva. Custava assim tanto premiar uma senhora com 86 ANOS?! Deve ter tantos anos pela frente como Jennifer Lawrence.

 

Recuem dez anos e pensem: "Ben Affleck ganhou um Oscar".

(nota: ele já tinha ganho um pelo argumento de O Bom Rebelde, mas pensem no que era Affleck em 2003. Alguém diria que ele venceria por Melhor Filme?)

 

Mais um número musical?! Ninguém merece...

 

Isso, comentadores, falem POR CIMA do número musical. Que bestas!

 

E acabou a noite mais longa do ano... a seguir ao Ano Novo, Carnaval, meu aniversário, vésperas de feriado, jantaradas, etc...

 

publicado às 17:46

Oscars 2013 - previsões

por Antero, em 23.02.13

 

A minha ordem de preferência para Melhor Filme:

00:30 A Hora Negra

Amor

Django Libertado

Argo

Bestas do Sul Selvagem

A Vida de Pi

Guia Para um Final Feliz

Os Miseráveis

Lincoln

 

 

MELHOR FILME

Vai ganhar: Argo. Tem limpo tudo o que é prémio e terá aqui a consagração final.

Devia ganhar: 00:30 A Hora Negra ou Amor. O filme de Haneke deve levar Melhor Filme de Língua Não-Inglesa e a Academia não se esticaria tanto a dar o prémio máximo ao austríaco. Já a obra de Kathryn Bigelow entrou cheia de gás, mas foi perdendo fôlego nas últimas semanas (e a realizadora nem sequer foi nomeada).

 

MELHOR REALIZAÇÃO

Vai ganhar: Steven Spielberg (Lincoln). Infeliz e injustamente.

Devia ganhar: levando em conta omissões como Tarantino, Bigelow e até mesmo Affleck, Michael Haneke deveria levar o prémio. Ang Lee também pode surpreender e desde que Spielberg não leve já estou por tudo.

 

MELHOR ATOR

Vai ganhar: Daniel Day-Lewis (Lincoln)

Devia ganhar: Joaquin Phoenix que faz um papelão em The Master - O Mentor (outro injustamente ignorado pela Academia). Além de que Day-Lewis já leva duas estatuetas.

 

MELHOR ATRIZ

Vai ganhar: Emmanuelle Riva (Amor). Porém, Jennifer Lawrence ainda está em jogo, embora eu ache que a juventude desta em comparação com a idade de Riva (que festeja 86 anos durante a cerimónia) não jogue a seu favor.

Devia ganhar: a qualquer das nomeadas o prémio será bem entregue.

 

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO

Vai ganhar: provavelmente a categoria mais imprevisível (até porque todos já levaram um Oscar em anos anteriores), mas vou por Tommy Lee Jones, visto que a Academia adora filmes como Lincoln.

Devia ganhar: Phillip Seymour Hoffman (The Master - O Mentor) ou Christoph Waltz (Django Libertado)

 

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA

Vai ganhar: Anne Hathaway (Os Miseráveis). Com tanta autopromoção, ela TEM DE GANHAR... ou temo pela vida dos presentes no Kodak Theater.

Devia ganhar: não que Hathaway esteja mal, mas Helen Hunt pela sua corajosa e inusitada prestação em Seis Sessões merecia ser reconhecida.

 

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL

Vai ganhar: Django Libertado. Não leva Tarantino como realizador, mas leva como argumentista.

Devia ganhar: 00:30 A Hora Negra. Porque efetivamente é o melhor de todos.

 

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO

Vai ganhar: Argo

Devia ganhar: Argo

 

MELHOR FILME LÍNGUA NÃO-INGLESA

Vai ganhar: Amor

Devia ganhar: só vi mesmo o filme de Haneke.

 

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

Vai ganhar: Força Ralph

Devia ganhar: enquanto a Pixar começa a ser contagiada pelo pior da Disney, esta vai beber ao que de melhor tem a sua subsidiária. Força Ralph é muito bom.

 

MELHOR DIREÇÃO ARTÍSTICA

Vai ganhar: Os Miseráveis

Devia ganhar: Os Miseráveis

 

MELHOR FOTOGRAFIA

Vai ganhar: A Vida de Pi

Devia ganhar: A Vida de Pi

 

MELHOR MONTAGEM

Vai ganhar: Argo

Devia ganhar: 00:30 A Hora Negra

 

MELHOR BANDA SONORA

Vai ganhar: A Vida de Pi

Devia ganhar: 007 - Skyfall

 

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

Vai ganhar: Skyfall

Devia ganhar: let the Skyfaaaalll!

 

MELHOR GUARDA-ROUPA

Vai ganhar: Os Miseráveis

Devia ganhar: Os Miseráveis

 

MELHOR CARACTERIZAÇÃO

Vai ganhar: Os Miseráveis

Devia ganhar: O Hobbit: Uma Viagem Inesperada

 

MELHOR MISTURA DE SOM

Vai ganhar: Os Miseráveis

Devia ganhar: Os Miseráveis

 

MELHOR MONTAGEM DE SOM

Vai ganhar: A Vida de Pi

Devia ganhar: A Vida de Pi

 

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Vai ganhar: A Vida de Pi

Devia ganhar: A Vida de Pi

 

MELHOR DOCUMENTÁRIO

Vai ganhar: não faço ideia; há três cotadíssimos para ganhar: How to Survive a Plague, The Invisible War e Searching for Sugar Man.

Devia ganhar: não vi nenhum dos nomeados.

 

MELHOR DOCUMENTÁRIO (curta-metragem)

Não vi nenhum dos nomeados

 

MELHOR CURTA-METRAGEM

Não vi nenhum dos nomeados

 

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

Vai ganhar: Head Over Heels

Devia ganhar: a disputa é entre Head Over Heels e Paperman da Disney, mas estarei a torcer pelo primeiro.


 

publicado às 20:19

Os filmes dos Oscars (Parte 1)

por Antero, em 18.02.13


00:30 A Hora Negra

Zero Dark Thirty (2012)

Realização: Kathryn Bigelow

Argumento: Mark Boal

Elenco: Jessica Chastain, Jason Clarke, Jennifer Ehle, Kyle Chandler, Édgar Ramírez, Harold Perrineau, Mark Strong, Joel Edgerton, James Gandolfini
 

Qualidade da banha:

 

O novo projeto de Kathryn Bigelow ao lado do argumentista Mark Boal (ambos galardoados com o Oscar por Estado de Guerra) estabelece-os de vez como uma dupla a ter em conta no panorama de Hollywood. Documentando os anos que uma unidade da CIA passou na caça de Osama bin Laden, 00:30 A Hora Negra poderia ser uma obra ufanista sobre a capacidade militar dos norte-americanos e a hipócrita postura de “cowboy do Mundo” que marcou a presidência de George W. Bush.

 

Poderia ser assim, mas não é: o que interessa a Bigelow não é tanto o objetivo em si (toda a gente sabe como o filme acaba) e sim o todo processo e as consequências em todos os envolvidos, principalmente na protagonista Maya (excelente Jessica Chastain) que com o tempo desenvolve uma obsessão em levar a missão até ao fim. Desta forma, 00:30 A Hora Negra desenvolve-se mais como um thriller de investigação e menos como um filme de ação frenética. Mas uma investigação minimamente plausível e nada cinematográfica: Maya e os seus colegas erram, duvidam, esperam por decisões, encontram becos sem saída e o caso sofre avanços e recuos. E, claro, sofrem baixas – tanto físicas como psicológicas.

 

O filme tem sido rodeado de polémica graças às suas cenas de tortura levadas a cabo por agentes da CIA – e mesmo que ele deixe bem claro que a mesma não levou a resultados eficazes, ainda há quem as veja como a exaltação de um método para obter informações valiosas esquecendo-se que a forma seca e direta com que Bigelow as encena não só respeita a dura realidade bem como permite que o espectador projete nelas a sua opinião pessoal. Sem mais delongas, está aqui o primeiro grande filme do ano.

 

 


Django Libertado

Django Unchained (2012)

Realização: Quentin Tarantino

Argumento: Quentin Tarantino

Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Samuel L. Jackson, Walton Googins, James Remar, Don Johnson

 

Qualidade da banha:

 

Tarantino ama Cinema. Mais: ele ama o seu conhecimento sobre Cinema – e não hesita em demonstrá-lo a cada obra sua. Mas não estamos a falar daquele Cinema mais comercial, acessível e unânime: Tarantino é uma enciclopédia de géneros obscuros, esquecidos e malfadados e em Django Libertado ele reúne o western spaghetti com o blaxploitation típico dos anos 70 numa história de vingança (um tema caro ao realizador) situada em 1858 no sul dos Estados Unidos onde um escravo livre (Jamie Foxx) une-se a um caçador de recompensas alemão (Christoph Waltz, a provar que brilha mais nas mãos de Tarantino) no resgate da esposa do primeiro do cruel e carismático dono de uma plantação Calvin J. Candie (Leonardo DiCaprio, enérgico no papel do vilão ensandecido).

 

Repleto de elementos familiares da carreira do realizador, Django Libertado abusa de recursos narrativos clássicos dos seus filmes, como a quebra de linearidade, travellings que acompanham conversas ao redor de uma mesa, explosões súbitas de violência, intervenções narrativas abruptas e fartos diálogos que alongam as conversas. E não esquecer o humor negro característico comprovado pela cena em que um grupo de racistas (precedendo o Klu Klux Klan) planeia um ataque e o choque cultural proporcionado pelo alemão de Waltz e praticamente todos os brancos sulistas visto na projeção.

 

Sem ser tão envolvente como um Pulp Fiction ou um Kill Bill e arrastando-se mais do que deveria nas suas quase três horas de duração, Django Libertado é meramente estilo dos pés à cabeça – mas, bolas, que estilo!

 

 


Argo

Argo (2012)

Realização: Ben Affleck

Argumento: Chris Terrio

Elenco: Ben Affleck, Bryan Cranston, Alan Arkin, John Goodman, Tate Donovan, Clea DuVall, Christopher Denham, Scoot McNairy, Kerry Bishé, Rory Cochrane, Victor Garber, Kyle Chandler

 

Qualidade da banha:

 

Na linha da frente como vencedor do Melhor Filme nos Oscars deste ano, Argo confirma Ben Affleck como uma promessa cumprida atrás das câmaras. Abandonando a sua Boston natal (palco de Vista Pela Última Vez e de A Cidade), Affleck conta a história da produção fictícia de Hollywood que serviu de fachada para resgatar seis funcionários da CIA presos no Irão em 1979 – uma premissa tão absurda que até custa a acreditar que poderia acontecer. Mas aconteceu.

 

Esforçando-se para evitar uma postura pró-americanismo, o filme contextualiza o papel dos EUA no mapa político de Médio Oriente de então e acompanha com fluidez os esforços para alavancar a produção em Hollywood e o drama dos reféns em Teerão. É claro que a leveza e o humor presentes nas cenas em Los Angeles atenuam o peso dramático da situação asfixiante a milhares de quilómetros de distância, mas a segurança com que Affleck conduz a narrativa denota uma solidez e uma economia admiráveis, visto que o grande número de personagens é minimamente desenvolvido sem criar confusão no espectador.

 

No entanto, é quando a história salta exclusivamente para o Irão que Argo intensifica o drama e empilha cena tensa atrás de cena tensa – e, apesar da artificialidade de alguns obstáculos imprevistos no caminho da missão, a película já ofereceu tantos bons momentos que facilmente se perdoam os equívocos do seu cada vez mais promissor realizador. E que, espantosamente, não foi nomeado na sua categoria pela Academia e que poderia ocupar sem problemas a vaga do cada vez pior Steven Spielberg.

 

 

 

Lincoln

Lincoln (2012)

Realização: Steven Spielberg

Argumento: Tony Kushner

Elenco: Daniel Day-Lewis, Sally Field, Tommy Lee Jones, David Strathairn, Joseph Gordon-Levitt, James Spader, Hal Holbrook, Gulliver McGrath

 

Qualidade da banha:

 

Depois do fracassadoCavalo de Guerra, Steven Spielberg volta à carga com mais um filme feito à medida da temporada de prémios – e, inexplicavelmente, ‘Lincoln’ tem recebido uma calorosa receção por onde tem passado. Usando como ponto de partida a votação da 13ª. Emenda à Constituição norte-americana, que aboliria a escravatura, Spielberg retrata o famoso presidente dos EUA com tamanha reverência que se torna difícil para o espectador perceber quem era o homem por detrás do cargo ou, pior do que isso, ter uma noção distorcida dos factos que levaram à abolição.

 

O filme descreve o processo como um amontoado de subornos e pressões (o que é bom e confere um mínimo de complexidade à narrativa), mas ignora o papel de incontáveis outros indivíduos (entre eles muitos negros) que ajudaram a causa. Em vez disso, Lincoln é posto no centro da ação como agente praticamente isolado que tenta agregar aliados para os seus objetivos – e quando a personagem apela ao divino para justificar a sua missão, percebemos como Spielberg é maniqueísta ao ponto de pintar o presidente como digno de admiração irrestrita. Ou seja, uma quase santo.

 

Isto é uma pena porque Daniel Day-Lewis constrói mais uma espetacular interpretação que só é sabotada pelo próprio argumento que não resiste a recorrer ao assassinato do presidente só para arrancar mais umas lágrimas da plateia. Já Sally Field comete o pecado de uma atriz em busca de prémios e reconhecimento ao... mostrar que está em busca de prémios e reconhecimento ao abordar cada uma das suas cenas como se fosse o momento digno do selo "For Your Consideration", ao passo que Tommy Lee Jones defende bem o seu ferveroso e admirável Thaddeus Stevens que é tão mal tratado pela narrativa ao torna-lo num lacaio de Lincoln. Além disso, a narrativa não tem agilidade ao lidar com um enorme número de personagens e torna-se entediante do meio para a frente.

 

Tenho saudades do antigo Spielberg; o atual é o terror dos diabéticos.

 

publicado às 23:36


Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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