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A Saga Twilight: Amanhecer - Parte 2

por Antero, em 19.11.12


The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2 (2012)

Realização: Bill Condon

Argumento: Melissa Rosenberg

Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Billy Burke, Peter Facinelli, Nikki Reed, Elizabeth Reaser, Michael Sheen, Dakota Fanning, Maggie Grace, Lee Pace
 

Qualidade da banha:

 

Só por ser o capítulo final da "saga" Twilight e prometer acabar com a tortura anual nas salas de cinema, Amanhecer - Parte 2 já teria potencial para ser o melhor filme dos cinco – e efetivamente é, o que não quer dizer muito (ou melhor, até diz bastante da mediocridade da criação de Stephenie Meyer). A esta altura do campeonato já todos sabemos ao que vamos e é até surpreendente que esta Parte 2 consiga contornar um ou outro problema que afligia os anteriores e o transforme numa experiência menos dolorosa, embora os grandes defeitos continuem todos lá escarrapachados. Talvez por que este filme conte com algo que faltou aos demais: uma história.

 

Mais uma vez escrito por Melissa Rosenberg (responsável por alguns dos melhores momentos da outrora fascinante série Dexter, vejam só!), Amanhecer - Parte 2 inicia-se no exato momento onde o anterior se encerrou: Bella (Stewart) é agora uma vampira e descobre aos poucos os prazeres (seeexooooo) e necessidades (saaaaangueeee) de ter sido transformada pelo seu amado Edward (Pattinson). Ao mesmo tempo, o casal tem de lidar com o crescimento anormal da sua filha Renesmee, o que acaba por despertar a atenção dos Volturi, o clã que governa o mundo vampírico. Estes, liderados por Aro (Sheen), decidem averiguar a situação do ser híbrido gerado por uma humana e um vampiro e, quiçá, tomar medidas drásticas, o que faz com os Cullen se preparem para um eventual ataque e reunam um pequeno exército. Enquanto isso, o lobisomem Jacob (Lautner) espera pacientemente que Renesmee cresça para que possam consumar a relação "marcada" no final do filme anterior não vá o rapaz ser acusado de pedofilia.

 

Depois de criar vampiros sexualmente reprimidos e que brilham ao sol, Twilight volta a brindar-nos com mais uma invenção sem pés nem cabeça: vampiros que possuem variados poderes - o que seria extremamente original não fosse Stan Lee ter criado um desconhecido grupo chamado X-Men há 50 anos. Há de tudo: escudos invisíveis que são projetados sobre aqueles que se querem protegidos, uma moça que dá choques elétricos, o tipo que manipula a água e seres latinos cujo poder deve ser imunidade ao frio já que aparecem em trajes menores no meio de um nevão. Há também uma que inflige dor nos outros telepaticamente, mas como não fixei o seu nome passarei a chamá-la de Stephenie Meyer.

 

Abandonando o doentio triângulo amoroso formado por Bella, Edward e Jacob, esta Parte 2 beneficia-se por mostrar quão bem a morte fez a Bella: mais vivaz e autónoma, ela parece agora ser capaz de tomar decisões pela sua cabeça, de falar sem soluçar e até tornar-se numa companhia mais agradável – e só devemos lamentar que a rapariga tivesse que morrer para sair do seu estado depressivo. Entretanto, Edward torna-se também num ser menos aborrecido capaz de um ou outro momento mais bem-humorado e até bastante compreensivo para com a parceira. Já Jacob, coitado, anda por ali aos caídos apaixonado por uma criança (!!!) chegando a afirmar que o seu relacionamento com Bella "não fazia sentido" quando eu posso jurar que acompanhei-o por quatro filmes a fazer birras de ciúmes e a ter acessos de fúria por causa da relação da jovem com o vampiro. Ou talvez ele prefira a versão monossilábica e depressiva de Bella, visto que figuras carentes e indefesas parecem ser o seu forte.

 

Sem qualquer tipo de subtileza e recheada de clichés (reparem no momento em que todos se levantam um a um para reforçar o apoio aos Cullen ou notem a caracterização estereotipada de irlandeses e brasileiros), a narrativa de Amanhecer - Parte 2 avança aos trambolhões, mas ao menos avança, o que já é um progresso gigantesco em relação aos seus antecessores e, de certa forma, consegue envolver o espectador até a uma boa sequência de batalha que ocorre no ato final. Isto apesar dos diálogos sofríveis ("Deste à minha filha o nome do monstro do Lago Ness?!") e dos efeitos especiais que variam entre o mediano e o pavoroso, com destaque para a bebé Renesmee que, criada por efeitos digitais, deu-me um arrepio na espinha tal é a estranheza que inspira (e isto a mim que sou viciado em vídeos do YouTube de bebés fofos e sorridentes).

 

No entanto, o pouco de bom que Amanhecer - Parte 2 pudesse ter construído é anulado por um final covarde, com um dos deus ex machina mais vergonhosos que já assisti e que irrita por respeitar o final do livro quando, momentos antes, mostrava alguma coragem em não segui-lo à risca. E assim se comprova que esta nulidade cinematográfica nunca deveria ter sido dividida e apresentada em dois filmes. Ou em cinco, aliás.

 

Críticas disponíveis deLua Nova,EclipseeAmanhecer - Parte 1.

 

publicado às 23:34

Fringe: o pioneiro

por Antero, em 13.11.12

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

Sim, eu sei que tenho quatro episódios de Fringe em atraso, mas nada temam: não abandonei a série nem estou desiludido com a mesma – muito pelo contrário. Tirando o terceiro capítulo com aquela foleirada de povo que registava tudo naqueles cubos e tomava uma atitude passiva perante os acontecimentos (como qualquer historiador) e cujo sacrifício daquele pai ao ajudar a Divisão Fringe já se antecipava a milhas do fim, os rumos tomados nesta reta final estão a agradar-me e muito.

 

A questão das cassetes de vídeo ainda me causa arrepios (eu pensei que elas estariam espalhadas pela cidade e não que estariam todas presas no âmbar), mas quanto menos pensar nisso melhor. A morte de Etta nas mãos dos Observadores foi surpreendente por acontecer tão cedo e por ser o estopim da revolução que Peter opera em si mesmo. Como Olivia já referira em conversa com o marido, o desaparecimento da filha de ambos fez com que Peter se agarrasse à ideia de a reencontrar e Olivia, já sem esperanças, preferiu reunir forças pela Resistência. Assim, não admira que ela adote uma postura mais distante durante o luto (totalmente condizente com a sua personalidade) e Peter embarque numa jornada de vingança e fúria com consequências imprevisíveis – e potencialmente desastrosas.

 

Claro que isto faz com que Anna Torv ande meia apagada, o que é compensado pelo show dado por Joshua Jackson na sua cruzada contra os Observadores: ao implantar o dispositivo que os torna tão poderosos, Peter é provavelmente o primeiro de todos os Observadores, algo que reforça ainda mais a sua importância no "grande esquema das coisas" e justifica a sua salvação quando quase se afogava logo após Walter o ter raptado do Lado B e o facto de ter "regressado" na quarta temporada. Desta forma, Fringe parece investir numa lógica circular tão comum em narrativas que lidam com viagens no tempo (e que tanto me fascinam) e parece mesmo disposta a fechar as pontas soltas de maneira coerente (o que pode ser comprovado com o ressurgimento daquele rapaz visto na primeira temporada e que, sabemos agora, sempre era um Observador).

 

Sempre disponível para mergulhar em ideias intrigantes, Fringe introduz o conceito de um pocket universe (ou mundo compacto para quem, como eu, leu banda desenhada a mais), um universo inserido nos limites de outro maior, mas que não pode ser acedido pelos meios normais e onde as regras da Ciência não funcionam da mesma forma (um exemplo famosíssimo é a Ilha de LOST), embora escorregue na tolice de fazer-nos acreditar que Walter guardaria exemplos de casos arquivados e confidenciais na cave do laboratório, apesar de a ideia de os usar contra os Observadores tenha a sua piada. E ainda que eu ache que a busca pelas cassetes não funciona na perfeição, tenho de tirar o chapéu pelo facto de a série conseguir equilibrar a sua continuidade narrativa com um aspeto que sempre a caracterizou: os casos da semana que acabam por ter uma ténue relação entre si.

 

No entanto, é o lado humano da série que ainda se destaca e se Peter faz uma jogada perigosa para derrotar os Observadores, é provável que isso lhe custe a sua humanidade – o reflexo do próprio Walter que, ao recolocar as partes do cérebro que lhe faltavam, vê-se a voltar a ser o homem que tanto abominava. Mais do que isso: ao tornar-se no potencial primeiro Observador, Peter percorre o mesmo caminho que Walter que, por motivos passionais (a morte do filho), tomou uma decisão catastrófica e deixou dois universos em pé de guerra. É um Peter moralmente dividido entre a sua integridade e a possibilidade de salvar tudo o resto que acompanhamos agora – um lugar onde Walter já esteve tantas vezes e que demonstra um dos temais preferidos de Fringe: a relação entre pais e filhos. Peter, inadvertidamente, está em vias de cometer os mesmos erros do pai.

 

publicado às 23:26

Perdições #8

por Antero, em 01.11.12

CASTANHAS ASSADAS

publicado às 17:50


Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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