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26 anos

por Antero, em 30.09.11

Todos os anos a mesma merda... xD

 

Cheers!

 

publicado às 00:00

Fringe: a recriação

por Antero, em 25.09.11

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

Fringe 4x01: Neither Here Nor There

Estamos de volta aos dois universos unidos depois de Peter ter criado uma "ponte" entre ambos para ser apagado da existência logo de seguida. Aos poucos começamos a perceber as implicações daquele enigmático final em que os Observadores afirmavam que Peter nunca havia existido e ninguém se lembra dele: é como se Fringe começasse do zero (ou quase) e os acontecimentos tivessem tomado um rumo ligeiramente diferente. Assim, parte de Olivia a iniciativa de retirar Walter do hospício e Astrid ocupa no terreno o lugar antes reservado a Peter, embora ainda não saibamos o que despoletou a rixa entre as realidades paralelas, já que Peter foi o elemento essencial neste imbróglio todo (não fosse por ele e Walter nunca teria invadido o outro lado. Ou não?).

 

Tal como o universo repara as lacunas deixadas pelo desaparecimento de Peter, também deixa traços da sua presença ao longo da nova linha temporal (as aparições e o vazio sentido por Olivia). É como passar corrector numa folha de papel: o erro é ocultado, mas a mancha está lá, ou seja, o erro persiste. Cabe a Setembro, o mais humano de todos os Observadores, a tarefa de ajustar este remendo à nova realidade, o que não deixa de ser irónico, visto que ele já havia sido indirectamente responsável pelas acções destrutivas de Walter ao influenciar na descoberta da cura para a doença que vitimou o jovem Peter. E, mesmo assim, ele hesita.

 

Contudo, não deixa de ser intrigante que Fringe volte à sua essência de casos semanais enquanto planta pequenas pistas que resolvam as questões criadas pela mitologia da série. Antes tínhamos transmorfos com mercúrio no sangue, agora temos uma nova raça desta "espécie" que suga os metais do sangue humano e que poderá estar relacionado com Walternate. Temos também a adição do Lincoln Lee do Lado A ao elenco da série e é pelos olhos dele que redescobrimos o novo caminho pavimentado pela melhor série de ficção científica em exibição.

 

publicado às 23:21

Clássicos do Estaminé #1

por Antero, em 13.09.11

 

Regresso ao Futuro

Back to the Future (1985)

Realização: Robert Zemeckis

Argumento: Robert Zemeckis, Bob Gale

Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Crispin Glover, Lea Thompson, Thomas F. Wilson
 

Qualidade da banha:

 

"Há filmes que não envelhecem".

 

Foi este o pensamento que me passou pela cabeça após assistir, pela enésima vez, Regresso ao Futuro, uma pequena jóia dos anos 80 e a obra máxima de todos os envolvidos, desde o elenco, passando pelo argumento, a banda sonora, o design de produção e acabando na realização. Tudo funciona em perfeita harmonia naquilo que eu considero o entretenimento em estado puro. É incrível como, depois de tantos anos, Regresso ao Futuro ainda é uma obra fresca, divertida, empolgante e criativa – e apesar de admirar a trilogia como um todo (nomeadamente, o ritmo alucinante da Parte II e o lado mais dramático da Parte III), é mesmo no primeiro capítulo que a produção se esmera.

 

A história toda a gente conhece: Marty McFly (Fox) é o típico adolescente norte-americano de classe média dos anos 80. O seu pai, George (Glover), é um falhado que é um quase escravo de Biff (Wilson), a sua mãe é uma alcoólica frustrada com o casamento e os seus irmãos são dois imbecis. Nisto, McFly é contactado pelo seu amigo cientista, Emmet 'Doc' Brown (Lloyd) para acompanhar o teste do seu novo invento: a máquina do tempo na forma de um espectacularmente retro DeLorean. Por engano, Marty recua 30 anos no tempo e acaba por interferir no encontro dos seus pais adolescentes e, pior de tudo, a sua mãe apaixona-se por ele! Agora, Marty terá de fazer com que os seus pais se envolvam sob pena de ele próprio deixar de existir ao mesmo tempo que tenta arranjar uma forma de voltar a 1985.

 

Dizer que Regresso ao Futuro é o filme fundamental dos anos 80 é não passar muito longe da verdade, uma vez que a dinâmica do mesmo vive muito do contraste entre as gerações dos anos 50 e 80 e das mudanças na cidade de Hill Valley. Os detalhes são imensos e uma única visualização do filme não é suficiente: a sala de cinema local, por exemplo, exibe em 1955 um filme com Ronald Reagan, presidente dos EUA em 1985 (visado numa das melhores tiradas do filme); o shopping Dois Pinheiros em 1985 passa a Pinheiro Solitário após Marty destruir um deles em 1955; a canção Johnny B. Goode (de 1958) de Chuck Berry é praticamente "inventada" em 1955 e referenciada por um tal de Marvin Berry; e por aí vai. O argumento de Robert Zemeckis e Bob Gale brinca com todas as possibilidades de um paradoxo como este em diálogos afiados ("Eu sou Darth Vader do planeta Vulcano!" ou a incapacidade de Doc em perceber as gírias "futurísticas" de Marty) e situações hilariantes (como o desconforto de Marty na presença da fogosa mãe).

 

Talvez a explicação para o apelo universal de Regresso ao Futuro esteja na possibilidade que Marty tem de presenciar como os seus pais eram na juventude, uma curiosidade com a qual todos nos identificamos e que justifica o sucesso planetário que o filme teve. Ele (e nós) pode compreender como eles mudaram e como os seus objectivos não se realizaram. Além disso, o filme é uma aventura trepidante e os eventos sucedem-se de forma coesa e fluida, como uma corrente com elos intimamente ligados e onde cada personagem diz algo que revelar-se-á importante mais à frente. Tudo tem a sua importância e nada é deixado ao acaso, o que só prova o engenho do brilhante argumento de Zemeckis e Gale.

 

No entanto, Regresso ao Futuro não teria metade do impacto que teve (e tem) se não fosse por um elenco em perfeito estado de graça: Michael J. Fox encontrou o papel da sua vida como Marty McFly e é impossível pensar em outro actor que não ele (Eric Stoltz foi despedido a meio das filmagens) e Cristopher Lloyd confere imensa energia e um pouco de loucura a Doc Brown, ao passo que Thomas F. Wilson compõe um rufia adoravelmente detestável e Crispin Glover não fez mais nada de jeito depois do seu perfeito retrato do falhado que não consegue reagir às adversidades.

 

Na parte técnica, mais elogios: a montagem não deixa o pique cair, a banda sonora de Alan Silvestri é mítica, os efeitos especiais da Industrial Light and Magic continuam eficientes e o design de produção faz com que a cidade de Hill Valley seja uma personagem à parte na história, visto que alguns dos pontos altos do filme estão nas alterações que esta sofre ao longo do tempo. Misto de comédia, ficção científica e aventura (e funciona em todas estas categorias), Regresso ao Futuro é um dos ápices de uma década onde a criatividade de jovens realizadores rolava solta e onde o fantástico e o real andavam de mãos dadas em profunda harmonia num entretenimento de primeira água capaz de encantar gerações passadas e futuras.

E que ainda põe no bolso muita película recente, com tecnologia de ponta e cheia de milhões para gastar em publicidade.

 

publicado às 00:02

 

Dez anos.

 

Dez anos é muito tempo, mas não chega para esquecer aquele dia, aquelas terríveis imagens e aquela sensação estranha e arrepiante, um misto de incredulidade e tormento. Há dez anos, a História escreveu-se de forma cruel, todos nós voltámos à nossa frágil condição e mergulhámos num clima de suspeição e incerteza cujas sequelas ainda se sentem hoje em dia. Naquela Terça-feira, o Mundo realmente mudou. Para melhor ou pior, ainda estamos a tentar perceber.

 

Eu, na pacatez dos meus quase 16 anos, estava a fazer uma sesta após o almoço para, durante a tarde, voltar à praia. Na altura, tinha a mania de assistir à Euronews a partir da RTP 2 (não perguntem) e qual não foi o meu espanto quando acordo e vejo o topo da torre norte em chamas. As informações preliminares eram contraditórias: falava-se que algo teria colidido com a torre, não se sabia se era um avião comercial, militar ou privado, especulava-se sobre uma explosão interna e levantou-se a hipótese de um atentado terrorista. Poucos minutos depois, esta última teoria ganhou forma com uma visão aterradora que nunca esquecerei: o segundo avião colidia com a torre sul e eu gelei. Fui chamar o meu irmão e acompanhamos o resto da emissão. A praia teria de ficar para outro dia.

 

Entre o ataque ao Pentágono, o sequestro e despenhamento do United 93 e informações sobre aviões que desapareciam dos radares para voltarem a aparecer pouco depois, a evacuação e fecho de sedes governamentais e a decisão de encerrar todo o tráfego aéreo norte-americano, os acontecimentos no World Trade Center monopolizavam as atenções. Anónimos horrorizados, pessoas em estado de choque e imagens aterradoras de indivíduos que preferiram saltar de dezenas de andares a morrerem queimados e o planeta inteiro a acompanhar pela Televisão. Senti, então, uma urgente necessidade de falar com os meus pais, embora não tivesse nada de relevante para lhes dizer. Liguei para a pastelaria e atendeu a minha mãe. Claro que estavam também a assistir. Eu nem sabia o que dizer. Ela reconfortou-me e disse-me para ir para a praia, que o dia estava bom e que devia espairecer. Desliguei e, pouco depois, a torre sul desmoronou-se numa imagem que, no cinema, seria espectacular e digna de aplausos, mas que, naquela tarde, foi um terrível despertar para a realidade.

 

O pânico dos nova-iorquinos enquanto fugiam dos escombros que se amontoavam numa imensa nuvem de pó e detritos, a consequente queda da torre norte, o caos térreo que contrastava com um belíssimo céu azul, o silêncio ensurdecedor dos ensanguentados e empoeirados quase em estado catatónico – era demasiada coisa para assimilar.

 

Tragédias como o tsunami no Índico, a crise humanitária na Somália ou o conflito no Darfur mexem connosco, revoltam-nos, mas o impacto do 11 de Setembro foi mais alargado e profundo. Tudo por que seguimos a par e passo pela Televisão, acompanhamos o horror da situação, desejámos que as operações de socorro fossem bem sucedidas e sentimos a dor como se tivéssemos uma janela que nos transportasse directamente para Nova Iorque.

 

Vimos o pior e o melhor da raça humana em simultâneo. Ali, diante dos nossos olhos e perante a nossa impotência.

 

Percebemos como o Mundo pode ser um lugar injusto e atroz e unimo-nos numa corrente de solidariedade que o canalha Bush e restante corja decidiram arruinar a favor de uma guerra estúpida movida por interesses obscuros.

 

Tudo isto numa Terça-feira enquanto se digeria o almoço.

 

publicado às 17:18


Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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