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Fringe: renascimento

por Antero, em 29.03.11

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 


Fringe 3x17: Stowaway e 3x18: Bloodline

Na semana passada não houve texto de Fringe, uma vez que ando sobrecarregado de coisas para fazer, então vão dois episódios de rajada. Mas antes, a comemoração: Fringe foi renovado para a quarta temporada, com a encomenda de vinte e dois episódios. As audiências não são as melhores e o historial da FOX não inspirava grandes expectativas, mas o canal soube dar o devido crédito à criatividade dos autores, às boas críticas e à imensa legião de fãs que segue os casos da "Fringe Division", mesmo que à distância. O timing da renovação não podia ser melhor, já que a série prepara o final da temporada e, desta forma, pode montar um excelente arco que nos leve a uma nova temporada sem se preocupar em atar os nós à pressa. Uma notícia para comemorar em ambos os universos.

 

Falando dos episódios, confesso que o décimo sétimo me deixou algo desiludido e há uma razão para isso: Bellivia. Sim, o conceito de William Bell no corpo de Olivia é interessante e o esforço de Anna Torv é meritório, mas não dá para levar aquilo a sério. Levaram a coisa para o lado da comédia e até gargalhei com o assédio a Astrid, o desconforto de Peter ou as ideias para a vaca Gene, mas não consegui deixar de sentir que esta é uma situação que não pode (nem deve) levar muito tempo a ser resolvida. O caso da semana também não foi dos mais empolgantes: uma mulher que viu a sua família morrer e, como única sobrevivente, não consegue matar-se. A conclusão, com uma bela (ainda que rasteira) justificação sobre o destino da moça ser prevenir a morte dos passageiros do comboio pode ser desconstruído com uma simples pergunta: se ela tivesse falecido anteriormente não salvaria, mesmo que hipoteticamente, os passageiros do comboio na mesma? O facto é que ela ter embarcado ou não no comboio não faz diferença alguma: o final seria sempre o mesmo.

 

Agora o episódio mais recente... que portento! De volta ao Lado B, Bolivia é raptada e sujeita a experimentos que lhe avançam a gravidez até aos últimos instantes. Vi logo que só podia ser Walternate por detrás do rapto, mas não me senti nem um pouco desiludido, até por que os planos dele (que é incapaz de usar crianças em experiências, mas não hesita em colocar em risco a vida da mãe do seu neto) podem sair furados. Lincoln e Charlie começam a aperceber-se dos planos obscuros de Walternate e podem virar o jogo contra ele. No mais, a cena do parto foi intensa pela declaração de amor já esperada há muito e pela incerteza da morte de Bolivia de eclampsia, a doença que afectou a irmã dela. Obviamente que susti a respiração a ver Bolivia quieta e muda após o parto, o que revela uma excelente construção de personagens em Fringe: ninguém do Lado B pode ser considerado um vilão e todos eles têm características distintas dos sujeitos que já conhecemos há três anos; são apenas variações destes e com motivações muito próprias para os seus actos. Isto é algo que eu nunca me canso de repetir para que se perceba o engenho e a complexidade da série.

 

publicado às 02:46

Liz

por Antero, em 23.03.11

 

Já estou a imaginar o Rock Hudson a recebê-la de braços abertos e a perguntar: "porque demoraste tanto, minha querida?".

 

publicado às 18:34

Fringe: a transferência

por Antero, em 13.03.11

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 


Fringe 3x16: Os

Lembram-se daquela montagem no final do episódio anterior na qual nós (e Olivia) éramos enganados quanto à veracidade do Walter que escutou atentamente sobre os poderes da nossa, então criança, heroína? Pois bem: neste capítulo, Fringe começa exactamente com uma montagem semelhante para enganar os espectadores e, ainda que não tenha o impacto da revelação anterior (que estava relacionada com a mitologia da série e não se limitava ao caso da semana), mostra a inventividade que os produtores de Fringe polvilham na elegante narrativa.

 

Falar em elegante não é um abuso: outros dos atributos da série é pegar em detalhes e, a partir deles, desenvolver novas temáticas e potencialidades. Assim, uma conversa anterior de Walter sobre a "energia da alma" que é transferida após a morte serve para dar o mote da obsessão de Walter em descobrir onde pára a consciência de William Bell para o ajudar na resolução da guerra dos mundos. Mais: sofrendo do trauma das séries de investigação (algo que Fringe é) em que cada caso tem de ter uma correspondência com as vivências dos protagonistas, o episódio até brincou com a situação ao manter Walter (e o público) às cegas quase até ao fim – e se a existência de "homens-balão" já é suficientemente intrigante (perfeito o detalhe que os músculos estavam atrofiados apenas da cintura para baixo, uma vez que eram escolhidos atletas paraplégicos de alta competição para se sujeitarem aos esforços das missões do Dr. Crick), o conceito é explorado ao máximo com o aproveitamento da inversão das Leis da Física, uma dica de que o universo degrada-se a passos largos.

 

Com uma divertida (porém, dispensável) participação de Jorge 'Hurley' Garcia (está em todas!) e cenas cómicas a cargo da desgraçada Astrid no laboratório, o episódio ainda deu importância à relação entre Peter e Olivia, na qual o primeiro revela à amada os estudos que anda a fazer sobre os transmorfos, algo que me leva a pensar que Peter pensa em criar uma cópia de si mesmo para interagir com a Máquina do Apocalipse sem arriscar a própria vida (o que poderá ter resultados imprevisíveis se pensarmos que a mesma funciona consoante a vontade do utilizador e um transmorfo não tem sentimentos).

 

publicado às 23:55

Fringe: regresso a Jacksonville

por Antero, em 01.03.11

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 


Fringe 3x15: Subject 13

Há exactamente uma temporada, Fringe levava-nos a Jacksonville, local onde Walter procedeu a experiências com crianças, entre as quais Olivia e a sua capacidade em reconhecer elementos do "outro lado" e até atravessá-lo. No episódio seguinte, fomos levados até 1985 quando Walter cruzou a barreira entre os universos e raptou um enfermo Peter, uma vez que o "seu" havia falecido. Agora tivemos isso tudo de volta nesta espécie de sequela desse capítulo: regressam os créditos retro, a primorosa reconstituição da época e o mergulho ao lado mais psicológico das personagens.

 

De um lado, um jovem Peter consciente de que algo está errado e uma mãe desesperada por não conseguir um elo emocional com aquele falso filho; do outro, uma família destroçada pelo desaparecimento do seu filho. No meio disto, Olivia e os abusos de um pai violento e um Walter completamente determinado na sua missão em devolver Peter ao seu verdadeiro lar, chegando ao ponto de levar a cabo estudos desumanos e pouco éticos ao mesmo tempo que transmite carinho pelas suas cobaias (algo importante para que estas confiem e nutram simpatia por ele). Foi numa dessas situações promovidas por Walter que Olivia atinge o nível de ansiedade extrema pretendido e incendeia a sala, o que já sabíamos de antemão com aquela divisão em ruínas que vimos na temporada passada (e ver aqueles vídeos com a estética da altura fez-me lembrar a Iniciativa Dharma, mas divago). Sabemos também, agora, como Walternate ficou a par do rapto de Peter e da dimensão paralela, numa dos finais mais engenhosos que Fringe já ofereceu.

 

No entanto, nada disto seria suficientemente instigante se não entrássemos na mente das personagens e aí o elenco esbanja todo o seu talento, principalmente os actores infantis, devidamente preparados para o papel: da Olivia que, como qualquer criança, alterna entre o pavor que tem do pai e a curiosidade e inocência que demonstra ao lado de Walter ao revoltado Peter, passando pela mãe sofrida de maneiras distintas (uma pelo que tem e não devia, a outra pelo que perdeu), todos estão perfeitos. E, claro, John Noble que, como Walter/Walternate, parece encontrar sempre novas formas de torná-los mais fascinantes. Só fiquei com a pulga atrás da orelha quanto ao facto de Olivia e Peter não se recordarem destes momentos, mas vou confiar nos argumentistas para que nos forneçam uma resposta (até por que Walter removeu partes do seu cérebro por achar que elas continham informações perigosas, embora eu não acredite que ele fizesse isso às duas crianças).

 

Em suma: um dos melhores episódios da temporada e, talvez, da série.

 

publicado às 23:28


Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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