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LOST: as peças que se encaixam

por Antero, em 29.01.09

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

LOST 5x03: Jughead

O terceiro episódio corria o risco de ser mais aborrecido que os dois da semana passada uma vez que nada de muito importante aconteceu, mas tal não aconteceu. Tudo porque os argumentistas de LOST em vez de porem o pessoal que ficou na Ilha a correr atrás do prejuízo entre um salto e outro no tempo, aproveitam estes momentos para responder a algumas questões pendentes do passado, mas de uma forma orgânica e completamente fluída com a história que se conta. Faz agora todo o sentido que Richard Alpert tenha assistido ao nascimento de Locke e tenha ficado desiludido quando, alguns anos depois, se sentiu frustrado quando um Locke miúdo não escolheu a bússola. Tudo porque 2 anos antes do seu nascimento (o último salto levou-os para 1954), Locke fala com Alpert e explica-lhe a situação do próprio ser o líder dos Outros. Mas fica a questão: Richard é assim tão velho como Juliet disse? Ou será ele um ser normal que salta pelo tempo por vontade própria? Ou será ele próprio Jacob? Em LOST tudo é possível!

 

Ainda na Ilha, ficámos a saber que um jovem Charles Widmore fazia parte dos Outros, naquela que foi a revelação do episódio. Todos sabemos que ele chegou a tomar a Ilha como sua e que Ben, anos mais tarde, a tirou de si. Será que ele foi expulso, tal como Ben ao girar a chave? Perguntas e mais perguntas. No presente, Desmond tenta encontrar a mãe de Faraday e apenas fica a saber que a mesma se encontra em Los Angeles e agora eu tenho a certeza de que se trata de Mrs. Hawking, a velha que surgiu nos minutos finais do episódio anterior e fez o ultimato a Ben. Ficou também a saber que Daniel Faraday andou anos a fio a fazer pesquisas de "viagens no tempo apenas com a mente" e que isso, provavelmente, custou a sanidade da sua ex-colega e quiçá namorada.

 

Para quem achava que Desmond e Penny, depois do reencontro no final do quarto ano, não teriam mais nada a acrescentar na história, enganou-se: Des será uma peça fulcral na resolução dos saltos da Ilha e a sua ida a Los Angeles com Penny só podia preocupar Widmore, uma vez que Ben já ameaçou que a mataria para se vingar do assassínio da sua "filha". Será que Ben levará a sua avante? Algumas respostas e muitas perguntas (como é hábito) num bom episódio. Só senti falta dos Oceanic 6.

 

8 potes de banha

 

publicado às 16:30

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

Desperate Housewives 5x13: The Best Thing That Ever Could Have Happened

O centésimo episódio trouxe uma história fechada e sem relação com o percurso da quinta temporada; no fundo, foi praticamente uma homenagem a toda a série com a participação activa de Mary Alice e as aparições dos saudosos Rex Van de Kamp, Martha Huber e Xiao Mei. Estes foram, simultaneamente, os pontos fortes e fracos do episódio: não gosto quando não avançam com a narrativa e este episódio não trouxe nada de novo, mas como tem a desculpa da homenagem por trás de si até que nem foi mau de todo. Eli Scruggs era o “faz-tudo” de Wisteria Lane até que, no último dia de trabalho, acaba por falecer. Com a comoção geral, as housewives lembram momentos marcantes de Eli nas suas vidas e foi divertido perceber que ele foi o primeiro impulsionador do livro da Bree bem como ajudou Edie a superar as suas “necessidades”. Ainda assim a melhor parte foi novamente a de Gaby: voltando ao tempo em que era rica, fútil e nariz empinado, toda a sequência do jogo de poker foi hilariante, principalmente quando ela diz que só queria pegar numa arma e suicidar-se ao mesmo tempo que dá uma sapatada amigável em Mary Alice. A parte da Susan foi mais do mesmo, com Eli a ajudá-la nas suas crises amorosas, mas o que me irritou foi mesmo a de Lynette: que mãe faria aquilo durante o próprio trabalho de parto?! Já para não falar que ela já tinha os 3 rapazes (se fosse durante a gravidez dos gémeos ainda se compreendia) e toda aquela sequência do trabalho versus a gravidez suou como uma desculpa forçada para Felicity Huffman brilhar o que, de certa forma, atenuou o vexame da cena. Episódio redondinho, sem grandes novidades.

7 potes de banha

 

House 5x12: Painless

O caso da semana trouxe um pai de família que sofre de dor crónica há mais de 3 anos, numa pequena alusão à constante situação de House, embora este se vá aguentando com os banquetes de Vicodins. Devido ao sofrimento que causava à esposa e ao filho, ele tenta cometer suicídio e acaba por ir parar ao hospital para ser tratado por House. Num episódio estranho e um pouco desequilibrado, tivemos óptimas cenas como Cuddy a tentar aliar o papel de mãe aos seus compromissos profissionais e a cena em que o miúdo simula dores para ajudar o pai a cometer suicídio novamente. Por outro lado, o tempo perdido com a Treze (mais uma vez...) a sua indecisão com Foreman e o cansaço cada vez mais evidente de Hugh Laurie com a personagem e com a série (as birrinhas com Cuddy estão cada vez mais repetitivas) mancharam e muito o episódio. No final, uma boa e má notícia: Cuddy propõe a Cameron passar-lhe algumas funções do hospital, o que poderá levar a uma maior participação da segunda e com grandes picardias com House. Por outro lado, poderá significar uma menor participação de Lisa Edelstein como Cuddy, o que é uma pena pois a actriz é excelente e a química com House está melhor desenvolvida do que a amizade com Wilson.

7 potes de banha

 

How I Met Your Mother 5x13: Three Days of Snow

Barney e Ted são uns imaturos por natureza (mais o primeiro que o segundo); Marshall e Lily são o típico casal “cola”; Robin é racional e pouco romântica. Seguindo estes estereótipos estabelecidos nos últimos 4 anos, a série oferece um excelente episódio em que três histórias distintas são contadas e, no final, temos direito a uma cambalhota narrativa surpreendente. Num dos maiores nevões de sempre, Barney e Ted ficam com o bar McLaren’s por conta deles e decidem impressionar umas miúdas que trazem mais problemas que vantagens, enquanto Marshall decide não cumprir a tradição de ir buscar Lily ao aeroporto, mas logo muda de ideias e obriga Robin a ir com ele (e depois tem de aturar uma discussão em que é acusada de ser fria e robótica nas relações). No avião, Lily também está decidida em não cumprir a tradição de não levar um pack de 6 cervejas para Marshall, mas também muda de ideias e é auxiliada pelo motorista Ranjit. Com estas três histórias, How I Met Your Mother dá-nos um episódio surpreendente e hilariante, em que Barney brilha mais uma vez nas suas teorias malucas (aquela do bingo foi demais). A série prova que, neste novo ano, quer regressar ao patamar das grandes comédias televisivas actuais.

9 potes de banha

 

publicado às 23:41

LOST: tempo de voltar

por Antero, em 22.01.09

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

LOST 5x01: Because You Left e 5x02: The Lie

A quarta temporada de LOST, por ser mais curta que as restantes e beneficiando da série já ter uma data para acabar (em Maio de 2010), foi uma glória para todos aqueles que ansiavam por respostas, surpreendente na gestão dos flashbacks e flash-forwards, indo directa ao assunto, conseguindo não desperdiçar muitos episódios na sua narrativa (uma das acusações mais frequentes ao programa desde sempre) e apresentando uma coesão invejável. Oito meses de angustiante espera depois, chega a tão ansiada estreia da quinta temporada decidida a manter o alto nível deixado pelo quarto ano e só posso dizer que as expectativas foram cumpridas. Mas, e convém avisar, há que ter a noção de que LOST é agora uma série totalmente diferente do que há 3 ou 4 anos, principalmente depois daquele final em que a Ilha é "movida". Nesse momento, a série deixou de ser um drama com um pé no fantástico para saltar de vez para a piscina da ficção científica. Daqui a alguns anos, quando se falar de LOST, a mesma será "catalogada" como ficção científica (não daquela no espaço, sabres de luz e extraterrestres) e ver a forma como este percurso foi construído, com tamanha dedicação e fluidez, é algo que me dá muito orgulho. Não é por acaso que LOST passou a ser, há alguns anos, a minha série favorita e acredito que não terá a mesma piada para aqueles que a irão ver uma assentada só (embora eu não descarte rever a série toda quando a mesma acabar).

 

Indo ao que interessa, eu diria a quinta temporada entrou logo a matar: a Ilha foi movida no tempo o que fez com que todos os que ficaram para trás se tornassem anomalias sujeitas às movimentações da mesma. Tivemos idas e vindas para o passado e para o futuro e quem se lembra do episódio The Constant perceberá que os sobreviventes passam pela mesmo situação de Desmond, só que num caso mais extremo. Tal como Daniel referiu, a Ilha é como um vinil que emperrou no leitor (numa analogia brilhante com os surpreendentes primeiros minutos) à espera que todas as peças sejam colocadas no local apropriado para que tudo volte ao normal. Deu para perceber que Daniel já deve ter sofrido os efeitos de imensas viagens no tempo, por isso é que ele tem aquela atitude tão aluada. Outro que me deixou desconfiado foi Charlotte que sofre os efeitos num grau mais elevado que os restantes e, se nos lembrarmos que Miles já referiu que ela cresceu na Ilha, é como se o Tempo tentasse "consertar" essa anomalia. Afinal, Daniel referiu o passado e o futuro não podem ser mudados, ou seja, eles não deviam sequer estar vivos. O que nos levará ao final do segundo episódio, mas mais sobre isso lá para a frente.

 

 

Locke nem teve tempo de se tornar o líder dos Outros, uma vez que ficou logo a saber que terá um papel importante na resolução da embrulhada espacio-temporal: ele terá de morrer. Sinceramente, o que eu achava que nos seria mostrado era a ascensão de Locke a líder e que devido à sua inexperiência faria com que algo corresse mal e ele fosse expulso (ou algo assim). Mas LOST é tudo menos previsível e vemos que o que realmente correu mal foi o acto de Ben em mover a Ilha e cabe aos "ilhéus" tentar prevenir-se ao máximo dos efeitos da mudança enquanto que os que estão cá fora tentam remediar tudo. Falando nos Oceanic 6, esses estão cada vez mais sufocados pela mentira que inventaram e cada um tem interesses próprios na situação: Sun deseja vingança de Ben (a acusação a Kate disfarçada de confissão foi brilhante) e alia-se a Widmore; Kate só quer proteger Aaron agora que parece que alguém descobriu sobre o falso parentesco entre ela e a criança (mas eu aposto que foi uma cilada de Sun ou Ben para fazê-la aparecer); Jack quer voltar e alia-se sem reservas (assim parece) a Ben que, mais uma vez, prova ser das personagens mais ambíguas que já passaram pela televisão; Sayid quer proteger os restantes de Ben; Hurley só quer que o deixem em paz. Hurley deverá ser aquele mais reticente em alinhar no plano de Ben, principalmente depois do início do segundo episódio em que percebemos como foi orquestrada toda a mentira sobre o voo 815 e no final, quando ele decide dar ouvidos a Sayid sobre não confiar em Ben.

 

O primeiro episódio foi mais electrizante ao colocar todas as peças em sentido e levando o espectador a uma viagem por vários momentos do passado e do "presente". Já o segundo foi mais calmo, mas não menos envolvente, sendo mais direccionado para os Oceanic 6. Tivemos uma participação especial de Ana Lucia, mas sem grandes consequências e uma participação - esta sim relevante - da misteriosa Mrs. Hawking que revela o grande objectivo da temporada (presumo eu): se eles não voltarem todos à Ilha em cerca de 70 horas, algo de desastroso irá acontecer e, creio eu, o Tempo tratará de arranjar uma "solução final" para todas as anomalias, algo que poderá passar por um reset da continuidade espacio-temporal, o que eliminará de vez a Ilha (e talvez o Mundo) como o conhecemos de modo a assegurar a estabilidade da linha temporal (que foi ameaçada quando Ben moveu a Ilha). É como se faltassem as "constantes" que fornecem estabilidade e harmonia ao caos (por exemplo, a "constante" de Desmond é Penny). Já para não falar que Mrs. Hawking, que parece conseguir viajar pelo espaço e pelo tempo, poder ser a mãe de Daniel, o que poderá justificar o facto de Daniel se encontrar nos anos 70, durante a construção da Estação Orquídea.

 

 

Claro que muitas destas coisas são apenas suposições da minha parte (e de bastante fãs espalhados pela Internet) e a série ainda dará muitas voltas até começar a fornecer respostas. Agora sim, a série entrou na sua fase mais crítica: enquanto que antes andava ali na corda bamba entre o real e o fantástico, LOST mostra agora o seu verdadeiro propósito e se as coisas parecem confusas (e realmente são), não se preocupem que as respostas logo irão surgir, até porque a série já entrou em contagem decrescente e tem todo aquele clima de que o fim está próximo. Que falta fazia LOST!

 

5x01: Because You Left >> 10 potes de banha

5x02: The Lie >> 9 potes de banha

 

publicado às 18:22

 

A melhor série do Universo e arredores regressa hoje para a sua quinta - e penúltima - temporada. E pelo que já andei por aí a espiar (nada de especial, que LOST requer aproveitamento ao máximo) acho que podemos esperar coisa boa daqueles lados. Depois do surpreendente quarto ano da série, com a sua enxurrada de respostas a questões que só pensaríamos ver resolvidas no final da série, e que injectou vitalidade a um programa que muitos davam como morto (mas eu não! LOST ainda tem muito crédito para gastar comigo) as minhas expectativas são as maiores possíveis. Obviamente, haverá cobertura semanal aqui no estaminé, porém fora da rubricaEpisódios da Semanaa começar pelos dois (sim, DOIS!) capítulos de hoje. E as vossas expectativas, caros lostmaníacos?

 

publicado às 01:26

O Estranho Filme de David Fincher

por Antero, em 19.01.09

 

 

É uma pena quando um filme no qual depositamos grandes esperanças acaba por nos deixar um gosto amargo na boca. Não me estou a referir àquelas decepções tremendas que apanhamos de vez em quando, mas sim quando encaramos que o saldo final é positivo, mas que podia ser melhor. Ou seja, quando uma obra não explora a fundo todo o seu potencial. E potencial era coisa que não faltava a este O Estranho Caso de Benjamin Button: uma história com tons de fantasia bastante promissora; um realizador consagrado (David Fincher), uma produção de altos valores e um casal de protagonistas apelativo (Brad Pitt e Cate Blanchett). No entanto, as opções narrativas questionáveis de Fincher aliadas a um argumento que mais parece um remake de Forrest Gump (Eric Roth escreveu ambos) com toques de O Grande Peixe de Tim Burton, acabam por amolgar bastante um filme que se pretendia arrebatador. Que não é, mas não deixa de ser um bom filme, capaz de levantar questionamentos intrigantes.

 

Benjamin Button é um indivíduo com uma grande particularidade: ele nasceu com o aspecto de um bebé com 80 anos e, com o passar do tempo, vai rejuvenescendo. Adoptado por uma família de negros em plena Nova Orleãs no fim da I Grande Guerra, ele atravessa vários momentos históricos do século XX (hello? Forrest Gump), envolve-se com várias personagens caricatas (Forrest Gump, ainda aí?), apaixona-se por uma mulher que o rejeita inicialmente (Forre… ok, já deu para perceber), sempre com a lógica inversa da sua vida a assombrar-lhe. A história é entrecruzada com outra situada em 2005 (durante o Furacão Katrina), na qual a tal rapariga, Daisy Fuller, está às portas da morte e relata à filha (com a ajuda de um diário) toda a fábula de Button. E se acham que isto pouco terá relacionado com O Grande Peixe, resta dizer que mãe e filha não são muito ligadas e a ocasião é aproveitada para resolver zangas antigas.

 

Enquanto as cenas do hospital vão quebrando o ritmo da narrativa principal, Fincher decide adoptar um tom enfadonho em boa parte do filme: as situações sucedem-se de forma pouco equilibrada e enquanto há algumas que são prazerosas de assistir (como o encontro com Elizabeth Abbott na antiga União Soviética) outras já surgem desnecessárias e burocráticas, como o regresso a casa de Button e o encontro com o pai biológico doente. Aliás, a realização de David Fincher – apesar de sensível em boa parte do tempo – não demonstra a garra que o fez famoso e em apenas um momento da projecção, quando Button relata várias situações hipotéticas que poderiam ter evitado uma tragédia, é que se vê o verdadeiro Fincher à solta. Outro grande mal do filme é a sua previsibilidade e tremenda falta de emoção nos momentos finais: há uma reviravolta no terceiro acto do filme que qualquer um adivinha aos 5 minutos de filme e o final acaba por ser um pouco anti-climático na resolução que dá à personagem principal.

 

Ainda assim, O Estranho Caso de Benhamin Button consegue dar a volta por cima graças a inúmeros factores, a começar pela brilhante caracterização e aos subtis efeitos especiais que levas as personagens desde a juventude à velhice de forma totalmente credível. O argumento levanta também vários questionamentos sobre a vida e a condição humana: qual o efeito do tempo nas nossas vidas? Devastador? Positivo? Será a morte a única certeza que temos na vida? Porquê amar um semelhante se este é um sentimento que, mais tarde ou mais cedo (com rompimento ou morte), terá sempre um fim doloroso? Vale a pena apegarmo-nos às pessoas e aos locais, sabendo que tudo isso é efémero? E convém perceber que Button mesmo sendo uma anomalia que contraria a passagem comum do tempo, acaba por ficar preso às leis da passagem do mesmo (ele, eventualmente morrerá, só que morrerá jovem), algo salientado no momento em que é baptizado pela mãe adoptiva e no qual se ouvem as badaladas de um relógio ao longe (aposto que este detalhe passou ao lado de muita gente). Mesmo assim, o filme defende que a sua trajectória não é muito diferente das restantes pessoas: no início da sua vida ele está completamente dependente de outros (e a sua inserção numa casa de abrigo para idosos realça o efeito que o tempo tem na vida das pessoas – interna e externamente); ele vai descobrindo e ficando encantado com o mundo ao seu redor nos primeiros anos; sai para trabalhar longe de casa no final da adolescência; e por aí vai.

 

Toda esta trajectória é retratada com imensa competência por Brad Pitt que, sob quilos e quilos de maquilhagem, consegue transmitir toda a inocência infantil de Button, bem como a transição para uma postura mais madura, introspectiva e sabedora com o decorrer dos anos. Cate Blanchett também está óptima como de costume no papel de Daisy Fuller, embora ela só se destaque mesmo numa fase mais avançada do filme, quando a sua personagem revela o peso dos anos e de tudo o que passou e passa a dedicar a sua vida a um jovem Benjamin Button. O restante elenco é excelente, principalmente pela pequena, mas marcante, prestação de Tilda Swinton como Elizabeth Abbott que se torna na materialização da mensagem do filme: não deixar que o tempo limite os nossos alcances, as nossas capacidades, no fundo, a nossa vida. O Estranho Caso de Benjamin Button é, desta forma, um filme que faz jus ao adjectivo do título: tematicamente, é fabuloso; narrativamente, é um objecto falho.

 

Qualidade da banha: 13/20

 

publicado às 18:35

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

Desperate Housewives 5x12: Connect! Connect!

Este deve ter sido o pior episódio de Donas de Casa Desesperadas em muito tempo. Não aconteceu nada demais e o pouco que aconteceu das duas uma: ou era feito às pressas (como a resolução da prisão de Porter) e nem dava para aquecer (as birrinhas das filhas de Gaby). Parece que tudo correu mal neste aqui. Susan e Edie trancadas na cave foi de morrer; até quando vão utilizar este recurso nas séries para que duas personagens resolvam as suas desavenças? Não é que eu não goste de ver as duas picadas (o calendário das relações da Susan foi uma boa tirada), mas já chega desta competição entre as duas, não? Arranjem coisa melhor. Gaby com as filhas desobedientes, enfim... desperdício de tempo. Bree às turras com o genro por este não aceitar a forma como ela trata Orson e Andrew foi ridículo: então o rapaz só reparou agora que Bree é mesmo assim? Até parece que ela nem tratou mal a sua mãe no episódio passado. Tudo para criar um conflito por causa da casa que não deu em nada. Lynette foi o fim da picada: aquele acidente inventado (absurdo), pegarem na mãe dela e porem-na amuada porque a filha não a visita... por amor de Deus! E por dar tempo de antena a estes equívocos, nem acompanhamos a resolução da detenção de Porter. Bastou a Lynette falar e pronto, está resolvido (embora eu ache que o marido da outra ainda volte a atacar). Dave vai morar com Mike que, devido a marcação cerrada de Katherine, lá admite que está a apaixonar-se por ela, dando-lhe novas razões para o seu plano de vingança ir mais fundo. Totalmente prevísivel. Vamos a ver se o próximo episódio, que é o centésimo e que promete, recompensa esta perda de tempo. Oxalá não me engane.

3 potes de banha

 

How I Met Your Mother 4x12: Benefits

Não soubemos nada da Mãe, mas também não foi preciso. Neste óptimo episódio, Ted e Robin decidem tornar-se amigos coloridos e desatam a dormir juntos para não terem de discutir sobre questões da partilha da casa. E o que parecia ser uma história centrada no casal, na verdade tornou-se sobre o desespero de Barney que finalmente se deu conta que nutre sentimentos por Robin. E as suas reacções foram hilariantes: desde as televisões destruídas, à casa limpa e onde não faltava nada, passando pela sua contenção ao ouvir os relatos de Ted (awefsome! awesful!), Barney foi mesmo o ponto alto do episódio, mostrando que a série não seria a mesma sem ele nem Neil Patrick Harris no papel. Por outro lado, Marshall desespera no trabalho sempre que quer "ler uma revista" (adoro estas metáforas), numa história engraçada, mas sem grandes consequências. Agora que Ted sabe sobre a paixoneta de Barney por Robin será que lhe vai dizer alguma coisa? Um regresso em grande de How I Met Your Mother.

9 potes de banha

 

Aproveito este espaço para escrever que Prison Break foi cancelado e esta é mesmo a última temporada. Faltam 4 episódios para exibir a partir de 17 de Abril (uma Sexta-feira, o que demonstra a pouca confiança da Fox na série e um admitir de culpa das péssimas audiências), mas não está descartada a produção de mais dois ou três episódios para dar um final digno à série. Sempre fui grande fã da série, mas, sinceramente, tenho de admitir que o seu tempo já lá vai e a história já foi esticada mais do que podia. Vai deixar saudades, é certo.

 

E para a semana, dia 21, estreia a muito aguardada quinta temporada de LOST! Ansiedade pura!

 

publicado às 20:17

Pragas do mundo moderno #6

por Antero, em 14.01.09

TUNING

 

 

publicado às 23:12

Actualidades #7

por Antero, em 13.01.09

Cristiano Ronaldo ganha prémio da FIFA

Aleluia! Não faço esta exclamação porque finalmente reconheceram o mérito do rapaz, mas sim porque a partir de agora poderá acabar o lobby intenso do próprio, da família do mesmo e da histérica comunicação social que queria à força toda reconhecer o seu minino, que ao serviço da Selecção Nacional não fez nada por aí além, sendo até constrangedor em alguns momentos. Como se esperava, depois das 20h de ontem, os canais foram inundados de declarações da saloia família (se a vida de Ronaldo fosse uma série, seria Entourage de certeza, mas em que ele só estaria rodeado de Turtles), de imagens de arquivo (acho que vi os golos ao Moreirense pelo Sporting umas 10 vezes em meia-hora; ele não fez mais nada de relevante por cá) e as congratulações da praxe. Claro que isto não acabou por ontem: nos próximos dias, devemos ter mil e uma reportagens a passar na televisão, jornais e revistas vão fazer capa e contar a história do moçoilo e o povo vai consumir isso tudo avidamente. E agora já posso ver futebol em paz?

 

Vaga de frio

Portugal Continental tem sido afectado por uma frente polar que mantido as temperaturas (muito) baixas e que até fez nevar em locais impensáveis. Obviamente que Espinho, numa completa inversão do que é normal, não viu neve. Só chuva. Gelada. Mas neve não. No Porto nevou, em Oliveira do Douro, Sandim e Gaia também, mas em Espinho nada. Em São João da Madeira também se viu neve, mas em Espinho só pela televisão. Tal como acontece imensas vezes no Verão, quando Espinho está rodeada de terras onde faz sol e o calor é uma constante e aqui está nevoeiro e o frio do costume, a minha cidade é a negação de todas as previsões meteorológicas. O aquecimento global só pode ter começado aqui. Porém, não pensem que aqui está calorzinho; está muito, muito frio. Mas lá que deve ser das mais quentinhas da zona Norte, lá isso deve.

 

Conflito Israel - Palestina

Ano após ano, esta história vai, invariavelmente, parar no mesmo. A postura das Nações Unidas de "deixa andar" faz com que este conflito se arraste há décadas e não se vislumbra resolução. Tudo porque ninguém se deve meter e o caso de Jerusálem e da Faixa de Gaza devem ser resolvidos entre ambos os povos. Ou seja, as comadres que se entendam. É compreensível: tomar uma posição de força para além do óbvio "condenamento das acções militares e terroristas" seria o admitir de um erro da ONU que tem décadas, ou seja, o mau planeamento e a péssima gestão da questão de Israel e das tensões no Médio-Oriente ao longo destes anos todos, principalmente quando o Governo israelita se recusou a cumprir todas as resoluções aprovadas pela ONU de retirada e da manutenção dos refugiados. É que nenhum dos lados irá ceder, porque um quarto do Mundo apoia Israel, outro quarto apoia a Palestina e a outra metade já tem problemas que chegue para se preocupar.

 

Arbitragens

Acho inacreditável o que se tem passado depois do jogo de Domingo entre o Benfica e o Sp. Braga. Até parece que o Benfica nem tinha sido prejudicado em bastantes jogos anteriores do campeonato. Mas sobre isso ninguém comenta: as vozes, que dantes condenavam que o imenso falatório sobre as arbitragens (como, por exemplo, a desse vendido que dá pelo nome de Jesualdo Ferreira) foram as primeiras a levantarem-se contra a actuação de Paulo Baptista. E é nojenta a atitude do responsáveis do Sp. Braga, qual lacaios de ocasião, como é a atitude do Sporting em só se fazer ouvir quando o Benfica é beneficiado. Onde andou esta gente nos últimos anos? Porquê tanta submissão ao FC Porto? É pelo Postiga? Jorge Jesus é outro que entrou na minha lista negra: sempre foi um cromo de primeira, mas, na época passada, o seu Belenenses foi empatar 1-1 ao Dragão com Postiga (olha ele outra vez) a marcar o golo do FC Porto em nítido fora-de-jogo junto ao árbitro assistente. Comentário de Jesus: "resultado justo". E depois vêm os portistas e o lagartos (embora isto não lhes diga respeito), com toda a moral lata do Mundo, reclamar que o Benfica é sempre beneficiado. Eu ainda acho que a arbitragem do jogo de Domingo foi para enganar. Daqui para a frente o Benfica, jogando bem ou mal, deverá ser ainda mais prejudicado. Mas isto sou eu a prever. Dito isto, convém referir que o Benfica fez um péssimo jogo contra o Sp. Braga e que estes mereciam, no mínimo, o empate. Mas em vez de ser uma vitória sofrida - o que nunca me deixa entusiasmado - tornou-se uma vitória sem mérito devido à actuação lastimável do árbitro. E eu odeio ganhar assim. O meu Benfica não precisa disto. Ao contrário de outros.

 

Golden Globes

Slumdog Millionaire e Vicky Cristina Barcelona foram eleitos como os melhores filmes de 2008 para a Imprensa Estrangeira em Hollywood. Não vi nenhum dos dois, embora alguns dos nomeados já estejam em fila de espera para os assistir. Mas o melhor foi ver a consagração absoluta de Kate Winslet (a minha actriz favorita no momento), de Mickey Rourke, Colin Farrell (a representar esse grande filme que éEm Bruges) e, como não podia deixar de ser, Heath Ledger que anda a papar tudo que é prémio com o seu Joker d'O Cavaleiro das Trevas. Uma pena queWALL•Etenha sido remetido ao estigma de "filme de animação", porque este filme merece todos os prémios e mais alguns. Quanto às séries, o previsível: 30 Rock a engolir tudo desde série (Entourage merecia mais), actor e actriz eMad Mena levar de vencida mais uma vez na categoria drama. Não havia LOST para torcer, mas Dexter já merece o prémio há muito, principalmente Michael C. Hall, a alma da série. Ainda assim, fiquei com saliva na boca para começar a ver In Treatment com o premiado Gabriel Byrne. Ah! Vamos agradecer aos Céus o facto de Clint Eastwood não ter ganho com a sua ridícula canção de Gran Torino, mas só a nomeação é uma facada bem funda na credibilidade do Golden Globe.

 

Bush passa testemunho a Obama

Este sim, um verdadeiro ALELUIA! de "vai e não voltes mais".

 

publicado às 22:46

O classicismo de Clint Eastwood

por Antero, em 12.01.09

 

Costuma dizer-se que Clint Eastwood é o últimos dos clássicos, a única lenda viva no Cinema actual. E não é para menos: ele é o último resquício de um cinema que já não se faz, a sua realização transpira velhice pelos poros (com tudo de bom que esta expressão tem). Claro que o homem também erra, mas, regra geral, quando os seus filmes falham, é devido a argumentos desastrosos ou pouco ambiciosos (Dívida de Sangue no primeiro caso; As Bandeiras dos Nossos Pais no segundo). Mas isso são migalhas numa filmografia - e vou só limitar-me a esta década - conta com duas obras sublimes como Mystic River e Million Dollar Baby. Não que este A Troca atinja o nível destes dois, mas é um filme que merece respeito. Principalmente, com a mensagem que quer passar.

 

Baseado num caso real, A Troca conta a história de Christine Collins, mãe solteira a trabalhar em Los Angeles, que, ao chegar a casa, dá com o filho, Walter, desaparecido. A polícia encarrega-se do caso, mas é só depois de 5 meses que Walter é dado como encontrado. É então que, numa aparatosa cobertura dos media promovida pela polícia cuja imagem estava em baixa, Christine se apercebe que a criança não é Walter mal a vê. A partir daí, Christine vai lutar contra um departamento policial corrupto que não quer admitir o erro, tentando manter viva a esperança de que o filho se encontre são e salvo. E é assim que Eastwood nos dá um retrato do que de mais podre existe na sociedade e o desespero do povo que se vê completamente desprotegido por aqueles que os deviam proteger. E força não falta à polícia de Los Angeles: com a ameaça da exposição ao ridículo cada vez mais latente, eles tentam calar Christine de todas as formas, enviando até um médico para explicar, de forma hilariante, como uma criança de 8 anos pode mingar em poucos meses.

 

Isto até interná-la por insanidade e aí o filme mostra realmente o seu propósito: a partir daí entra em cena a história de um serial-killer e ambas as tramas começam a ser intercaladas e dá-se uma sucessão de cenas capazes de acender o choque e a repulsa no espectador. Mas enquanto o filme vai passando, A Troca mostra uma crença inabalável nas leis, demonstrando que o problema não está na Lei em si, mas sim naqueles que a representam, o que destrói à partida um dos pilares das sociedades democráticas (uma das maiores representações dos Estados Unidos da América). Christine vai superando os seus obstáculos até descobrir a verdade que envergonhará e despertará uma Los Angeles mergulhada na corrupção, no crime e na manipulação.

 

Angelina Jolie torna-se no elo com o público na desesperada busca pelo filho que todos clamam que ela já tem. Interpretanto Christine de forma intensa, mas sem nunca descambar no exagero tão característico nesta altura de prémios e nomeações, e num constante estado de "desespero controlado", Jolie torna Christine numa mulher real, uma mãe que só quer encontrar o filho e que se vê metida numa situação que, a cada momento que passa, assume contornos gravosos gigantescos. Ela é a heroína, o cowboy feminino de Eastwood, algo realçado pela contínua presença do chapéu, as roupas em tons castanhos e da figura determinada de Christine. Por muitos passos em falso que deu na carreira (e foram muitos), Jolie comprova aqui o seu imenso talento na construção de uma personagem que faz com que os espectadores se preocupem com ela. Outro que surge em destaque é John Malkovich como Gustav Briegleb, um pastor que conhece bem os meandros lamacentos da Polícia de Los Angeles e que presta auxílio a Christine na descoberta da verdade.

 

Filmando A Troca como se de um filme noir dos anos 30 fosse, Clint Eastwood surge mais classicista que nunca: desde o antigo logo da Universal que abre o filme, aos enquandramentos simples, à paleta de cores frias e ao jogo de sombras que ocorre em certas alturas, este é o filme mais extremo do cineasta, no que ao classicismo diz respeito. E Eastwood, como de costume, filma tudo com uma sobriedade ímpar evitando que o filme se torne manipulador logo de cara, pedindo a lágrima fácil e a comoção geral. Que acabam por surgir, é certo, mas se for feito com esta construção narrativa, este modo de filmar e com tamanha naturalidade, venham mais filmes para manipular as nossas emoções. Ou não é esta a função principal do Cinema?

 

Qualidade da banha: 16/20

 

publicado às 23:47

Crónicas do mundo do trabalho #3

por Antero, em 11.01.09

Quem me conhece e/ou segue este blog sabe que eu tinha uma verdadeira antipatia pelo dia da semana que dá pelo nome de Domingo.

 

Pois é, tinha.

 

Isto de trabalhar 6 dias por semana, principalmente com 8 horas ao Sábado divididas pela manhã e pela tarde, faz com que o meu dia de descanso absoluto ficasse reservado para os Domingos. E chateia-me imenso sair ao Sábado à noite e estar completamente de rastos. Não que os Domingos tenham passado a ser a oitava maravilha do Mundo: ainda continuo a achar que este dia é uma bosta porque me sinto em contra-relógio para mais uma semana de trabalho (e já estou a descontar a saloiada que decide dar sinal de vida nesta altura). Sempre me senti assim. Já para não falar do facto que trabalhar 6 dias por semana (embora cumpra as 40 horas legais) me dá a impressão de não ter tempo para nada. Mas é só impressão. Quando isto entrar em velocidade de cruzeiro ninguém me vai parar. A não ser dois berros do patrão. E como já não vou ao cinema há quase um mês, hoje é o dia. A Troca será o filme e depois a resenha vem cá parar.

 

PS: a malta anda a criar blogues e não avisa nada a ninguém (ou então ando muito distraído, o que não é de admirar). Vai daí, adicionei ali ao lado mais cinco ligações para blogues de ex-colegas da faculdade. Peço especial atenção para o blogue da Carolina, uma rapariga fixe, não bué da fixe. Apenas fixe. (private joke, minha gente)

 

publicado às 16:00

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Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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