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Depois de muitas (e merecidas) críticas, é chegada a altura dos elogios. Portugal sobreviveu ao grupo da morte e está nos quartos-de-final onde encontrará a República Checa (curiosamente, o duelo político Alemanha versus Grécia será transportado para os relvados). No jogo de todas as decisões, a Seleção disse presente e recambia a desilusão do Euro 2012 para casa: finalista do último Mundial, com uma equipa de topo e uma qualificação irrepreensível, a Holanda abandona a competição com três derrotas no bolso e prestações globalmente fracas, nomeadamente no capítulo da defesa.
Convém perceber isto pois foi por aqui (a Holanda defendeu mal e porcamente) que Portugal arrancou para uma excelente exibição coletiva – mas com o mal dos outros podemos nós bem. No entanto, nada nos primeiros dez minutos fariam prever a reviravolta: os holandeses entraram a todo o gás e, provavelmente com a memória do nosso irregular jogo com a Dinamarca, pressionavam pelo corredor onde estava Fábio Coentrão sozinho contra o Mundo e marcaram um golaço (eu nem me contive e gritei "Que grande golo!"). A partir daí, a equipa atinou de vez e desatou a criar oportunidades atrás de oportunidades que só a já crónica miserável finalização não permitiu que o marcador tomasse proporções históricas. Ao mesmo tempo, a defesa ia dando conta do recado nas poucas e assertivas vezes que o ataque holandês construía algo com pés e cabeça, mas logo a bola era recuperada e lançada para o ataque português. O golo da consolação, porém, só surgiu aos 74 minutos por um Ronaldo ao seu melhor nível – simplesmente aquele que se suplicava que aparecesse de vez. Hoje foi o dia e que jeito deu!
No geral, toda a equipa esteve bem: as perdidas de Nani acabam por não apagar a agilidade que deu ao seu flanco e mesmo que eu ache que Bruno Alves esteve algo nervoso é só por que, do seu lado, esteve um monstro chamado Pepe a ofuscá-lo. Contudo, eu noto que o rapaz até se esforça, mas Postiga é muito fraco e o rácio das suas boas opções deve de 1 para 10 (eu sei que Nélson Oliveira não tem mostrado muito mais e nem venham dizer que Hugo Almeida é solução para qualquer coisa). Felizmente, a noite foi de Ronaldo e convém esclarecer um ponto: assim como não éramos a pior equipa ontem, hoje também não somos a melhor. Se os elogios fazem sentido hoje, também as desconfianças fizeram sentido ontem. Ninguém está imune à crítica. Eu que sempre apontei que não temos um coletivo forte, hoje vi-me obrigado a repensar esta ideia. E como isto é bom, caraças!
A Seleção pode ter um coletivo sólido se trabalhar para tal. Que Paulo Bento e, principalmente, Cristiano Ronaldo saibam aproveitar este embalo e façam boa figura contra os checos. O grupo da morte fica para trás e o céu é o limite!