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Especial Férias de Verão (já parece os Morangos com Açúcar...)
Caro Acer Aspire 3000,
Escrevo estas palavras com lágrimas nos olhos. É sempre difícil receber uma notícia destas, mas acredita que é tão difícil dá-las como recebe-las. Sendo assim vou directo ao assunto: troquei-te por outro. Porquê? Sou um tipo egoísta; creio que estarei melhor com outra companhia. Mas não leves a mal. O problema não és tu, sou eu. Já não conseguia olhar para o lado e deslumbrar-me com tanto hardware de ponta e depois sentir-me frustrado por te ver a arrastar ao meu lado. E que boa companhia foste tu: três anos e meio não se deitam no lixo assim do nada e acredita que tu mereces alguém melhor do que eu. Alguém mais paciente. Mais carinhoso. Mais prudente. Ainda pensei doar-te a um lar de idosos, mas provavelmente irias sentir-te insultado. Quando eu decidi puxar pelos teus limites e tu hibernaste por 3 meses a fio, não sabes como senti a tua falta. Eu sei que sou um ingrato e de certeza que desejas ardentemente que o meu novo bebé me traga mais problemas que tu alguma vez proporcionaste. Mas, peço-te, não penses assim. O rancor não leva a nada.
Saudades? Claro que vou ter. De quando te arrastavas num processo qualquer e me proporcionavas um intervalo inesperado para um café seguido de um cigarro. Vou ter saudades da tua drive para DVD defeituosa que só lia o que queria e quando lhe apetecia. Acima de tudo, foste sempre fiel aos teus princípios. Terei saudades dos constantes riscos no monitor. Do arranque eterno. Do barulho da ventoínha. Das mensagens de erro. Sempre sincero comigo. E para gratificar essa tua sinceridade absoluta, sinto-me na obrigação de ser honesto contigo. Fui infiel. Há muito que pensava noutro. Aliás, escrevo esta missiva já na companhia do Outro, aproveitando o pós-coito depois de horas a instalar programas e a copiar ficheiros. Sim, é aquele que chegou hoje e logo me lançaste um olhar de desespero. Tinhas razão. Tiveste sempre razão. Deve ser duro saber disto, mas tens de ser forte. Hás-de encontrar o parceiro ideal para ti. Eu sei que encontrei.
Obrigado pelos bons (e maus) momentos que passámos juntos.
Teu para sempre.
Antero Eduardo Monteiro
Recentemente, reencontrei um conhecido que já não via há anos. Poucos sabiam o que era feito dele nos últimos tempos e, do nada, o rapaz deu sinal de vida. E quando digo sinal de vida, a expressão é mais literal do que possam imaginar: preso a um namoro de longa data que já vinha da adolescência, ele foi-se afastando cada vez mais do mundo, digamos, pré-namoro para embarcar num cruzeiro só deles. Normalmente é assim e não há nada que censurar. Como dizia, sabiamente, outro amigo meu "o que verdadeiramente lixa as amizades são os namoros". Uma relação a dois exige empenho, dedicação e sacrifícios tem de ser feitos, quanto mais não seja para manter os motores do navio a todo o vapor.
Só que, para eles, o porto de chegada apareceu cedo e sem aviso e ele, lançado à sua sorte (ela fez a sua), voltou aos convívios de antigamente. Não é a primeira nem tão pouco há-de ser a última vez que isto acontece. Obviamente que ele ainda pensa nela e até se refere a ela de maneira bastante amistosa, embora espera que ela ainda vá bater com a cabeça na parede (entretanto, é ele quem trepa pelas paredes). Os amigos já estão avisados, o Hi5 já respira melhor, o telemóvel ainda guarda algumas lembranças - quanto mais não seja pelo número dela, agora com o sufixo "ex" - o próximo passo será, porventura, o computador carregado de ficheiros (imagens, textos e sabe-se lá que mais) partilhados pelos dois. Não é fácil lidar com a ressaca e, muitas vezes, descamba num desbobinar de insultos, defeitos, situações mal resolvidas e comportamentos menos dignos (o que até nem foi o caso). Discordo que seja boa solução, até porque só acentua a "cegueira" que se apoderou da pessoa, mas se acham que é boa terapia, venham de lá os impropérios e o diabo a quatro. Para compensar um grande amor, só um grande ódio. E lá porque eu estou aqui a criticar esta atitude, nada me garante que eu não venha a fazer o mesmo. Afinal, ninguém é imune à ressaca.
Hoje, dois grandes amigos meus fazem dois anos de namoro. É uma data também meio que especial para mim, porque fui que os juntei, embora o empurrão final tenha sido dado por outra pessoa, literalmente (private joke, minha gente). E como dedicatória a eles, inauguro neste post o primeiro vídeo do estaminé. Não liguem muito ao vídeo que foi o primeiro que encontrei no YouTube, mas sim a música. Esta belíssima música será tocada no casamento deles, algo a acontecer daqui a muitas eras, claro, que a malta é nova e ainda tem muito que viver. Com vocês e, especialmente, para o casal em questão (eles sabem quem são), At Last na voz de Etta James: