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Rapidinhas #5

por Antero, em 25.08.10

Já não escrevia um destes há muito tempo...

  • O SC Braga está na Liga dos Campeões, após eliminar Celtic e Sevilha, dando continuidade à excelente época anterior(a nível interno). Uma bofetada de luva branca o sucesso deste Braga: com uma equipa de tostões, Domingos tirou leite de pedra nestes últimos meses, alcançando mais do que FC Porto e Sporting e melhor que o Benfica (pelo menos actualmente e a nível de futebol jogado agora). Não que eu simpatize com o treinador ou com o clube, mas espera-se que isto não seja apenas bom "timing" (daquele que sofreu o Boavista) e que seja para ficar. Falar em 4º grande ainda é prematuro.
  • No último mês, deu-me para rever as três primeiras temporadas de LOST. Devorei-as como se as tivesse a descobrir pela primeira vez. O facto de saber tudo o que acontece de seguida não tirou nem um décimo do gozo à experiência: pormenores num diálogo ou numa acção ganham outros contornos (como as aparições da Ilha); respostas que são dadas muito vagamente numa frase ou duas; rever momentos marcantes (o episódio da morte de Boone e do nascimento de Aaron é sensacional); e, claro, perceber como as personagens eram no início e como se desenvolveram com o passar do tempo. Dizem que as grandes obras só atingem esse posto após uma revisão e, neste caso, resta-me dizer que a série passa com louvor. Urge descobrir para quem (ainda) vive num mundo à parte. Pelo menos a primeira temporada, vá.
  • Vi o Salt, com a Angelina Jolie, e achei um filme de acção competente, mas nada mais do que isso. Não me pareceu merecedor de uma crítica extensa aqui na banca.
  • Carlos Queiroz foi suspenso pela Federação, mas já leva com outro processo em cima. Se é para meter a malta do departamento jurídico a vergar a mola, mais vale contratar o Domenech. Só ele para limpar a má imagem de Queiroz.
  • Isto tem estado parado. Agosto é pasmaceira e o estaminé também precisa de descanso (na verdade isto é uma desculpa muito foleira; a vontade para escrever é que tem sido pouca. Para isto voltar a ter o movimento de outrora, só com a estreia do novo filme do Twilight.). Porém, isto não vai acabar como aconteceu com tantos blogs aqui do lado que parecem ter ido ao charco. Não posso é estar sempre a fazer textos com "a praia estava óptima... hoje não fiz nada... ainda continuo desempregado... isto está mau... a praia estava óptima...".

publicado às 18:44

Budas e brutamontes

por Antero, em 16.08.10

O Último Airbender

The Last Airbender

 


Há algumas semanas, teci rasgados elogios neste espaço à carreira brilhante da Pixar, aquela produtora incapaz de falhar e que, na sua demanda de oferecer sempre mais e melhor, acaba por superar-se quando já ninguém o espera. É chegada a hora de falar da Pixar do mal: M. Night Shyamalan. Respeitadíssimo há dez anos, o homem parece que piora de filme para filme. Realizador talentoso, mas longe da boa forma como argumentista revelada nas primeiras obras, Shyamalan é uma escolha incompreensível para comandar este filme. Pior do que isso, só o deixarem meter as mãos no argumento, já que os grandes problemas dos seus filmes anteriores vinham todos da narrativa (não há nada que salve uma má história). Só que, aqui, os problemas parecem vir de todos os lados, o que conduz O Último Airbender ao desastre total.

 

Adaptação da série do canal Nickelodeon, Avatar: The Last Airbender, o filme passa-se num mundo dividido em quatro Nações (Água, Ar, Fogo e Terra) onde um ser, o Avatar, possui a habilidade única de controlar todos os elementos. Desaparecido há um século, Aang é descoberto por dois irmãos e deverá assumir o seu papel de Avatar para travar uma guerra levada a cabo pela Nação do Fogo. Só que o herói abandonou o seu aprendizado por não se sentir confortável com a responsabilidade de ser um predestinado e, de momento, apenas consegue dominar o Ar. Ao mesmo tempo, o herdeiro do trono da Nação do Fogo pretende a sua captura de modo a recuperar o prestígio entre os seus pares.

 

Várias vozes levantaram-se contra o casting de actores caucasianos para papéis declaradamente asiáticos e, quanto a isto, nada posso dizer, já que não vi a série. O que posso afirmar – e isto é algo independente de qualquer etnia – é que os actores são todos péssimos e os diálogos que os servem só têm duas funções: expor, sem a menor subtileza, informações que avancem a história e, pior ainda, tentar fornecer algum indício de desenvolvimento das suas personalidades, algo que o filme falha em toda a linha e transforma-os em pivôs de telejornal a ler um teleponto. Sem o mínimo senso de fascínio ou espectacularidade que uma obra do género exige, O Último Airbender conta com vistosos efeitos especiais que surgem como um espectáculo de pirotecnia vazio, devido à falta de sustentação dramática (a água não parece molhar; as labaredas não parecem queimar os seus alvos e assim por diante).

 

Aborrecido do início ao fim, o filme ainda conta com uma realização pedestre de Shyamalan, cujo ritmo lento e falta de soluções que confiram um mínimo de estilo às cenas de acção, destroem os poucos pontos de interesse, sendo ainda prejudicado por uma conversão 3D inócua (quase dá para acompanhar a projecção sem os óculos) que escurece a fotografia sem qualquer propósito (isto é regra nas conversões tridimensionais). Além disso, o filme bem tenta com que nos identifiquemos com as personagens, mas o seu desenvolvimento é tão pragmático que, quando uma delas é obrigada a sacrificar-se, a reacção da plateia é fria e distante. Em suma, que seja mesmo o último.

 

Qualidade da banha: 5/20

 

Os Mercenários

The Expendables

 

 

A reunião de nomes sonantes dos filmes de acção da década de 80, bem como a adição de alguns deste milénio, é uma mera curiosidade em Os Mercenários. Tire-se o elenco chamativo e não estamos longe do limbo de fitas série Z que gravitam no mercado do directo-para-vídeo. Os heróis absurdamente musculados de outrora e que matavam como poucos exércitos conseguem em filmes regados a muita testosterona são o alvo desta suposta homenagem conduzida por Stallone. Eles são poucos mas matam muitos, o vilão é um ditador de um país latino, a donzela está em perigo, o armamento é de ponta, o sangue vem aos contentores e a acção… bem… a acção pura e dura está lá, mas muito mal encenada.

 

O certo é que Os Mercenários falha naquilo que deveria ser o seu destaque – as sequências de acção. Montadas de forma tão rápida e cheia de cortes que Michael Bay deve ter tido um orgasmo, elas falham também por não permitirem confrontos físicos entre os seus actores e metendo-lhes umas metralhadoras e uns explosivos nas mãos que fazem o serviço todo. Capaz de desperdiçar uma oportunidade única como a luta entre Jet Li e Dolph Lundgreen (que é decepcionante), Stallone deixa-se refém dos piores vícios do cinema de acção actual, onde o sangue é digital (e muito falso), não se compreende nada do que se passa no ecrã e os (d)efeitos especiais são abundantes. Há uma cena em particular que é constrangedora: quando duas personagens se despedem à entrada de um hidroavião, dá para perceber claramente que aquilo é uma composição e que a cena foi filmada recorrendo ao chroma-key. Custava assim tanto filmar num cais e num avião verdadeiro? Exemplos como este há aos montes no filme.

 

Despachado na acção, mas sempre apostado em desenvolver (porcamente) as suas person… perdão, estereótipos, Os Mercenários faz um péssimo uso do seu elenco de “estrelas”. Desde matadores com crises de consciência ao asiático com queda para a comédia (Jet Li mete dó), o filme conta com diálogos tão insossos até para um filme do género, como as piadas frágeis atiradas com a mesma frequência das balas disparadas ao longo da projecção – e quando Stallone diz que Schwarzenegger quer ser presidente, a piada, já de si débil, atira o espectador para fora do filme. Mesmo a tão falada cena da reunião do “Rambo”, do “Exterminador” e do “John McClane” serve mais como uma cena atirada ao acaso e sem qualquer função na narrativa (embora dê para ver que os actores se divertiram imenso ao fazê-la).

 

Sem qualquer sentido de gozo que salve a narrativa (ver Lundgreen a tentar actuar é uma tortura, ainda que seja a gozar com a sua ‘persona’), Os Mercenários ao menos ainda origina alguma nostalgia por vermos aquelas caras tão envelhecidas e, nalguns casos, cheias de botox. Nem mesmo pelo lado da sátira, a película se salva, uma vez que Stallone leva tudo a sério e um tom mais irónico teria tornado tudo mais apelativo e suportável. Feito apenas para render milhões, o filme até pode vir a agradar aos muitos fãs que passaram horas a imaginar como seria uma junção destes “talentos”, mas o resto não deverá ter muitos mais motivos para se entreter com esta homenagem pouco imaginativa.

 

Qualidade da banha: 7/20

 

publicado às 16:03

Trapalhada queiroziana

por Antero, em 11.08.10

Deixa ver se entendi: Carlos Queiroz insulta o pessoal do Autoridade Antidopagem de Portugal em Maio, os gajos da Federação chutam para canto, seguindo com a preparação do Mundial e, descontentes com os resultados apresentados, instauram um processo dois meses depois do caso porque não querem abrir os cordões à bolsa com a dispensa do sujeito. Queiroz não se deixa ficar e chama uma mão cheia de "testemunhas" (entre aspas mesmo, porque não consta que nenhuma estivesse presente) para servirem como atenuantes para a conduta dele. É isto? Já estou mesmo a ver o nível da coisa:

 

Pinto da Costa: isto é uma cabala, uma vergonha levada a cabo pelas gentes do Sul e até corto a língua se o Benfica não estiver envolvido. Queiroz é uma pessoa de bem e isto vindo de mim, que tenho uma moralidade tão questionável, é dizer muito. Se ele usou linguagem de baixo nível - e saliento que, para mim, baixo nível é só para eventos formais - não disse nem mais nem menos do que a malta aqui do Norte usa corriqueiramente.

 

Alex Fergunson: Queiroz é um excelente profissional infectado pela celeuma do português miserável, comodista e peneirento. Vocês é que sabotaram tão brilhante trabalhador. Cá em Portugal, ele não dá nada há 20 anos e a culpa não pode ser exclusivamente dele. Vê-se que, quando saiu desta lixeira, o homem viu o seu valor recompensado: não como seleccionador da África do Sul (país de gente burra que não quer aprender) ou como treinador a prazo do Real Madrid (clubeco insignificante), mas sim como braço direito do supra-sumo dos treinadores: eu próprio!

 

Luís Filipe Vieira: vamos pôr isto tudo atrás das costas, o futuro é o caminho e iniciaremos um novo ciclo. Um novo ciclo de vitórias, aprendendo com os erros passados para nunca mais os cometermos. Sim, o Roberto não dá confiança nenhuma, o Peixoto não vale um chavo e... ah!... o Queiroz? É um porreiro. Já me comprou um Kit Sócio uma vez e tudo!

 

Luís Figo: Queiroz é competente tanto no nível teórico como no prático. Claro que na Selecção A não demos uma para a caixa, no Sporting ganhei uma mera Taça de Portugal com ele e no Real Madrid já ninguém o podia ver à frente, mas que isso não desvirtue o valor intrínseco do ser humano bondoso que é Queiroz. Até posso mostrar os comprovativos das contribuições que ele fez para a Fundação Luís Figo. Não que ele me tenha pago (muito) para prestar estas declarações, mas sabem como é... estou reformado e um homem tem de fazer pela vida.

 

Em jeito de conclusão e de forma a que Carlos Queiroz perceba: homem, vai com as putas, mas chula essa cambada até ao tutano, caralho!

 

publicado às 13:22


Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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