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Lua secante

por Antero, em 26.11.09

 

Querido Diário,

 

Acabei de chegar do cinema, fui ver o Lua Nova e estou completamente extasiada! Faltam-me as palavras! Estou ofegante, quase como a Bella a arfar frase sim frase não, talvez por se encontrar diante de dois pedaços de mau caminho como são o Edward e o Jacob! Que sorte a dela: quem me dera ter de escolher entre dois pães como eles, mas pronto, lá tenho de me contentar com o Zeca. Como sabes, eu simplesmente amei o livro e voltei a experienciar tudo aquilo que senti, mas agora no grande ecrã. Os sacrifícios que a Bella e o Edward fazem um pelo outro fizeram-me feliz. Com eles, voltei a acreditar no Amor. Eles merecem ficar juntos!

 

Mas o percurso não é fácil: depois de um acidente com a família Cullen, Edward abandona a Bella por temer que alguém se descontrole e lhe faça mal (será que ele a isola quando ela está com a menstruação?). E, tal como no livro, eles ousam deixá-los separados a maior parte do tempo! Como podem? Vá lá que a Bella abriu a pestana e foi-se aconchegar nos braços (e que braços!) do Jacob, aquele indiozinho que é um lobisomem sempre que se irrita. E como não temos Edward para admirar, temos Jacob de tronco nú praticamente o filme todo! Até quando chove e está de noite, ele anda ali a mostrar-se todo turbinado (até tive receio que ele se constipasse). Que colírio! Ainda por cima, é mais atencioso que o Edward, pois, quando a Bella faz um pequeno golpe na cabeça, ele tira logo a T-shirt para ajudá-la. Já não se fazem homens assim! Havias de ver a minha cara quando percebi que ele só tinha 16 anos. Amanhã, vou inscrever o Zeca num ginásio.

 

No entanto, o que eu mais gostei foi do conflito interno da Bella: ela envelhece e o Edward não (eu começava a poupar para a Corporácion Desmoestética), é abandonada por este e tem de se sujeitar a pôr-se em perigo para ter visões dele, de modo a matar saudades. Arranja conforto no Jacob e este também se revela um monstro capaz de a matar. A moça não tem mesmo sorte, mas é uma persistente. Tão persistente que envia dezenas de emails para uma conta inexistente e é capaz de abdicar de tudo (estudos, carreira, família) pelas suas paixões. Há quem lhe chame submissa, mas eu estou com ela: há que agarrar o nosso homem a todo o custo e renunciar a nós próprias é a maior prova de Amor possível. Olha o Zeca: queria ver o 2012, mas fez-me a vontade e veio ver o Lua Nova comigo. É um querido!

 

Continuando na Bella, invejo-lhe a perspicácia: ele vê Jacob musculado e diz que ele está musculado, o Jacob aparece de cabelo curto e ela diz que ele cortou o cabelo, ela corta-se com uma folha de papel e diz que se cortou com uma folha de papel. Tão sincera esta Bella, desejo-lhe toda a sorte do Mundo quando for admitida na Universidade. Depois, derreti-me toda pela maneira como o triângulo amoroso interagia entre si: de maneira tão monocórdica e teatral que quase pareciam saborear cada palavra antes dela sair por aqueles lábios. E os diálogos a exprimir tudo o que lhes ia na alma? Eu suspirava a cada "só tu me podes magoar", "já me deste tudo só por existires" e "a única coisa que me impede de me matar és tu". Já tentei que o Zeca falasse assim comigo, mas ele diz que é muito piroso. Acho que ele já não gosta de mim.

 

Ah! E ainda não falei das cenas de acção: curtinhas para não desviar o foco do triângulo amoroso, elas são um tédio por cortarem com o ritmo pausado da história. Quando eu queria ver mais trocas de declarações entre Jacob-Bella-Edward lá aparecia um lobisomem ou mais aos saltos. Ainda bem que a primeira cena de acção só acontece com uma hora de filme corrido, porque, por mim, podiam estar naquele impasse a vida toda (e como o Edward é imortal, melhor ainda!). Depois aparecem os Volturi, tipo a realeza dos vampiros, e eles metem muito medo, até porque um deles é o Tony Blair e outra costumava ser uma criancinha adorável há uns anos atrás. Vá lá que mal aparecem e põem-se logo a andar sem grandes explicações. Também é nesta altura que têm a grande ideia de meter o Edward de tronco nú e que lingrinhas comparado com o Jacob! Mas nada disso importa, pois ele é lindo, pálido, inexpressivo e aquele penteado despenteado tira-me do sério (depois do ginásio, o Zeca vai ao cabeleireiro).

 

Agora vou-me deitar e torcer para que o Edward também me apareça em visões como à Bella. Estou em pulgas pelo próximo Verão e o novo filme da saga, Eclipse, ainda mais depois deste final onde a Bella tem tudo para ser a rapariga mais invejada à face da Terra. Amei o Lua Nova, principalmente depois da desilusão do Deixa-me Entrar, que é muito violento, ninguém fala Inglês e eles não ficam juntos no fim!


XOXO

 

Qualidade da banha: 4/20

 

publicado às 03:14

02/02/2010

por Antero, em 20.11.09

(clique na imagem para ver em tamanho original)

 

publicado às 14:29

Portugal vai ao Mundial... e?

por Antero, em 19.11.09

A Selecção Nacional cumpriu os serviços mínimos e vai estar presente no Mundial 2010 a realizar na África do Sul. O país vibra de alegria, os patrocinadores já contam os milhões, a comunicação social prepara-se para andar anestesiada entre Maio e Junho, o torneio terá interesse acrescido, mas, para mim, esta equipa não convence. Hei-de bater nesta tecla até furar o computador: a equipa joga mal, as convocatórias de nódoas (Duda, Edinho), jogadores em baixo de forma (Paulo Ferreira, Deco) ou para aproveitar a ocasião (Nuno Assis por altura do jogo em Guimarães) são anedóticas, e todo o circo montado à volta da Selecção - e que vai piorar com o aproximar do Verão - é de revirar as tripas. Tremo só de pensar que vamos acompanhar os jogos de Portugal no histerismo da TVI.

 

Além do mais, acho que a equipa nunca superou - e com Queirós será difícil reverter isto - o trauma do jogo em casa com a Dinamarca, em que uma provável goleada tornou-se numa derrota inacreditável. Continuo a achar que ter Ricardo ou Eduardo na baliza é como trocar seis por meia dúzia, que Ronaldo não tem perfil para capitão e que a trupe que governa a Federação Portuguesa de Futebol só olha para o próprio umbigo. Creio que nunca acompanhei uma campanha da Selecção com tanto desinteresse. E se Queirós acha que Portugal tem condições para, no mínimo, chegar ao pódio é porque só pode estar noutra dimensão. Um banho de humildade não era mal pensado, não.

 

De qualquer forma, parabéns (muito) contidos para a equipa das quinas. Agora já posso acompanhar o Benfica sem interrupções e devaneios nacionalistas bacocos? Obrigado.

 

publicado às 02:43

Imbecil do início ao fim

por Antero, em 16.11.09

 

Por acaso não é algo que eu faça, mas, se eu tivesse de listar os nomes do elenco de um determinado filme antes de passar à crítica do mesmo, no caso de 2012 eu diria que o filme conta com as interpretações de Uncharted Territory, Digital Domain, Double Negative, Scanline, Sony Pictures Imageworks, entre outros e com participações especiais de John Cusack, Amanda Peet, Danny Glover, Woody Harrelson, Oliver Platt, Thandie Newton e Chiwetel Ejiofor. Para quem não sabe, as primeiras foram as empresas encarregues dos efeitos visuais de 2012, por isso nada mais justo do que lhes dar o devido crédito, uma vez que neste género o que conta são as cenas de destruição. O argumento, essa coisa tão menosprezada, é algo acessório.

 

Claro que "acessório" não necessariamente significa "imbecil", como comprovam algumas obras anteriores do realizador Roland Emmerich (O Dia da Independência, O Dia Depois de Amanhã), que até se revelaram entretenimentos de nível aceitável, mas nada disso acontece em 2012. Baseando-se nas previsões da civilização Maia de que o ano supracitado trará o fim do mundo, o filme conta com uma teoria maluca de que as tempestades solares ficarão de tal maneira intensas que desestabilizarão o núcleo da Terra, o que acarretará consequências devastadoras para o planeta. É neste clima de "caos antecipado" que os governos do G8 engendram um plano para salvar parte da civilização e acompanhamos as tentativas de salvamento de uma família em crise, nada mais nada menos do que o Capítulo 1 do Manual do Argumentista Preguiçoso.

 

O esquema é sempre o mesmo: contratam-se actores estabelecidos para dar um mínimo de credibilidade às personagens sem muito esforço (haverá alguém mais bom moço que John Cusack? E alguém mais lunático que Woody Harrelson?), demora-se meia hora a preparar a premissa e as situações para logo a seguir desatar a destruir tudo numa sucessão de clímaxes, onde algumas personagens se redimem ou pagam o preço pelos seus pecados e conflitos são superados. E como a destruição é o que realmente interessa, resta dizer que, neste aspecto, 2012 não decepciona: as sequências de acção são intensas, os efeitos especiais são primorosos e, o melhor de tudo, Emmerich faz questão de que acompanhemos tudo, ao contrário de abéculas como Michael Bay que pensam que quantos mais cortes por segundo, melhor.

 

Já que falo em destruição, convém referir que enquanto o planeta desaba também leva a credibilidade do filme atrás, que se torna cada vez mais idiota com o passar do tempo. Se já é difícil de acreditar que um terreno de milhares de hectares entre em erupção praticamente do nada, que as placas tectónicas se movam a uma velocidade recorde, na inundação dos Himalaias pelo oceano Índico, ou nos salvamentos no último segundo (embora isto faça parte do divertimento, certo?), mais complicado é aceitar o festival de imbecilidades que o filme oferece. Não é incrível como todas as personagens principais têm tempo para discursos profundos ou pedidos de perdão, mesmo com a morte ali ao lado? Gosto especialmente daquele que ao ver uma onda gigantesca à sua frente, telefona para um amigo a dizer que ninguém os foi salvar (e só agora se lembrou de o alertar?!) enquanto todos os outros fogem para salvar as suas vidas. 2012 tenta-nos convencer de que aquilo era o que qualquer pessoa normal faria nas mesmas circunstâncias.

 

Porém, estes artifícios para aumentar o "drama" de determinada cena não são nada comparados com o rol de coincidências absurdas apresentadas, uma vez que todas as personagens, de uma maneira ou outra, estão relacionadas ou acabam por se encontrar (como revela a cena constrangedora em que a amante de um russo - patrão da personagem de Cusack, claro - reconhece, no meio de uma multidão, o "rival" familiar deste como o cirurgião que... lhe fez os implantes mamários!). Aparentemente, em 2012, a Terra tem o tamanho da Ilha de LOST, o que talvez explique como os Himalaias trocam de lugar com a costa leste da China em poucas horas (ou assim o filme parece dar a entender), embora, mais tarde, mostre a previsão de satélite de um maremoto no Índico e a geografia do planeta seja a mesma de sempre (talvez esta parte do filme se passe no início de O Dia da Independência, quando os nossos satélites foram sabotados pelos extraterrestes. Ou então foi mesmo burrice de Emmerich...).

 

Contando com cenas que beiram o involuntariamente cómico como a fuga de um terramoto numa limounise (eu garanto que, com aquele condutor e aquele veículo, a Ferrari não teria um ano tão decepcionante na Fórmula 1), a queda do Cristo Redentor, ou o compartimento que se inunda mais rapidamente que os demais, embora esteja situado no meio (resposta: estava lá uma secundária sem relevância, enquanto que os outros tinham os protagonistas), 2012 recusa-se a acabar antes de atingir inchadíssimas duas horas e meia. O que começa como um divertimento desmiolado (e aposto que essa não era a intenção), acaba por se arrastar e tornar-se monótono e altamente pretencioso. E a última tirada do filme acaba por dar a machadada final de estupidez no espectador - o que, por si só, já vale o preço do bilhete. Nada como assistir a um mega terramoto, a um super vulcão e a um ultra maremoto para curar os males de incontinência.

 

Qualidade da banha: 5/20

 

publicado às 18:27

Crónicas do mundo do trabalho #8

por Antero, em 07.11.09

Estou cansado. Organizar uma Feira é sempre cansativo, ainda mais com jornadas de 10 horas de trabalho diárias (Sábado e Domingo incluídos), assistir à montagem, estar presente e as viagens de um lado para o outro. É um tremendo desgaste físico e psicológico. Por isso é que aqui o estaminé começou a ganhar teias de aranha, algo que tentarei limpar nos próximos dias (embora não prometa nada).

 

Mas até que o evento correu bem e passou rápido. Vir a Lisboa é sempre um prazer, embora o trânsito caótico e a agitação típica de uma capital sejam de dispensar. À noite, tempo para relaxar com as poucas forças que restam e conviver com os colegas. Um italiano quarentão, representante de uma empresa colaboradora da minha já queria arrebitar para o Bairro Alto, algo que recusei na hora devido ao cansaço e ao facto de ter de acordar cedo no dia seguinte. Gosto deste tipo de descontração. Engravatados e sisudos como se vê aos montes neste tipo de eventos não são para mim.

 

Uma rapariga que controlava as entradas e saídas (e que já nem me verificava a acreditação, tal era o meu constante entra-e-sai do pavilhão) perguntou-me se eu era engenheiro informático, uma vez que não estava de fato e agia sempre de forma descontraída. Achei piada e disse que não era, mas que estava relacionado com computadores (com o tempo aprendi que é complicado explicar às pessoas o que é um Técnico de Multimédia, embora às vezes tenha as minhas próprias dúvidas), ao que ela retorquiu: "é que não é muito normal ver aqui uma pessoa sem fato ou, digamos, sem estar vestida para a ocasião e com cartão de expositor". Apeteceu-me perguntar, em tom de brincadeira, se ela achava que eu estava mal vestido, mas o facto é que ela (e eu) estávamos a trabalhar, então achei por bem apenas sorrir e dizer: "assim até chamo mais à atenção para o meu stand".

 

Adiante. Amanhã volto para cima para mais uma semana de trabalho intenso (ao contrário do que se pensa, os dias a seguir a este tipo de acontecimentos são de muito trabalho de organização de informações e contactos recolhidos) e, no final, umas merecidas férias. Entretanto, há que ver as condições de "renovação" de contrato e planear o futuro.

 

De qualquer forma, a eficácia foi de 100%: 4 taxistas, 4 benfiquistas!

 

publicado às 20:28


Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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