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Já referi isto no Twitter, mas cá vai novamente: inscrevi-me num ginásio. Porém, não é este facto que me leva a escrever este post. Quando preenchia o formulário da inscrição, foi-me pedido que indicasse a minha profissão. Foi a primeira vez desde que comecei a trabalhar que me pediram tal coisa. E lá escrevi: técnico de multimédia. Confesso que ainda tive o impulso de escrever "estudante" - que, teoricamente, não é uma profissão, mas toda a gente percebe o intuito - e o que ficou para a História foi o primeiro registo da minha profissão. Devia ter tirado uma foto.
Quanto ao ginásio... pois... bem... olhem, lá teve de ser. E eu não sou dado a essas coisas de exercício físico. Durante anos, vi amigos e familiares praticarem desporto e andarem de muletas, ligaduras, doridos, essas coisas todas e eu nada. Menos exercício significava menos propensão a lesões. Agora queixo-me: estou todo partido e não me esforcei por aí além! Ai, ai...
Agora é mesmo oficial. Vibro muito mais com o Benfica do que com a Selecção Nacional. Andei eufórico durante o Euro 2004 (como toda a gente), mas aí foi mesmo o canto de cisne. Depois de uma qualificação calma, o Mundial 2006 trouxe a desconfiança: Portugal teve uma participação com muito mérito, mas as exibições não eram nada por aí além (aquele prolongamento com a Inglaterra reduzida a 10 foi inqualificável). Scolari devia ter saído aí, pela porta grande. Mas não, quiseram manter um já estafado seleccionador no comando e a fase de qualificação para o Euro 2008 foi toda feita na corda bamba. No entanto, Portugal apurou-se e isso bastou para esquecer os erros anteriores e lá voltou a histeria injustificada em torno dos "Heróis Nacionais". Como se sabe, a prestação foi o que foi - podem ver o meu acompanhamentoaqui- Scolari saiu pela porta pequena, Ricardo foi crucificado (e muito fez para isso) e lá chamaram o Professor (?) Carlos Queiroz para comandar a nau portuguesa.
Cinco jogos oficiais depois, 6 pontos amealhados e a qualificação para o Mundial 2010 em risco, podemos deduzir que um dos (poucos) pontos positivos que Queiroz trouxe foi dar ainda mais mérito a um desacreditado Scolari. Antes do Euro 2008, Queiroz soube apontar os problemas que a Selecção sofre há anos, mas já deu para perceber que diagnósticos todos sabem fazer, arranjar soluções é mais difícil. E depois de ver a equipa titular de ontem, uma completa salada russa onde um médio passa para ponta-de-lança, um central passa a trinco e outro central passa a lateral, não há muito com que vibrar. Nem mesmo ao vivo. E se o jogo não aquecia nem arrefecia, o ambiente nas bancadas era gélido. Nem o hino empolgou, embora os adeptos que me rodeavam, mais a sua pronúncia tripeira carregadíssima, ainda fossem dando para rir. Nada como uns labregos para animar a noite. O seu comportamente bipolar deu-me o impulso de lhes aconselhar um psiquiatra, tantos eram os jogadores que passavam de "lainda, lainda!" para "bai p'ra casa, num bales um cuaralho" num ápice.
Vi o jogo muito calmamente e nem nos lances mais perigosos me levantei. Arrepiei-me com as "saídas" do Eduardo, mas nada de especial. Só perdi as estribeiras quando Hugo Almeida, em plena grande área, decide fazer um passe para um adversário sueco o que me fez berrar a plenos pulmões: "Hugo Almeida, és tão marreta! Quem disse que eras jogador, seu anormal?!". Mas foi só. O jogo acabou, viram-se lenços brancos e assobios, e a indiferença tomou conta de mim. Não se pode esperar muito de uma equipa que tem Ronaldo a capitão e sai-se com pérolas como: "se todos fizessem o que eu já fiz, seríamos campeões do Mundo". Pouco modesto o rapaz. E se não tive a vitória da Selecção (e, a este ponto, isso não me interessa), ao menos tive a oportunidade de estar no Estádio do Dragão, algo que muitos benfiquistas não se atrevem a fazer (o mesmo válido para muitos portistas). Ainda assim, não achei o estádio nada especial: muito gelado e parece inacabado com aqueles topos a descoberto. A Luz é muito mais bonita por dentro. Não que isso compense os 20 euros que queimei, mas ao menos não morro burro.
Balanço final: em cerca de uma dezena de idas ao futebol, tenho o brilhante saldo de apenas uma vitória e muitos empates e derrotas. Desta forma, vou investir num Dragon S(h)eat e não arredo pé das Antas na próxima época.
Não é preciso ser nenhum génio ou ter formação académica em Jornalismo e Comunicação Social para saber que a capa de uma publicação é o principal chamariz da mesma. Aquela que, em último caso, despertará atracção no público e o levará a comprar (efeito desejado) ou criará repulsa ou indiferença (efeito a evitar). Se for o primeiro número de uma edição, este efeito é elevado à décima potência. Vai daí, após ver a capa que inaugura a Playboy versão tuga...
... só consigo pensar nos seguintes pontos:
Eu sei que a Playboy é mais do que uma revista com tipas nuas e sensuais, mas, a avaliar por esta capa, que mais terá para oferecer que a Maxmen, a FHM ou a GQ? Não que eu faça tenções de comprar a Playboy, nem para ver se os conteúdos da mesma valem a pena. Por isso, se alguém a decidir adquirir que avise e diga de sua justiça. Tudo o que posso dizer por agora é que entraram com o pé esquerdo.
ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
LOST 5x10: He's Our You
Voltando à velha forma do flashback e dos episódios dedicados a cada uma das personagens, LOST dedica um episódio inteiro a Sayid e ficamos a saber, por exemplo, como ele foi parar ao voo da Ajira Airlines. Fiquei com dúvidas se a "caçadora de recompensas" falava a verdade sobre não trabalhar para o Ben. Como bem sabemos, Ben é tudo menos flôr que se cheire e não me admirava nada que ela, mesmo involuntariamente, estivesse a colaborar com o plano de Ben. De volta à Ilha e aos anos 70, Sayid é encarado como um Hostil e o pessoal da Dharma tenta arrancar-lhe informações importantes, assim como Sawyer tenta resolver a situação sem desmarcarar toda a farsa dos últimos 3 anos.
Só que um elemento vem baralhar tudo: o jovem Benjamin Linus que, acreditando que Sayid é um dos representantes de Richard Alpert, promete-lhe auxílio desde que este o leve consigo para o meio dos Hostis. E Sayid, que nunca deixou de ser um assassino mais por natureza do que por opção, vê-se confrontado com o dilema matar ou não matar Ben, algo que ele acaba - aparentemente - por fazer no final do episódio. Ainda assim, duvido que o jovem Ben morra. Eu acredito que "o que aconteceu, aconteceu" e nada possa ser alterado. Seria incrivelmente estúpido desatar a criar paradoxos temporais a esta altura, apesar de um furo ou outro aparecerem de vez em quando (como a idade da Charlotte que, segundo Ben, só nasceria em 1979, mas este foi mais um erro por incompetência dos produtores - eles próprios admitiram a falha - do que pela estrutura narrativa da série).
Enquanto todos decidiam o que fazer com Sayid, outro conflito emergiu: o de Sawyer optar por continuar a ocultar tudo e arriscar a vida de Sayid ou salvar a vida deste arriscando tudo pelo que havia lutado nos últimos 3 anos. Agora percebemos bem que eles nunca teriam de ser salvos. Eu cá aposto que todos tinham mesmo de voltar para a Ilha porque foi assim que tudo se passou. E como Ben já vivenciou aquilo tudo (e Richard ou até Widmore devem saber isso) nada como engendrar todo um plano para que a História possa correr o seu curso normalmente. Agora, eu só consigo imaginar o nosso querido Doutor Jack Shephard a tentar salvar um jovem Benjamin Linus dos seus ferimentos. Outra vez. Grande cena a da tortura, quando Sayid diz tudo o que sabe (até sobre estações Dharma a serem construídas) e os tipos acham que exageraram na dose.
8 potes de banha
Típico dia de trabalho:
Entrar ao serviço;
Esperar pela pausa do café;
Café;
Esperar hora de almoço;
Almoço;
Esperar intervalo do lanche;
Intervalo do lanche;
Cigarro;
Esperar hora de saída;
Fazer tudo à pressa antes da hora de saída, para ter algo que demonstre que se trabalhou imenso ao longo do dia;
Ouvir raspanete porque, para além das coisas não estarem feitas, foram feitas em cima do joelho;
Prometer que no dia seguinte tudo estará pronto;
Hora de saída;
Repetir tudo outra vez no(s) dia(s) seguinte(s).
ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
LOST 5x09: Namaste
Depois de uma pequena pausa (que se repetirá a 22 de Abril; porra!), LOST volta com este surpreendente Namaste que, finalmente, lança as bases para a quinta temporada: o conflito entre os que ficaram para trás e os que voltaram. Cada vez acredito mais que os sobreviventes serão parte activa em todos os acontecimentos que resultaram no acidente da Estação Cisne: uma vez que ela ainda está para ser construída, eles poderão assistir ao acidente que resultará nas descargas electromagnéticas feitas a cada 108 minutos por Desmond. E se perguntam que o passado não pode ser alterado segundo o que disse Faraday, perguntam bem, mas a resposta pode ser a mais simples possível. Provavelmente, os saltos no tempo e a interacção dos sobreviventes nos acontecimentos passados já estava mais que prevista na nossa linha temporal. Afinal, cada um deles tem um papel a cumprir. Quem diria que seria na mitologia da série?
Por falar em papéis, o grande destaque do episódio foi a brilhante conversa entre Sawyer e Jack no final, quando o primeiro confronta o segundo com as suas diferentes concepções de liderança. É incrível ver o estatuto que Sawyer adquiriu (e Josh Holloway passou de um regalo para as mulheres para um grande actor) e comprovar que agora ele é o líder e Jack resigna-se a um posto secundário. Sawyer, Juliet e demais atingiram uma estabilidade nunca antes alcançada e vislumbra-se um grande conflito com a chegada dos restantes. Quantos de nós abririam mão da felicidade baseada numa mentira para que tudo voltasse ao normal? Aliás, aí está outro confronto realçado por esta maravilhosa quinta temporada: a mentira dos Oceanic 6 levou-os à ruína, enquanto que a mentira dos restantes salvou-lhes a vida.
Interessante também o facto do episódio levantar certas questões morais: será conveniente alertar o pessoal da Dharma sobre a Purgação que Ben levará a cabo daí a 15 anos? Será errado matar uma criança que se tornará um genocida no futuro e matará centenas de pessoas? Agora eu gostaria de saber porque Sun (já nem falo do piloto) não foram transportados para 1977? Será que terão um papel no presente em estabelecer a ordem natural das coisas? Outra coisa que achei relevante: enquanto a terceira temporada mostrou-nos o funcionamento e a dinâmica dos Outros, nesta acompanhamos o mesmo mas para a Iniciativa Dharma, como se, para percebermos o presente/futuro, devessemos compreender o passado. Episódio fenomenal, numa temporada que, milagrosamente, consegue competir taco a taco com a primeira. Sinceramente, isto era algo que eu não esperava.
10 potes de banha
Contém spoilers!
A minha caraGuirelembrou-me um filme que vi recentemente e que me deixou desfeito. Literalmente. O Rapaz do Pijama às Riscas é o seu nome. Muita gente não sabe, mas eu sou um completo lingrinhas a ver filmes. Quando um filme me toca lá no fundo, solto a Maria Amélia que há em mim e lá vai lágrima. Pena é que poucos filmes atinjam esse estatuto. Mas quando o assunto é o Holocausto e o drama é tão bem construído como neste fabuloso exemplar, está o caldo entornado. Ainda hoje não consigo perceber como a Humanidade foi capaz de algo tão atroz (embora não seja um exemplo isolado, infelizmente).
Mas o certo é que O Rapaz do Pijama às Riscas não parecia caminhar para me deixar aos prantos. Mas deixou. Muito. Filmes sobre o Holocausto há aos pacotes. Bons e maus. Mas este, que celebra algo como a inocência das crianças e o valor da amizade, parecia ser mais uma peça razoável sobre um tema vastamente explorado. Isto até chegarmos aos 10 minutos finais que, numa resolução rápida e impactante, apanhando o espectador desprevenido, gera um momento de angústia tão profundo que dei por mim completamente lavado em lágrimas. Depois temos a maravilhosa composição de James Horner, indivíduo cujo trabalho não me aquece nem me arrefece, mas que aqui atinge um equilíbro assustador entre os diferentes temas abordados no filme (numa banda sonora já adquirida por mim). E temos Vera Farmiga que, cada vez mais, se revela uma senhora actriz. Já faz parte das minhas preferências, juntamente com Kate Winslet e Jennifer Connelly.
Com vocês, o final d' O Rapaz do Pijama às Riscas. Quem viu, que reveja. Quem ainda não viu, que passe bem longe. Vão estragar uma bela experiência.
Como sempre curto, grosso e sem vaselina. Vamos lá:
Estou teso. Isso mesmo: sem tusto. Que merda. Tudo porque o raio do cheque do mês passado ainda não deu entrada na conta, embora esteja disponível (há vários dias) no muito conveniente "saldo contabilístico". A vontade que tenho é de invadir o banco mais próximo da Caixa Geral de Depósitos, dar uma de Manuel Subtil e não arredar pé até me darem o meu suadinho salário. E fazia isso já amanhã, mas o mais certo seria eles aguentarem-me até ao meio-dia e meia e depois: "Aaahhh, está na hora do almoço!" e, como tenho de trabalhar às 13h, nada feito. Para o almoço há sempre pressa, mesmo que tudo o resto tenha sido feito a passo de caracol.
Um gajo vê-se a trabalhar e nunca mais pensa em voltar para o outro lado da barricada, que é como quem diz, pedir dinheiro aos progenitores. Humilhação suprema: andar a pedinchar o irmão, estudante universitário, para café e tabaco. O cabelo já está para ser cortado vai para uma semana, os pés já choram por umas sapatilhas novas, a impressora nova (que devia ter sido eu a pagar, porra!) precisa de papel, mas tudo isto terá de aguardar no "contabilístico".
"Banco é Caixa."
Vai pró caralho, Scolari!