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Mimo

por Antero, em 30.09.08

Acho que é a primeira vez que faço três posts na mesma data, mas tem mesmo de ser. E como hoje faço anos e, soube-o há pouco, o Cristian Rodriguez também, acho que ninguém levará a mal. Vou armar-me em puto mimado e berrar aos sete ventos que não gostei nada da prenda que o Arsenal hoje me deu: então não é que só ganharam 4-0 aos corruptos?!? Como adepto ferveroso de tudo que equipa de vermelho (e de todas as outras cores do espectro) contra aquele vil azul do Freixo, não admito que se goze e se falhe tanto golo de baliza aberta. Querem bater em cães mortos, façam-no com dignidade e suem a camisola. Não é esticar o doce para atiçar as nossas belas bocas e depois o deixarem cair no chão. Não tendes vergonha, morcões? Hoje era para a dezena, carago...

 

publicado às 23:53

A saga do centro de emprego continua

por Antero, em 30.09.08

Hoje recebi uma carta do Centro de Emprego de Gaia a "convocar-me" para uma pré-selecção de estágios profissionais em Vila Nova de Gaia, a realizar-se amanhã. Não se impressionem com as aspas porque é mesmo assim: as contrapartidas de uma eventual ausência da minha parte podem implicar a minha exclusão das listas dos Centros e a espera de 2 meses para me voltar a inscrever. Que ameaçadores! A carta vem datada de 27 de Setembro (um sábado? Aquela gente trabalha ao fim de semana?) e, mesmo com correio azul, só me chegou às mãos hoje. E pedem coisas como fotocópia do BI, do cartão de contribuinte, curriculum vitae, certidão de habilitações (estava a ver que ninguém me pedia!) e... declaração da Segurança Social dos descontos efectuados, mesmo que estes não existam!

 

Ou seja, avisam-me de véspera que tenho de me deslocar a Gaia no dia seguinte e, pior, tenho de enfrentar a lentidão da Segurança Social para pedir uma declaração sobre descontos inexistentes. Ainda tentei ir lá hoje, mas, a duas horas do fecho, estavam mais de 60 pessoas (impacientes, claro) à minha frente. O problema não é a declaração em si, uma vez que já a pedi várias vezes, mas sim ter de ir à Segurança Social, o que é sempre uma experiência tenebrosa. Amanhã terei de acordar com as galinhas para ir fazer fila à porta da Segurança Social, sendo que, às duas da tarde, tenho de estar em Gaia senão "você é o elo mais fraco, adeus!". Espectáculo!

 

Porém, la pièce de résistence esperava-me ao chegar a casa. No Net-Emprego, o tal sítio do Governo onde a malta desempregada se inscreve e onde fui inscrito erradamente como programador (ver maisaqui), fui verificar o curriculum vitae que alterei várias vezes numa tarde. O sítio é tão mau, tão confuso, tão imbecil, que poucas alterações que eu fiz foram devidamente registadas. Quer isto dizer que eu ainda sou programador na área de trabalho pretendida, sendo que apenas na (longa) descrição das habilitações se vê que, de perfil de programador, eu não tenho rigorosamente nada. Só espero é não chegar a Gaia e o pessoal esteja à espera de um programador qualificado com uma Licenciatura, com média final de 14 e pronto para vegetar à frente de um computador. E tudo isto no dia do meu aniversário!

 

Eu devo ter feito muito mal a alguém numa vida passada...

 

publicado às 17:38

23 anos!

por Antero, em 30.09.08

Pois é, hoje faço anos. Foi lá no longínquo ano de 1985 que a minha mãe passou umas horitas de dores para que eu visse a luz ao fundo do túnel (literalmente, certo?). E, como se sabe, a geração de 85 é a melhor: estivemos bem no epicentro na década de 80, mas saímos de lá tão novos que podemos usar isto como desculpa para falhas de memória de momentos constrangedores, nos quais essa década foi fértil. De qualquer das formas, podem usar a caixa dos comentários aí em baixo para deixarem mensagens de parabéns e assim poupar uns trocos em SMS's, seus sovinas. Para aqueles que quiserem enviar prendas ou depositarem dinheiro na minha conta, é favor enviar um mail, está bem? :p

 

publicado às 00:01

Sem espinhas!

por Antero, em 27.09.08

Hoje tivemos leão assado na Luz. Já muitas vezes comentei com amigos que nenhum dos três grandes joga especialmente bem, mas que o Benfica é aquele com maior margem de progressão. E hoje viu-se o bluff que é este Sporting (o FC Porto também não convence ninguém). Mesmo com o senhor Duarte Gomes vestido de verde e muito poupadinho nos cartões, o Benfica foi categórico e venceu por 2-0. Tive pena de Nuno Gomes ter sido substituído em detrimento do inconsequente Cardozo, mas aceita-se para poupá-lo para quinta-feira. E Katsouranis tem de jogar no meio-campo sempre. O Sporting foi naquela do rematar de longe à espera que Quim frangasse novamente, mas tiveram azar. Nota-se que Postiga tem a escolinha toda do clube do putedo, uma vez que tinha carta branca para fazer tudo e mais alguma coisa. Quero ver as desculpas de Paulo Bento, porque foi ao Benfica que roubaram uma grande penalidade, admitida até pelos comentadores da "Suporte TV"! Grande Sidnei! Grande Reyes! Obrigado Benfica pela prenda de anos antecipada!

 

Agora, venham daí os italianos!

 

publicado às 22:49

Episódios da semana #4 (21/09 a 27/09)

por Antero, em 25.09.08

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

Entourage 5x03: The All Out Fall Out

Para todos aqueles que (ainda) duvidavam do valor de Jeremy Piven por arrebatar três Emmys de seguida no papel de Ari Gold, este episódio foi perfeito. A guerra dos agentes foi hilariante, onde se demonstra bem a imaturidade que reina por aqueles lados. Ainda assim, Ari mostra que é um bom pai de família ao não aceitar insolências sobre a sua esposa. Mas nem só de Ari Gold vive Entourage e o restante episódio, que acompanhou os quatro amigos, também foi fenomenal, com Vince a sujeitar-se a ser "convidado de honra" numa festa de aniversário de uma ninfeta milionária qualquer. E Drama, muito sensível com o rompimento da namorada francesa, conseguiu a proeza de (quase) ofuscar Ari Gold. Como cereja no topo do bolo, tivemos a participação de Shauna, a hilariante relações públicas de Vince, e da saudosa Fran Drescher, da série Competente e Descarada. Episódio espectacular.

10 potes de banha

 

Heroes 3x01: The Second Coming

Então, isto é que foi a tão elogiada estreia da terceira temporada de Heroes? Se compararmos com toda a temporada anterior já se nota um salto qualitativo: a narrativa é logo posta em movimento, evitando-se os tempos mortos do costume; Sylar ressurge e resolve aquele buraco gigantesco na história que era estar vivo no futuro como presidente dos EUA, sendo que a Claire também estava o que tornava tudo muito contraditório (aliás, as cenas dos dois são as melhores do episódio). Por outro lado, houve muita coisa de torcer o nariz: Hiro lá tinha de arranjar um problema para resolver (e toda a parte do DVD do pai Nakamura é estúpida até dizer chega) e descobre uma fórmula qualquer que logo é roubada pela rapariga Flash e decide ir ao futuro, onde vê a cidade a ser destruída (outra vez?) e onde Ando o ataca com um kamehameha (!); Sylar manipula e destrói objectos, mas é impedido de chegar a Claire por uma correntezinha na porta do armário (!!); Mohinder descobre a relação dos poderes com a adrenalina gerada pelo corpo humano e, do nada, inverte todos os ensinamentos do pai e desenvolve um soro para criar super-poderes. Quer dizer, depois de tudo o que viu, só agora decidiu associar a adrenalina com os poderes e, pior de tudo, quer usar esse soro em seres humanos porque “assim podia ter impedido o Sylar” (pfff…eu acho é que ele tem complexo de inferioridade), sem reparar que poderá criar uns 10 Sylars (como Maya bem argumentou). E agora temos Mohinder super-herói: além de super-irritante também tem super-força como bónus. Ficamos também a saber que foi o Peter do futuro que atirou em Nathan, porque a revelação deste sobre a existência de mutant... indíviduos com poderes iria levar a uma sociedade de segregação, onde seriam caçados e mortos (numa cópia - mais uma - descarada das revistas dos X-Men). Episódio irregular, mas com óptimos efeitos especiais (devem ter gasto o orçamento da temporada inteira).

5 potes de banha

 

Heroes 3x02: The Butterfly Effect

No segundo episódio, se as coisas não melhoraram muito, também não pioraram, o que já é de louvar. Mohinder demonstra os seus poderes para Maya (como em Homem-Aranha) e, cheio de energia, vai para a cama com ela e repara que está a passar por uma metamorfose (como n’ A Mosca). Sylar tenta roubar os poderes a Elle e, no processo, esta acaba por libertar os vilões do nível 5, entre eles o Peter do presente que havia desaparecido no episódio anterior. Outros vilões, temos o Magneto e a Liz Sherman de Hellboy versão masculina. Quanto ao Peter do futuro, este tem de aturar os sermões da mãe, que agora é a chefe da Companhia, sobre viagens no tempo e como ele alterou tudo, as borboletas e todo aquele blá, blá, blá. Hiro tem discussões chatas com Ando sobre o acontecerá no futuro e vão para Paris atrás da velocista (e agora pergunto eu: porque, no futuro, não pode ser Hiro o vilão e ter traído o amigo? Não percebo como ele se deixa influenciar por estas viagens, quando ele mesmo já percebeu que estas não são certas). Parkman vai parar a África e encontra um eremita qualquer que, pelos vistos, pinta o futuro (como em… Heroes! Auto-plágio também não fica nada bem, ok?). Niki, que já não é Niki, não se lembra de nada, ganha novos poderes, é acompanhante de um senador e quer, a todo o custo, Nathan Petrelli do seu lado. Adoro quando eles fazem um reboot nas personagens. Será que vão explicar alguma coisa do que aconteceu? De resto, muitas visões, flash-forwards (como em LOST) e ainda pouca história para tanta personagem, embora os segundos finais tenham trazido uma possível boa revelação.

5 potes de banha

 

House 5x02: Not Cancer

Episódio fraco. As (poucas) referências a Wilson foram muito artificiais e mesmo o caso da semana foi muito sensaborão. Potencial não faltava: várias pessoas começam a adoecer e a morrer, sendo que todas tinham em comum o facto de terem recebido orgãos diferentes de um mesmo dador. E depois do episódio inteiro com House a martelar no espectador que ver é diferente de ver, a paciente fica com o sistema visual curado para dizer ao Dr. que ela vê nele um homem triste (que lamechice!). Ainda por cima, o episódio gastou um tempo precioso com o tal detective privado que, além de desnecessário, era muito aborrecido. Esperemos que o Dr. volte em melhor forma para a semana.

3 potes de banha

 

How I Met Your Mother 4x01: Do I Know You?

Não há como esconder uma certa ponta de decepção com a estreia da quarta temporada. Basicamente, foi uma reedição de momentos anteriores da série: Barney pede a Lily conselhos sobre como lidar com a paixoneta por Robin, tal como no ano passado pediu conselhos a Marshall para lidar com a “traição” a Ted; Ted que tenta a todo custo que a nova namorada goste d’ A Guerra das Estrelas (o seu filme favorito), potenciando aquela situação anterior na qual Robin refere que não gostava do filme Campo de Sonhos. De qualquer das formas, teve bons momentos como as referências ao facto de Marshall estar desempregado e, claro, Barney que tenta de todas as maneiras “não estar apaixonado” por Robin e leva Lily ao desespero.

7 potes de banha

 

Prison Break 4x05: Safe and Sound

Melhor que o da semana passada, mas ainda longe do que a série nos habituou. A começar pela trama de T-Bag que parece andar a passo de caracol, embora já se vislumbre alguma coisa. E agora todos os episódios vão ter o nariz de Scofield a sangrar para criar tensão em vez de resolver o assunto? Se bem que Lincoln referiu que aos 13 anos esse sangramento foi um problema, mas ficou tudo por aí. Outra coisa: aquele cofre era feito de quê? Plástico? Incrível como Scofield conseguiu ouvir o General do outro lado. Gretchen conseguiu escapar e creio que se aliará a Scofield e companhia (como o Kellerman na segunda temporada), assim como aposto que o chinoca os vai trair. No meio de querer surpreender tanto o espectador, Prison Break às vezes acaba por se tornar previsível.

6 potes de banha

 

publicado às 00:10

Yo no creo en buejas pero...

por Antero, em 24.09.08

No outro dia, estava a navegar pela Wikipédia e a ver a lista dos Presidentes dos Estados Unidos da América ao longo dos anos. Decidi abrir cada uma das páginas correspondentes e começaram todas a falhar, excepto duas: a de George Bush Pai e a de George Bush Filho. Medo!

 

publicado às 15:41

O dinheiro, sempre ele...

por Antero, em 23.09.08

 

Toda a gente viu, muitos falaram e outros tantos insultaram e eu não podia faltar à chamada. Depois de ter visto uns vídeos na net, eis que acabo de assistir a uma emissão do novo programa da SIC, O Momento da Verdade. Tive azar. Saiu-me uma moçoila de origens ciganas e o programa mostrou-se mais contido e até mais romântico do que eu esperava. Porque se fosse uma mulher a armar o estardalhaço do rapazito militar "eu-sou-o-maior-e-vós-sois-uma-merda-mas-estou-aqui-a-destruir-me-todo-pelo-dinheiro-por-isso-tenham-pena-de-mim-e-perdoem-me" do primeiro programa, a ciganita não poderia sair à rua e seria apelidada de tudo e mais alguma coisa. Continuo sem perceber a lentidão da voz-off em anunciar a veracidade das respostas, assim como não percebo os comentários sempre jocosos do público, à boa maneira portuguesa. Mas o pior é aquele programa/rescaldo ao domingo onde vários "ilustres" discutem a participação e a vida do concorrente e tentam arranjar profundidade onde ela não existe (e o machismo de Gonçalo da Câmara Pereira é pura fachada para contrabalancear o feminismo absurdo de Luísa Castel-Branco). Meus amigos, no meu entender, o que serve de desculpa para um serve para todos: se os concorrentes lá vão, é pelo dinheiro; se a família se sujeita ao ridículo, é pelo dinheiro; se o público goza e vaia, é pelo dinheiro (ou acham que eles não são pagos para estar ali?); e se Teresa Guilherme, que sempre tive em boa conta como entertainer, dá a cara por um programa tão baixo, é pelo dinheiro ao final do mês. É claro como água. Sempre ele...

 

publicado às 23:34

Emmy 2008: os vencedores

por Antero, em 22.09.08

Cerimónia fraca, sem piadas de jeito e com poucos momentos realmente bons (Ricky Gervais, Steve Martin e só). Alguns prémios injustos, o que vem do facto da Academia premiar com base num só episódio escolhido pelas emissoras. Segue a lista das categorias principais com pequenos comentários:

 

Melhor Série Comédia: 30 Rock

Nada a dizer. Entre todas as nomeadas, 30 Rock seria obviamente premiada e teve um segundo ano realmente bom, embora Entourage merecesse o prémio também.


Melhor Série Drama: Mad Men

Com a aclamação que trazia atrás de si (eu mesmo já elogiei a série aqui), Mad Men teria que ganhar. Porém, num mundo perfeito, Dexter e LOST não ficariam de mãos a abanar.


Melhor Actriz (Drama): Glenn Close, de Damages

Merecidíssimo.


Melhor Actor (Drama): Bryan Cranstom, de Breaking Bad

A surpresa da noite. Nunca vi Breaking Bad, mas ultrapassar concorrentes de peso como Hugh Laurie, Michael C. Hall e o favorito Jon Hamm tem um travo de injustiça.


Melhor Actor (Comédia): Alec Baldwin, de 30 Rock

Era ele ou Steve Carell.


Melhor Actriz (Comédia): Tina Fey, de 30 Rock

America Ferrera e Julia Louis-Dreyfus já tinham ganho, então era entre Tina Fey e Mary-Louise Parker. Desde que não ganhasse Christina Applegate pela intragável Samantha Who? já seria lucro.


Melhor Actor Secundário (Drama): Zeljko Ivanek, de Damages

Michael Emerson não ganhou. Amuei.


Melhor Actriz Secundária (Drama): Dianne Wiest, In Treatment

Dianne Wiest é quase uma lenda vida das actrizes secundárias quer na televisão quer no cinema e consta que foi justissímo.


Melhor Actor Secundário (Comédia): Jeremy Piven, Entourage

Enquanto Entourage durar, escusam de fazer suspense com este prémio, uma vez que Jeremy Piven papa tudo.


Melhor Actriz Secundária (Comédia): Jean Smart, Samantha Who?

Que horror premiar uma série tão má. Até fiquei enjoado.


Melhor Realização (Drama): Greg Yaitanes, House

Tanto o piloto de Damages como de Mad Men mereciam, mas o penúltimo episódio da temporada transacta de House (aquele do acidente do autocarro) é fenomenal.


Melhor Argumento (Drama): Matthew Weiner, Mad Men

Só podia dar Mad Men aqui: os episódios são escritos com uma elegância tremenda e com as críticas mais que positivas, não podia ser de outra maneira.


Melhor Realização (Comédia): Barry Sonnenfeld, Pushing Daisies

A realização do The Office foi chão que deu uvas e, apesar de não ir muito à bola com Pushing Daisies, a realização é inventiva e sempre pronta a surpreender o espectador.


Melhor Argumento (Comédia): Tina Fey, 30 Rock

Esta mulher é polivalente. Pena é que as audiências não sejam famosas, mesmo com a enchurrada de prémios que tem recebido.


Melhor Apresentador de Reality Show: Jeff Probst, Survivor

Não vejo, não comento.


Melhor Programa de Variedades: The Daily Show with Jon Stewart

Já não assisto ao Daily Show há anos, mas se mantiverem a acutilância e o arrojo de sempre, então não há concorrentes à altura.


Melhor Reality Show:
The Amazing Race

Desde que esta categoria foi criada em 2001, só deu The Amazing Race. Ou é muito boa ou os outros nomeados são uma bosta.

 

Voltando às séries, hoje temos a estreia de How I Met Your Mother (hurray!) e Heroes com episódio duplo (*gasp*), o que significa que a rubrica do Episódios da Semana vai estar recheadissíma desta vez. Até quinta, então.

 

publicado às 17:17

Festival de riso

por Antero, em 19.09.08

 

Tal como na excelente série Entourage, Tempestade Tropical é uma sátira ao universo de Hollywood, infestado de indivíduos egocêntricos e no qual os lucros ordenam. Enquanto que na televisão, a finalidade é tornar a acção mais realista, mas não menos cómica, no filme é o absurdo que toma conta da tela, o que não o menospreza de maneira nenhuma. No fundo, Tempestade Tropical é como uma metralhadora desgovernada a disparar para todos os lados, não deixando ninguém incólume. Lidando com estereótipos conhecidos de Hollywood, o filme é uma grata surpresa no panorama desolador da comédia cinematográfica actual.

 

Escrito a seis mãos por Ben Stiller (que também assina a realização), Justin Theroux e Etan Coen, o filme começa com dois anúncios publicitários e três trailers falsos, cuja finalidade é apresentar as personagens principais: a estrela de acção Tugg Speedman, um sub Vin Diesel; o comediante Jeff Portnoy, cujo filme mais conhecido é uma clara sátira às comédias de Eddie Murphy; e Kirk Lazarus, vencedor de cinco Óscars da Academia. Os três encontram-se a filmar um blockbuster de guerra baseado no livro Tempestade Tropical e, em poucos dias de filmagens, já o orçamento estourou e o realizador Damien Cockburn (Steve Coogan, engraçado como sempre) anda às voltas com as manias dos protagonistas que lhe dificultam a vida. Quando o principal produtor ameaça fechar a torneira, Cockburn decide transferir a acção para uma selva imensa e deixar indicações aos actores com o objectivo de filmar o melhor e mais realista filme de guerra de sempre, sem no entanto lhes informar que estão numa verdadeira zona de guerra algures no Vietname.

 

Ao contrário de lixos tóxicos como Epic Movie e Meet The Spartans, Tempestade Tropical não se limita a reproduzir cenas de filmes conhecidos, na esperança que o espectador ache piada àqueles exageros todos (aliás, acredito que as referências a Benson e a The Jeffersons passe ao lado de muita gente). Aqui, no meio da história que quer contar, há tiradas hilariantes ao mundo das vedetas de Hollywood e não fica pedra sobre pedra: filmes de guerra (Platoon e Apocalypse Now são referências óbvias); produtores sedentos de dinheiro (numa participação curiosa de Tom Cruise); campanhas humanitárias e ambientais em que as estrelas se envolvem; filhos adoptivos para auto-promoção; agentes preocupados com clausulas de contrato mesquinhas; actores de ego inchado (“Eu não leio guiões, os guiões lêem-me a mim.”), rappers, prémios da Academia e muito mais.

 

No meio disto tudo, Robert Downey Jr. consegue a proeza de, pela segunda vez no mesmo ano, ser a melhor coisa que dois bons filmes têm para oferecer. O seu Kirk Lazarus, actor adepto do Método e que se sujeita a uma cirurgia para ficar com aspecto afro-americano, é genial. Não deixando de representar um negro nem mesmo quando não está em cena, ele pensa saber tudo sobre os meandros de Hollywood e do culto das vedetas. É dele um dos melhores diálogos dos filme quando ele discute a diferença entre representar um deficiente mental, mas não um atrasado de todo e que apenas os primeiros são premiados. Outro ponto positivo é o filme saber o espaço que cada personagem do seu elenco absurdamente estrelado deve ter, o que não deixa de ser uma bela ironia tendo em conta o teor do filme.

 

Conseguindo captar mesmo quem não esteja muito por dentro do star-system de Hollywood, Tempestade Tropical é uma comédia irreverente que não deixa cair o pique nem por um momento, graças ao seu argumento repleto de surpresas e acidez. Entre as comédias em cartaz, prefiram este filme a abortos como Zohan. A Humanidade agradece.

 

Qualidade da banha: 16/20

 

publicado às 16:25

Episódios da semana #3 (14/09 a 20/09)

por Antero, em 18.09.08

ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.

 

 

Entourage 5x02: Unlike a Virgin

E pronto, Vince está mesmo tramado em Hollywood e terá de suar muito se quer recuperar o seu espaço. A discussão entre ele e Ari sobre ser um bom actor por oposição a uma estrela de cinema foi óptima, com Jeremy Piven em grande (claro!). Eric começa a embrenhar-se no mundo oculto do trabalho de agente e vai tentar vender um argumento escrito por dois sujeitos estranhos para Amanda, aquela da terceira temporada que agenciou Vince quando este deu com os pés em Ari. Mas a melhor parte foi mesmo Drama as voltas com o súbito "desaparecimento" da namorada em França. Turtle anda meio perdido, bem que podia voltar aos seus cantores de hip-hop, uma vez que ele, no episódio passado, referiu o seu gabinete e a sua carteira de clientes. Ainda assim, um excelente episódio.

8 potes de banha

 

House 5x01: Dying Changes Everything

Depois do fabuloso final da temporada passada, dois meses se passaram e House e Wilson mal se falaram desde então. É então que o segundo regressa ao hospital, não para voltar, mas sim para se demitir. Cuddy tenta com que os dois falem e House desabafe o seu remorso, mas ele não está muito para aí virado. O caso da semana trouxe um curioso paradoxo: a paciente é uma assistente de uma activista feminina que é quase uma escrava da patroa. De resto, nada de muito original: a equipa sem o apoio de House (que decide fazer greve para que Wilson fique) tenta resolver o caso (sem grandes progressos) e não gosto de ver Cameron, Chase e Foreman em segundo plano, afinal, eles fazem parte do elenco principal. O melhor do episódio foram mesmo as discussões entre Cuddy, House e Wilson, principalmente estes dois últimos, lá no final do episódio. Se este tivesse sido o final da quarta temporada, seria perfeito. Mas eu aposto que o Wilson volta (até porque o nome dele não desapareceu do genérico).

8 potes de banha

 

Prison Break 4x04: Eagles and Angels

Continua a caça pelas peças que formarão Scylla e uma das fotos tiradas na tal reunião do episódio anterior dá mote para o quarto episódio: mais uma invasão, mais uma morte (ninguém de especial) e muitos problemas para resolver. E Bellick lá matou um agente para salvar Lincoln e, de forma meio atabalhoada, ganhou uma história particular de culpa e um sentido na série (apesar dele, em Sona, ter morto um infeliz qualquer naquelas lutas de galinheiro e onde andavam os remorsos?). Culpa é o que sente Sara pelo homicídio de Bennett e vai afogar as mágoas para um bar (mas ela era alcoólica ou toxicodependente?) e é encontrada por Wyatt, o assassino da Companhia, devido ao cartão de crédito. E T-Bag, que andava perdido na série a fazer-se passar por uma das identidades de Whistler, deu de caras com os irmãos em plena Los Angeles, numa daquelas coincidências que só Prison Break oferece. Assim, tivemos direito a uma cena forçada de confronto só para que Scofield saiba onde anda Theodore e que o livro dos pássaros está com ele (duvidam que T-Bag vai unir-se a eles, outra vez, no futuro?). Também tivemos um vislumbre do final da série: a ver pela conversa de Michael e Sara, vai ser num iate a caminho do pôr-do-sol. Cliché, cliché, cliché.

5 potes de banha

 

publicado às 13:58

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Alvará

Antero Eduardo Monteiro. 30 anos. Residente em Espinho, Aveiro, Portugal, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea. De momento está desempregado, mas já trabalhou como Técnico de Multimédia (seja lá o que isso for...) fazendo uso do grau de licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro. Gosta de cinema, séries, comics, dormir, de chatear os outros e de ser pouco chateado. O presente estaminé serve para falar de tudo e de mais alguma coisa. Insultos positivos são bem-vindos. E, desde já, obrigado pela visita e volte sempre!

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