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Reparei com um certo espanto no outro dia que a atualização do Service Pack 3 para o Office 2007 inclua os ajustes para o novo e tão contestado Acordo Ortográfico. E não há volta a dar, visto que apenas o Office 2010 permite a escolha entre escrita pré e pós Acordo. Do nada, "actores" perdem o "c", "óptimo" fica debilitado do "p", "mandachuva" fica juntinho e aconchegado e as estações do ano e os dias da semana passam a ser escritos com minúsculas. Por outro lado, o corretor ortográfico ainda não reconhece a alteração em "Egipto", embora aceite "Egito", nem tampouco aceita o renovado "hei de" (sem hífen e sem cabimento) como forma correta em relação a "hei-de".
Já aqui falei do Acordo e expressei a minha compreensão para com a oposição ao mesmo: o povo é avesso à mudança, ainda mais em aspectos tão entranhados no nosso dia a dia. No entanto, convém perceber do que falamos quando atacamos o Acordo e este documentoaquielucida bastante sobre as alterações promovidas que, a bem dizer, não são assim tão profundas e - atrevo-me a afirmar - até fazem algum sentido (tirando, claro, o berbicacho que será a forma verbal de "haver"). Ninguém será proibido ou castigado por escrever como aprendeu, mas, com a institucionalização do novo Acordo, há que perceber que o que escrevemos agora poderá ser um erro gramatical no futuro.
Assim, vejo-me na desconfortável posição de ter um semi-Acordo instalado no computador graças ao amigo Bill Gates e como sou um snobe de primeira e um Maria-vai-com-as-outras (será que ainda tem hífenes?), passarei a usar o novo Acordo Ortográfico daqui em diante não através da defeituosa atualização do Office, mas sim através de um utilíssimoconversorda Priberam. E não adianta olhar com essa cara. A mudança está aqui e eu vou abraçá-la!
Obviamente este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.