Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
ALERTA DE SPOILER! Este post contém informações relevantes, pelo que é aconselhável que só leiam caso estejam a par da exibição norte-americana.
Fringe 4x02: One Night in October
Um dos aspectos mais fascinantes e prazerosos no universo "renovado" de Fringe é como os produtores estabelecem as diferenças entre a nova realidade sem Peter e as três temporadas anteriores: através de detalhes como diálogos que se referem a eventos subtilmente alterados ou aparições como o Broyles do Lado B que, não havendo um Peter que obrigasse à guerra dos Mundos, nunca morreu. Tal como Altivia nunca teve um filho de Peter e permanece com o "ex"-namorado (que gosta delas ruivas); que Walter terá invadido o outro lado, mas sem a intenção de salvar o filho; que Olivia terá morto o padrasto (quando ele havia sobrevivido ao disparo); que Charlie namora com a Bug Girl; e que Altivia raptou a sua contraparte para substitui-la e roubar partes da Máquina do Apocalipse – o que, claro, leva ao maior enigma de todos, já que a mesma teria de ser activada por Peter e foi à volta dele que ela foi desenvolvida. Ou então a correcção da linha do tempo permitiu que as circunstâncias que rodeavam o dispositivo fossem alteradas significativamente por que, até ver, sem Peter não há Máquina, sem Máquina não há fusão das realidades, sem fusão não há o universo unificado que acompanhamos agora. E Peter nunca existiu realmente ou morreu aquando a infância?
As possibilidades são imensas (note-se que até William Bell pode estar vivo) é com satisfação que a série começa a potenciar o facto de as realidades estarem ligadas. O caso da semana trouxe um serial killer do Lado B que é um professor do Lado A e cabe a este ajudar a Divisão Fringe a capturar o assassino sem que perceba o imbróglio dos dois Lados. O grande trunfo do episódio foi a análise de dois seres essencialmente iguais, mas que as escolhas em momentos-chave levou-os a seguir caminhos diferentes (numa idealização de uma figura feminina que me lembrou o magníficoA Árvore da Vida) o que, de certa forma, reflecte a condição de Olivia e Altivia, obrigadas a deixar as diferenças de lado em prol de um objectivo comum e que, aos poucos, começam a perceber que há muitos pontos em comum entre as duas (e Anna Torv é competente a retratar a frieza e perspicácia da primeira por oposição à descontracção e profissionalismo da segunda). No final, as aparições de Peter a Walter tornam-se mais intensas e frequentes, numa alusão de que não faltará muito para o regresso deste. E como ficará a linha do tempo depois disto?
PS: o Lado B tem gasolina a 99 cêntimos?! É já!